CARLOTA CAPÍTULO 5

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SEM REVISÃO CONTÉM ERROS.

  

A água fria bate em meu corpo não me fazendo mais mal, acho que me acostumei, as lágrimas se esgotarão, junto as minhas forças que se se esvairão. O som das correntes entra nos meus ouvidos torturando minha mente ao tilintar. O cheiro de mofo e sujeira se misturam confundindo meu olfato. Meu paladar só reconhece um tipo de comida, isso se o que me dão é realmente comida.

Já gritei, já pedi por socorro, mas ninguém me ouvi.

Não sei dizer quanto tempo estou nesse lugar, não sei dizer quando é dia ou noite, se passaram dias, semanas, ou meses, eu não sei? Meus olhos só enxergam escuridão, meus ouvidos as vezes ouvi vozes, mas não sei de onde vem.  Mas sei identificar qual me atormenta, e qual me dá paz.

Queria entender, saber porque estou aqui? Quem está fazendo essa maldade comigo, porque?

-Solte as correntes. Ouço a voz que me atormenta e me bate, por qualquer motivo. As correntes se soltam dos meus pulsos, pescoço, meus membros ardem, a dor aumenta com meu corpo batendo ao chão. Sem cuidado, sem gentileza sou arrastada no chão áspero como algo sem importância.

-Este é seu último dia aqui infeliz, mas se retirar a venda eu corto sua mão lentamente. Me ameaçou, nem se eu quisesse poderia tirar, meus braços doem somente por estarem abaixados. O som da sua voz me passa todo o ódio que sente por mim, mas porquê?

-Qual é o seu nome? Meu tormento pergunta, demoro para responder e sinto o golpe contra minhas costelas. Ele não percebeu que já não aguento mais? -Respondi cadela, eu sei que está me ouvindo. Num fio de voz e com medo de ser agredida mais uma vez, respondo. Carlota. Carlota.

-Era o que eu precisava ouvir, podem levá-la. Sou jogada novamente no chão e a venda é retirada, passei tanto tempo vendada que tenho medo de abrir meus olhos. Fico no chão frio horas a fio, sem me mexer, adormeço.

Acordo na penumbra, sem medo da escuridão, tento me levantar, mas não consigo, me movo deitando de lado, tenho fome, sede. Ouço a porta ser aberta, não me movo, o estranho se move caminhando as minhas costas, uma luz é acesa o clarão me incomodando. Fecho os olhos para protegê-los do incomodo.

-Levante-se, precisa tomar banho. Era uma mulher, sua voz era fria, mecânica, abri meus olhos rapidamente para conhecer o lugar, com dificuldade me arrastei para parede, levantei, quase cai novamente. Uma fraqueza nas pernas, era difícil parar de pé.

-Aqui está o banheiro, entre, tome um banho e logo virei fazer seus curativos. Curativos! Pensei que curativos. A mulher me deixou, só, sem ajuda ou apoio consegui chegar ao banheiro. A luz forte continuava a me incomodar, encontrei o interruptor, era moderno, diminuiu a intensidade da luz. Meus olhos foram se ajustando aos poucos, me assustei quando vi meu reflexo pelo grande espelho. Vi uma mulher refletida, mas não era eu.

O que fizeram com os meus cabelos, meu rosto, me olhei, me toquei, estava suja, cheirava mal, meus pulsos e tornozelos feridos, meu pescoço. Agora sei porque ela mencionou curativos. Tirei minhas roupas fui para o chuveiro a água morna, me trouxe um momento de conforto e lucidez, onde estou? lavei meus ferimentos, queimarão, era desesperador.

Me sentia cansada lastimada, deteriorada por dentro e por fora, será que alguém percebeu a minha falta? Será que alguém procura por mim? Só quero que me deixem ir, por mais quanto tempo ficarei aqui?

Me sentia cansada lastimada, deteriorada por dentro e por fora, será que alguém percebeu a minha falta? Será que alguém procura por mim? Só quero que me deixem ir, por mais quanto tempo ficarei aqui?

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LEOPOLDO.

Como um filho obediente eu fazia a vontade do meu pai, tudo estava preparado para o casamento. As câmeras posicionadas em lugares estratégicos para que meu pai e o padreco assistisse tudo em alta definição. A tirei do calabouço e a concedi um banho, estava deplorável, permiti que lhe fizessem curativos ou os papéis se manchariam.

A imunda foi levada a sala onde o juiz esperava, vendada e sem entender o que acontecia a cerimônia foi realizada. Mesmo depois de um banho ela continuava péssima, horrenda, assinei, não suportava nem mais um segundo sua presença ao meu lado. As testemunhas assinaram, todos saíram, meu primo se foi quando ela entrou se arrastando.

Me olhou com insatisfação, reprovação, eu só estava fazendo o que me foi mandado, o que me foi imposto. Se ela tem culpa ou não, não importa, é por causa dela que estou infeliz e faço a mulher que amo, infeliz.

Quando ela entrou se arrastando o juiz se apenou, chegou a dizer que não faria o combinado, ele estava sendo muito bem pago, mas a situação não lhe deixava Comodo. Tive que usar o plano B. O ameacei, ele era apenas mais um corrupto de merda, disse que tinha tudo gravado, e que se recusasse sua bela filha pagaria por seu desaforo. Qual homem, que diz amar sua família deixaria a mesma em dificuldades?

Na sala só estava ela eu e o juiz, ela precisava assinar, e para isso acontecer a venda teria que ser retirada. Mas eu não queria que ela me visse, sentada ao chão fui até ela, apeguei pelos braços, apertei seus curativos, disse:

-Quer sua liberdade cadela? Ela balançou a cabeça que sim. Quero ouvir da sua boca, quer ou não quer? Gritei. -Sim, por favor! Vou retirar sua venda e em seguida vai assinar sua carta de alforria, não se vire. Terá um minuto para assinar seu nome, se não fizer eu vou castigar seu corpo até que não tenha ar e se afogue no próprio sangue e saliva.

Ela estava no ponto que eu queria, lúcida, mas completamente lastimada, cansada, desorientada de onde estava, que dia era, se era dia, ou noite, ela não sabia. Apavorada e com medo, ela não tinha ideia do que ia assinar. Posicionei as suas costas e retirei a venda, suas mãos subiram ao seu rosto, os olhos se incomodando a claridade. Ela avistou o homem a sua frente.

-Assina! Rosnei impaciente, ela se assustou, chorou acuada, ela tremia, medo, incerteza. Levei minhas mãos em seus cabelos, e com ódio abaixei sua cabeça contra o papel.

-Assina essa merda de uma vez! Esbravejei furioso, o homem a minha frente se mantinha calado e horrorizado. Ele lhe estendeu a caneta, disse: -Assine, assine logo menina, e acabemos com isso, por favor! Disse ele apressando-a louco para sair. Com a mão tremula ela pegou a caneta e assinou, estávamos casados a vontade do meu pai tinha sido feita. A promessa desgraçada de sangue tinha se cumprido, e a minha vida atrelada a ela.

Ele me puniu, acabando com meu casamento com Ravena, eu puni o padre e a cadela da filha dele, mas no final a vontade dele prevaleceu e estou casado com essa....


Não sabia dizer quanto tempo havia se passado, desde o momento que aconteceu a assinatura de papéis, lembro que gritei para que alguém a levasse da minha presença. Cuidei para que ela não me visse. Lembro dos seus gritos e berros para ser libertada, idiota, burra! Agora que sua prisão começa.

Levanto minha cabeça, ela doe, estou nu, olho para o chão encontrando uma garrafa de uísque vazia, me lembro de ter pegado um copo e logo depois virei a mesma no gargalo. Não era o meu quarto, não era minha cama, os lençóis estavam desarrumados, sento me, meus pés vão ao chão.

Minha mente está confusa, lembrança de gritos, pedidos de socorro, cheiro de sangue, roupas sendo rasgadas. Levanto na penumbra, a unica fresta de luz é a que vem do banheiro com a porta entre aberta. Procuro por mais alguém no quarto não vejo ninguém, dou a volta na cama, descobrindo que não estou só. Só pode ser ela! 

Um gosto amargo de fel inunda minha boca, pensar na possibilidade de tela tocado faz com que meu estomago revire, e eu vomito no chão.

Um gosto amargo de fel inunda minha boca, pensar na possibilidade de tela tocado faz com que meu estomago revire, e eu vomito no chão

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CARLOTA.

Eu clamo a minha morte, eu a necessito, mas ela não me atendeu, não vem. Deus me abandonou, não sinto mais meu corpo. Meus olhos se entregam a escuridão.

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