CARLOTA CAPÍTULO 37.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

DUAS SEMANA DEPOIS.

CARLOTA CAPÍTULO 37.

Eu estava literalmente morando dentro de um chiqueiro de porcos. Minhas narinas já haviam se acostumado com cheiro fétido do lugar. Os animais tinham mais alimentos para sobreviver do que eu. Com certeza minha comida era o que sobrava dos pratos de Leopoldo e sua mulher. Eu não podia confirmar, mas da maneira que chegava toda mexida era isso que eu pensava.

Quando fui expulsa da casa o homem de sorriso debochado me estendeu a mão para me ajudar. Pensei séria mente em não aceitar, mas quando ele abriu a boca para dizer que tinha um plano para me tirar de lá eu me assustei.

Eu conhecia aquelas vós, como alguém que me viu acorrentada, maltratada, sendo mictório de outro ser não fez nada, para me proteger ou ajudar, porque eu acreditaria nele agora, o que mudou?

Desde o dia que ela chegou nunca mais pus meus olhos em Leopoldo, nem ele me procurou mais. Meu uniforme era mostarda, se misturava com a sujeira e as fezes dos animais tornando uma coloração de merda.

Eu estava morando com os animais, inclusive meus cães, eu não era mais maltratada fisicamente, mas meu psicológico estava um lixo. A pior parte do dia era tratar e limpar as jaulas dos javalis. Eu não tinha muito conhecimento sobre eles, mas sabia que, eram sociáveis, e não eram territorialistas, e também não eram tão grandes.

Aqueles eram enormes, ferozes, agressivos, não conseguia entender, no Brasil era comum ver grupos detonarem plantações inteiras. 

Seus dentes enormes saltados para fora eram aterrorizantes, eram muito afiados, devagar fui descobrindo que os grupos eram matriarcais, ou seja, as mães se reunião de três a cinco animais formados por elas e suas crias.

Também havia grupos grandes de até vinte animais, com machos e fêmeas. Eles têm a visão bastante falhas, em compensação seus ouvidos são bem ávidos, atacam sem medo, sem se importarem com o tamanho do inimigo.

O lugar onde estavam era enorme e muito alto, pois eles eram capazes de saltar obstáculos de até um e cinquenta de altura. A melhor hora do dia era tratar dos meus animais, lá eu podia entrar sem medo que algum me atacasse. No começo ficaram um pouco arredios por causa do cheiro dos outros bichos.

Eu estava um trapo, mais magra, cabelo todo embolado de nó por falta de hidratação, minha pele completamente ressecada, as unhas davam para se plantar cebolinha, eu tinha direito a um banho a cada três dias. Eu me sentia um bicho feio, esquecido por Deus, Todos os dias eu orava antes de abrir a jaulas dos javalis, eu tinha um corredor que me separava das jaulas, mesmo assim o medo era constante, eram enormes, fortes, um embate meu com um deles seria meu fim.

Eu só ousava passar a portinhola depois que todos daquela jaula saísse para o espaço aberto, um tipo de banho de sol para eles. Havia bastante filhotes eu não os temia, cheguei até pegar alguns no colo, eram bem feinhos.

Ja ia me recolher para dormir quando um dos seguranças da casa veio me buscar. Não fazia ideia do que queriam ou fariam comigo, pois não tinha nem mesmo o direito de perguntar, eu era uma mera prisioneira.

O homem abriu uma porta lateral estreita e me empurrou para dentro. Cai no chão com sua truculência, levantei meus olhos e vi a sala ampla com muitos monitores. Mais à frente estava Leopoldo sentado em uma cadeira com a mulher em pé ao seu lado.

Exuberantemente bem vestida, penteada, ela era linda, seus cabelos pareciam fios de ouro, até seu perfume era agradável, ela tinha classe, mas no íntimo era uma bruxa. Só uma bruxa coloca um ser humano para dormir com os porcos.

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