SEM REVISÃO CONTÉM ERROS.
CARLOTA CAPÍTULO 27.
Eu sabia que viria me usar como um objeto qualquer, eu sentia me consumir de ódio dele. Meu couro cabeludo estava queimando, tamanha a força que me agrediu. Eu o arranhei, eu tentei me livrar daquela agressão e quanto mais lutava para sair do seu domínio, mais força ele empunhava.
Cinco minutos ou mais havia se passado, uma cólica forte me rasgava a barriga, completamente as cegas pelo vapor tateei a parede até achar o registro. Me apoiei e me ergui, voltando para debaixo da água que caia quentinha. Sentia dor, sentia medo que ele voltasse, mas iria aproveitar aquele pequeno instante onde aquela água levava minhas lágrimas e confortava meu corpo, aliviando minha pele dos maus tratos sofridos.
Perguntava e pensava, até quando? Até quando viverei nesse tormento? Se gritar, chorar implorar, não adianta, parece que meus gritos minha revolta o alimenta e ele se refastela na minha desgraça. Desliguei o chuveiro, apanhei uma toalha e me enrolei. Não sabia se saia do banheiro, se corresse e trancasse a porta do mesmo, ou sairia dali e me vestisse, eu não sabia o que fazer. Não sabia como agir, temia me movimentar e meus movimentos desencadearem sua ira, eu o temia!
Outra cólica forte veio e me agachei cruzando meus braços buscando me esquentar para a dor sumir. A porta do banheiro estava aberta e resmungos foram tomando o cômodo, me levantei e fiquei quieta esperando; era ele, mas não entrou no banheiro. Resmungos se transformaram em gritos, não se ouvia passos, não era uma briga, uma discussão, eram gritos de pavor.
Me movi até a porta, assustada, apavorada, espiei, não consegui ver nada, me esgueirei pela parede na ponta dos pés, nervosa. Minhas mãos agarradas na toalha, meus dedos amassando o tecido, consegui sair e ter uma visão ampla de onde vinha os gritos.
O monstro se debatia, gritando, a porta do quarto estava alguns passos eu só precisava correr. Mais o medo dele despertar e me ver era maior, minhas pernas não me obedeciam. Tinha medo até de respirar e acordá-lo. Ele continuava se debatendo, o corpo todo exposto, nu, seu pescoço virava de um lado para o outro, de repente um grito mais agudo rompeu sua garganta, o fazendo despertar.
Eu estava bem na sua frente, quando me viu fechei meus olhos, esperando seu ataque, ouvi seus passos se aproximando, a toalha era minha taboa de salvação, segurava com tanta força que meus dedos queimavam. Pensei que me bateria por eu o estar espiando, eu vi dor nos olhos do Diabo. Como era possível, o Diabo inflige dor, humilhação, ele não tem dor.
O chuveiro foi ligado, abri meus olhos, ele havia passado por mim sem me agredir, fiquei lá parada sem me mexer, sem fazer o menor ruído. A água foi desligada, meu coração disparou, ele estava voltando, seria agora que ele viria com tudo pra cima de mim. Eu esperava seu bote, mas foi tão rápido, tão truculento que só me lembro da minha cabeça batendo no chão.
Acordei no quarto de tecidos preso no teto, meu corpo todo doía, tentei me mexer e descobri que estava acorrentada, e, nua. Ainda tinha marcas de quando me prendeu naquele porão frio, faria o mesmo agora me deixaria ali acorrentada sobre a cama?
Me debati para escapar, foi inútil, devagar fui identificando as dores do meu corpo, braços, pernas, bunda, costas, e uma dor de cabeça insuportável. Eu não tinha dúvidas que ele me abusou desacordada.
Ele me castigava porque o vi fragilizado, ele era monstruoso, sem piedade. Apareceu no quarto de repente puxando meus cabelos, perguntando:
-O que você ouviu? Meus olhos corriam de um lado ao outro da sua face, sem entender sua pergunta. -A cadela vai responder ou vou precisar, arrancar o resto de cabelo que lhe resta?
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O SABOR DO PECADO COMPLETA.
RomanceObra completamente fictícia, nome lugares, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. UM ROMANCE DARK. Para maiores de 21 anos, contém cenas de violência, física e verbal.