LEOPOLDO CAPÍTULO 19.

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SEM CORREÇÃO, CONTÉM ERROS.

CAPÍTULO 19


Sentado à mesa, a esperava para que se juntasse a mim. Batia o cabo da colher sobre a toalha branca de algodão impaciente pela demora. Os minutos se passavam o chá esfriava dentro do bule e nada da minha digníssima esposa descer. Ordenei a Silvia que fosse acordá-la que a trouxesse para me acompanhar. 

Depois de toda a explosão de desejo e tesão descomunal entre nós, revelei que era minha esposa, a forma que me olhou, me repudiando, perdi o controle. Se mostrou enojada, indignada, não me contive, quando a ouvi que não sentia nada por mim a não ser nojo, não vi mais nada, senti vontade de arrancar o coração dela e dar aos cães. Quem ela pensava que era?

A culpa era dela, ela me fez perder o controle e esbofeteá-la até que desmaiasse. Depois que tomei um banho, sai do quarto de tecidos e me joguei na minha cama. Eram cinco da manhã e o dia já estava claro, exaustão me tomava por inteiro, avistei meu telefone sobre o lençol. 

Afastei o aparelho me deitando sobre os travesseiros macios. Nunca me afastava do meu telefone, era controlador com meus negócios. Rígido com meus funcionários, também porque fazia anotações importantes que não queria esquecer, precisava estar bem informado de tudo. 

Cruzei meus braços debaixo da cabeça cruzei, também minhas pernas fechando meus olhos em seguida. Não conseguiria dormir mais aquele horário, apenas me deitei sobre a cama nu. Fazia um resumo mental dos últimos acontecimentos, temia esquecer os detalhes. A noite havia sido prazerosa além do que foi planejado. Pensar no encaixe do meu corpo com o dela me despertava uma fome visceral, o desejo que estava sentindo pelo corpo dela sobrepujava ao ódio.  

Uma fagulha de lembrança da confissão com o padreco começou martelar minha mente, disse a ele que a entregaria quando estivesse em pedaços. Queria subjugá-la, quebrá-la, me manter longe do seu olhar, para quando ouvisse o som da minha voz o medo a consumisse. Pretendia usar seu corpo, me manter na sombra, oculto, me alimentar do seu pânico quando me aproximasse. Fui traído pelo prazer, tragado e consumido no desejo, meu corpo me traiu e quanto mais a possuía mais ele sentia fome pelo corpo dela. 

Não podia ser daquele jeito, tudo estava fora do controle, sem direção.

Nada aconteceu como o planejado, quis que ela me olhasse em meio a profusão de prazer que nos engolfava, porque não foi só eu que se deleitou de prazer. Seu corpo foi levado ao extremo e em meio a dor que a causava o prazer se manifestava e ela se perdeu, minhas mãos sentiu sua pele se arrepiar, meu pau foi afogado na sua libido.

O toque do celular me fez despertar das bobagens que revoava em minha mente. Era meu advogado Cristiano. O mundo escuro que eu trilhava as vezes podia me trazer alguns infortúnios, como por exemplo: a polícia fazendo perguntas e xeretando onde não devia. As vezes era como andar em uma corda bamba, por isso tinha ao meu poder os melhores advogados que o dinheiro podia pagar.  

-Alo! -Leopoldo fui avisado que os federais estão vasculhando o porto. 

- Outra vez?! A última carga foi removida, já se encontram na fazenda.

-Sim, eu sei, eu mesmo cuidei do deslocamento mais rápido que pude.

-Então porque está me ligando a essa hora?

-Essas batidas estão acontecendo com um pouco mais de frequência do que o habitual, não estou gostando.

-Não é pago para gostar Cristiano! - É pago para resolver e tirar qualquer pedra que se puser em meu caminho. Respondi impaciente.

-Existe alguma denúncia referente a tráfico humano? 

-Sim, estouraram um contêiner encontrando vinte chineses, um deles contou à polícia que foram contratados para trabalharem no ramo da confecção.

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora