CARLOTA CAPÍTULO 41.

863 161 68
                                    

SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

CARLOTA CAPÍTULO 41.

Não podia ser verdade; seu pai será aquele que se curvar e beijar a mão, era mentira padre Basilio? O olhei nos olhos, com tinha desespero nos olhos dele. Dei um passo atrás, olhei para todos os lados pedindo socorro, alguém para dizer que não, que eu estava enganada.

-Carlota, me perdoe. Tudo que ele havia feito para mim veio como avalanche, colégio particular, aulas de etiquetas, dizia ser um amigo íntimo da minha mãe, pagou minha faculdade. tudo, toda minha vida ele esteve presente no silencio.

Era muita coisa para processar. -Carlota me perdoe, vamos conversar! Não, haveria conversa eu estava no inferno por culpa dele. Por um simples olhar de piedade o denunciou com a verdade. Minha amiga Soninha me vendo perdida, veio ao meu socorro.

Pegou minha mão me levando para fora, a acompanhei ainda inerte com a descoberta sem misericordia de Leopoldo e sua megera. Eu não tinha um dia de alegria, dedes que aquele diabo me sequestro.

Como um objeto, um presente fui dado a sua amante, sim sua amante porque eu era a esposa e nunca fui honrada como tal. Comigo foi só abusos, maldade, dor, ele sabia de tudo, ele foi cumplice, qual o papel do padre nessa história de abusos?!

Eu chorava, me desesperava Soninha queria saber o que eu tinha porque todo aquele pranto. Me abaixei entre os arbustos e a parede, não queria ninguém me ver humilhada. O padre veio atrás pediu para Soninha nos deixar a sós.

 Educada, compreensiva, se afastou entrando na mansão. Carlota eu fiz um juramento que assim que eu a encontrasse contaria toda a verdade. Me perdoe, não queria que fosse dessa maneira.

Seu marido e suas crueldades não tem limites. - Sempre pensei que estava sozinha, que o senhor era um anjo, por tudo que me fez de bom. Mas tudo tinha um porque não é mesmo?

Meu pai, o senhor é meu pai, está envolvido com as loucuras de Leopoldo?

-Não pelo amor de Deus, aquele homem é louco.

-Louco, o senhor não sabe de nada, Leopoldo é o próprio diabo, olhe para mim, olhe meu estado, me vê arrumada elegante, isso aqui tudo é fachada. Sabe onde moro nas duas últimas semanas? No chiqueiro dos porcos, sou a tratadora deles e dos cães da ONG.

-Eu não sei o que dizer, eu tinha um discurso pronto, mas agora te vendo, ouvindo sua lamuria eu estou sem palavras. -Claro que está, qualquer pessoa de bom senso ficaria mudo com tudo que contei. Isso não é nem a metade, fui estuprada, acorrentada, chicoteada, cortou meus cabelos.

Sabe o que desejaria agora padre? Ele ficou quieto. -Eu quero a morte, quero o fim de tudo isso, vê esse anel, é aprova que pertenço a ele. Sabe qual foi a última que ele fez? O padre continuava sem fala. - Me presenteou a sua amante, a loira de vestido elegante cheia de requinte e glamour.

Me deu a ela como se dá um cachorro, ela me colocou no chiqueiro, ele não se opôs. Eu pertenço a ele, mas também a ela. Eles brincam com minha vida como se eu fosse um fantoche.

-Vamos embora eu te levo agora, aproveitaremos que todos estão entretidos com a festa.

-Nem todos padre, Carlota é minha mulher, ela não vai sair dessa fazenda. -Olhe pra ela parece anêmica, sem vida, seu corpo está pele e osso. - Isso não é da sua conta. Leopoldo me levantou pelo braço circulando as mãos na minha cintura.

-Ela só sai do meu domínio quando estiver morta. -Eu já estou, só que não se deu conta ainda. O homem que chegou com o padre também se aproximou. Sou Lisandro teu sogro. E daí que era meu sogro, mudaria no que minha situação.

-Eu sou o culpado de tudo isso, me perdoe, eu só pensei na promessa. Quando Leopoldo me disse da tal promessa eu não acreditei agora estou aqui no meio dos culpados pela minha desgraça. -Eu não o perdoou padre, nem você senhor Lisandro, tudo que passei, enfrentei, e ainda vou enfrentar, foram vocês os culpados.

A bruxa apareceu e pediu a Leopoldo para me entregar a ela, a festa ainda não tinha acabado, pensei que me levaria para dentro, mas não, me jogou dentro de um carro e me mandou para o chiqueiro dos porcos. Não pude nem me despedir da minha amiga.

 O padre o Lizandro ficara olhando-a me arrastar. Por favor a deixe aqui, vou levá-la comigo, sou seu pai eu devo isso a ela. - Sinto muito padre mas hoje eu não aceito sua companhia, talvez um dia lá na frente, quem sabe.

Cheguei no chiqueiro abri a porta do carro e entrei, ainda vestia o vestido pomposo e os sapatos de saltos finos.  

Me joguei em um monte de feno e lá mesmo adormeci. No dia seguinte não me trouxeram o uniforme, trabalhei o resto da semana com o vestido. Para facilitar eu caminhar rasguei a lateral, os sapatos estavam jogados em algum canto eu nem me lembrava mais.

A história do padre ser meu pai não me deixava em paz, não conseguia encontrar perdão para nem um deles. Os animais foram se acostumando ao meu cheiro, eu não sentia mais medo deles e nem eles a mim.

Conseguia entrar nas celas, colocar a ração e sair sem que nem um me atacasse. Nunca mais vi o padre ou qualquer outra pessoa daquela mansão. O homem que disse me tirar daqui nunca apareceu. Principalmente Leopoldo.

Eu estava isolada ninguém conversava comigo os meses foram se passando, em uma manhã fria, e gelada senti algo mexer dentro da minha barriga, apesar da magreza ela estava grande. Me toquei que não menstruava mais.

Poderia eu estar gravida? Nunca usamos preservativos, na última vez ele não me estuprou ele transou comigo, seria pior se eu estivesse gravida de um estupro. Na manhã seguinte amanheci com muitas dores no pé da barriga. Passei o dia sentindo muitas cólicas quase não dei conta de tratar dos animais.

Ouvi barulho de um motor parando, estava com muitas dores não me levantei para saber quem era, passos foram se aproximando. -Acho que será está noite, tem que ser essa noite, ou estarei perdida. 

A megera entrou no chiqueiro com mais duas mulheres e um homem. Ele tinha uma maleta, eu estava com tanta dor que não me mexi. Uma água desceu pelas minhas pernas.

-É agora seja rápido, gritei pedi socorro, mas ninguém veio me ajudar, me aplicaram alguma coisa e as dores aumentaram. Senti meu corpo expulsar algo, eu estava meia dopada, mas vi a megera enrolar algo em um pano e sair.

-Espere tem outro. -Outro! Não, esse eu não quero, vai ficar preto. Deixe com ela eu não preciso desse, agora tenho que me livrar dela, o carro está pronto para sumir com ela de uma vez.

Em meio a dor eu escutava tudo que ela ordenava, ela era, minha dona estava se livrando de mim, seria minha libertação ou minha morte?

 VOTE E COMENTEM.

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora