LEOPOLDO CAPÍTULO 7.

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CONTÉM ERROS SEM REVISÃO.


LEOPOLDO CAPÍTULO 7.


Desci do jato preparado para enfrentar o inverno que castigava Londres. Sentia o peso do casaco longo revestido de lã de ovelha nos meus ombros. Enquanto o verão no Brasil convida os brasileiros a banho de mar, sol, pouca roupa. Nos londrinos nos aquecemos a frente de grandes lareiras e muito chá.

A neve cobria, telhados, calçadas, árvores e ruas, um espetáculo a céu aberto para quem era admirador.

Os meses de janeiro e fevereiro eram os mais rigorosos de todo o inverno que se estendia até março, transformando tudo num grande cartão postal.

Eu devia tê-la trazido, assistir o frio endurecer seus ossos, seus dentes rangerem, sua pele ser queimada no ar congelante até ouvi-la implorar por socorro. O que os turistas chamam de fenômeno da natureza, ela chamaria de inferno gelado.

-Se me tocar lhe quebrarei as Pernas. Eu fechava meus olhos e pequenos fragmentos se revelavam-me, havia, a sentia, me recriminava, porque diabos fui aquele quarto? Meus pensamentos se rebelavam, se apresentando a minha frente, não sessavam por mais que eu tentasse fugir me perseguiam, repetindo -se inúmeras vezes, como num lupin.

-Não desmaia cadela, eu ainda nem comecei. 

Era como se ainda tivesse naquele quarto, sentia suas mãos presas aos meus braços. O estrondo do corpo caindo no chão. O dorso da minha mão queimando com o impacto, seus gemidos, gritos. O que estava acontecendo comigo? Com minha mente? Eu não queria aquelas lembranças, e o pior era que não conseguia apagar.

-Consumou o casamento? Salomão invadiu meu quarto de supetão e as lembranças se dispersaram, pelo espelho o fitei e respondi. -Não! -Eu vi quando entrou no quarto? Ouvi o pranto dela. Falava com afirmação, meus punhos se fecharam com raiva sobre a bancada. -Porque? Porque está mentindo? Eu não mentia apenas não tinha certeza, mas minha mente queria me mostrar, se rebelando a cada segundo daquela manhã, eu me negava a ver a verdade. -Não estou mentindo, eu estava fora dos meus sentidos, não tenho certeza do que realmente aconteceu?

-Eu o vi se embebedando, talvez o álcool só o encorajou a fazer o que seu corpo desejava. Me virei e rosnei para que se calasse. Seu tom era despeitado, ressentido, a dias percebia que quando se aproximava seu tom era de provocação. O mirei desgostoso daquela conversa estupida, esbravejei com ódio.

-Não se deseja o que te provoca repulsa! Quando acordei naquele quarto me dando conta do que podia ter acontecido eu vomitei, não admito que a toquei, nem em meus pensamentos, pensei, ele me avaliava, me sondava. -Repulsa não foi o que ouvi ontem à noite, ao contrário, gemia e urrava pior que um animal rasgando um pedaço de carne.

O infeliz insinuava que senti prazer, que a desejei, estava delirando!

-Repulsa e desejo correm por caminhos diferentes primo, desejo é aspiração, vontade por querer algo que se cobiça, eu não a cobiço, eu a abomino!

Expliquei, continuei cuspindo meu desprezo para ele, e que de uma vez por todas ele entendesse. Repulsa, significa repelir, quando repelimos algo é porque sentimos nojo, ela me provoca nojo! Terminei de cuspir as palavras enojado, queria ele vendo minha indignação, para que parasse com a falação, ele continuava a me avaliar, focado nas minhas expressões, na minha fala, no meu tom.

Em meio nossa conversa mais um fragmento da noite foi revelado e, me vejo ensandecido correndo a língua em sua nuca, sentindo sua pele, quase poço vê-la, sentir seu sabor, fechei meus olhos, um arrepio frio percorreu minha espinha. Pavor por ele estar certo.

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora