CARLOTA CAPÍTULO 38.

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SEM CORREÇÃO, CONTÉM ERROS.

CARLOTA CAPÍTULO 38.

Fui levada para meu antigo quarto, duas mulheres me esperavam, tiraram minhas roupas e uma delas enfiou aquele macacão fedido dentro de um saco preto, me deixando nua.

A outra pediu que eu a acompanhasse para o banheiro. A banheira estava cheia e espumosa, educada pediu que eu entrasse. Fiz exatamente o que ela mandou, quando sentei emergem-me por inteiro dentro daquela água quentinha e cheirosa. Só pensei em aproveitar a oportunidade.

Me senti abraçada, acolhida, foi uma sensação que a dia eu desejava, elas saíram do banheiro e me deixaram só. Pude lavar meus cabelos, ensaboar minha pele, escovei meus dentes, esfreguei meus pés e mãos.

 Me esquecendo por um momento do chiqueiro, do seu fedor. Com a água quase fria decidi sair e fui para de baixo do chuveiro, aproveitei cada segundo, mas não parava de pensar no que eles disseram. Meu pai estaria na tal festa, como será que ele era? Será que fazia parte de toda essa monstruosidade que faziam aqui?

Eu sempre com muitas perguntas sem respostas. Depois de bem limpinha e cheirosa me enrolei no roupão e me encostei de lado na cama, adormeci, sonhei que me acariciavam com pluma de algodão, delirei com aquela sensação gostosa, cheguei suspirar. Era um suspiro de agradecimento, leveza, eu necessitava ser cuidada, amparada por um minuto, nem que fosse em sonho.

De repente um cheiro a mais invadiu minhas narinas, o cheiro era bom, era gostoso, meu corpo aceitou e suspirei mais uma vez, queria aquele aroma sobre minha pele carente. Fui acordando devagar, a mão pesou no meu quadril pinçando minha carne. Deslisando por todo meu corpo.

Comecei a tremer e meu coração disparou, não era sonho, era real, era Leopoldo dentro do quarto. O monstro dos meus pesadelos, estava ali ao meu lado, se apossando de tudo sem permissão outra vez.

-Tenho fome de você, tenho sede, sinto tantas coisas que me confundi, sei que fingi que dorme, não me quer, nem mesmo o meu toque aceita. Não me importo que sinta medo de mim, ao contrário fico excitado.

Não respondi, nem que sim, nem que não, apenas tremia muito, quando ele tentou enfiar a mão por baixo do roupão a porta foi aberta bruscamente, o fazendo recuar.

-Você errou de quarto querido?-Não, sei exatamente onde estou. A mulher emudeceu, então disse: 

Saia, quero falar com essa coisa a sós, conversa de mulher para; outra. -Não demore, deixe a descansar, amanhã ela terá um dia cheio. Eles conversavam e eu nem me mexia, continuava tremendo. Mas não passou despercebido seu comentário.

Senti sua presença se afastar, assim que se levantou da cama, em seguida a porta bateu.

-Levante-se e tire esse roupão agora! Eu não tinha nada por baixo, apenas aquela peça em meu corpo, o que ela queria? Fiquei tão deslumbrada com o banho que esqueci de colocar uma roupa. Nem mesmo uma calcinha eu usava.

-Garota maldita! sei que está acordada, levante-se, faça o que estou mandando!

Me levantei, ela acendeu a luz. - Tire o roupão e fique de lado. Obedeci fazendo tudo como ela ordenava. -Agora fique de frente! - Tem sentido alguma coisa por esses dias?

-Não entendi? -Você é burra ou está se fazendo de sonsa para me comover?

-Eu realmente não entendi a pergunta. -Vou repetir de uma forma que esse seu cérebro lerdo entenda. Tem se sentido cansada, mareada, com muito sono, por esses dias.

-Não, trabalho e me sinto normal. 

-De hoje em diante estarei mais atenta ainda a você.

Ela saiu, corri no banheiro para procurar o que ela procurava em mim, fiquei na frente do espelho e me olhei de todos os ângulos. Eu havia emagrecido, mas minha barriga estava um pouquinho cheia, talvez você inchaço da ração que provei.

fui ao closet não encontrei uma peça de roupa minha, estava vazio, o jeito foi colocar o roupão e me deitar novamente com ele. Mas dessa vez tranquei a porta, a chave estava lá não queria correr o risco de Leopoldo entrar novamente. Talvez teria uma cópia não sei, não queria pensar nessa possibilidade.

Me tranquei e desmaiei pelo cansaço físico que sentia. É, eles tinham uma cópia da chave, logo pela manhã o quarto foi invadido por muitas mulheres e empregados. Uma abriu completamente a cortina, a outra puxou uma arara para dentro do quarto, outra veio com caixas de sapatos, maletas de maquiagem, era um arsenal de coisas.

Eu havia passado um dia completo de princesa, eles queriam tirar qualquer indicio que eu morava no chiqueiro dos porcos. -Maquiagem, roupa, sapato, penteado, joia, tudo foi escolhido pela bela megera.

Eu estava exausta de ser jogada de um lado para o outro o dia inteiro fui uma boneca nas mãos deles, á, entes que me esqueça, me serviram café da manhã, almoço, café da tarde e um lanche antes da festa. Fiquei presa dentro do quarto o dia todo, quando a noite caiu e a lua brilhou no céu Leopoldo adentrou o quarto.

Eu estava sentada, quando ele entrou, me assustei e me levantei correndo, então senti uma leve vertigem, coisa rápida quase insignificante, ele estava só, sem a tal Ravena ao seu lado. Descobri seu nome ouvindo os funcionários do dia a chamando.

-Na festa de Frederico lhe apresentei como minha esposa, mas faltava algo, hoje não terá falhas.

Ele tirou do bolso uma caixa vermelha de veludo, abriu e me pediu a mão esquerda, eu quase cai para trás, eles estavam levando tudo aquilo muito a sério, ele colocou o anel em meu dedo e me deu o dele para que eu o colocasse.

-No mesmo instante a megera chegou.

-Não precisa dessa formalidade coloque você mesmo. -Cale a boca e saia, estou começando a ficar farto de você. -Não fale nesse tom comigo na frente de estranhos, muito menos desse ai!

-Já pedi para sair, ou quer que eu a bote para fora? -Eu vou porque sei que está fora desci.

Mantive minha cabeça abaixada enquanto eles conversavam, mas mesmo assim vi o vestido que ela usava, era muito bonito, vermelho sangue. Ela escolheu para mim um preto tubinho com um laço enorme na lateral.

Ele ainda esperava que eu colocasse a aliança então fiz o que ele pediu, escorreguei o círculo largo dourado em seu dedo esquerdo. -Isso prova que é minha esposa. 

-Por essa unica noite, amanhã serei jogada novamente no chiqueiro dos porcos.


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