CARLOTA CAPÍTULO 49.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

CARLOTA CAPÍTULO 49.

A conversa com o padre não foi fácil, saber de tudo que minha mãe passou foi muito forte, triste. Aquela mulher não era diferente de Leopoldo, ela era, foi cruel, não sinto pena do seu fim. Não sinto pena do que o padre fez com ele, ele mereceu cada porção de dor, cada porção. Eu estava com o coração endurecido, aquelas pessoas que me maltratarão fizeram isso comigo.

Fiquei na casa do padre até resolver o que eu faria com aquela propriedade, aquele lugar era um santuário de dor, de sofrimento. Meus filhos estavam protegidos comigo, a mãe deles. Me reuni com Salomão Senhor Lizandro e o padre. Tinha que dar um jeito naquela crueldade que acontecia lá sem colocar se quer algum de nós em risco, meus filhos não seriam herdeiros daquela monstruosidade.

O tal labirinto estava com os dias contados, pensamos juntos e chegamos a um veredito Salomão com sua inteligência ímpar, bolaria uma explosão de gás ao vivo. Ninguém mais morreria naquele lugar, nem os animais sairiam prejudicados.

Elizabete já havia saído da fazenda, partiu no dia seguinte da nossa visita deixando sua nora para trás. Ravena já estava a dez dias no chiqueiro. Minhas ordens era para que ficasse lá. Entramos na sala onde o evento era transmitido, não podia ser feito assim que começasse tivemos que sacrificar alguns, vinte minutos de horror ainda foi transmitido, então as explosões começarão.

 Salomão começou explodir pelo lado vazio do labirinto enquanto do outro lado as pessoas e os bichos foram sendo retirados. Havia passagens secretas por todos os lados, era como uma casa de formiga um centro e suas canaletas. Acho que foi o único momento de felicidade naquele lugar. De repente o celular de Salomão se pos a tocar e os outros que tinham na sala.

Eram os tais sócios querendo saber o que estava acontecendo, sua resposta foi simples e objetiva. Como estavam bem abaixo da superfície uma corrente de gás havia causado as explosões e o show terminava. Os ânimos foram acalmados, na verdade ninguém queria envolvimento com o que acontecia ali, eles só se importavam om o show de horrores.

Fechávamos um ciclo de horror, ajudamos os vivos que sobrarão, os animais cada um foi levado de onde foi tirado, como todos os humanos que ali estavam. A fazenda era enorme, as casas ficavam bem longe do centro onde estava o labirinto. Não sofremos nem um impacto.

No dia seguinte a destruição fui até o chiqueiro ver como a nova tratadora estava caindo aos meus pés de joelhos pediu por misericórdia. Eu já havia ido para mandá-la embora, mas vela se arrastar nos meus pés foi, bom, vamos deixar essa parte nas entre linhas.

Salomão a trouxe Salomão que a devolvesse, meu assunto com ela estava resolvido.

  TRÊS ANOS DEPOIS.

Eu não sabia mais nada dele, a neblina havia se tornado uma fazenda de café verdadeira, tinha muitos trabalhadores o café era de excelência. O projeto do shopping com o nome da fazenda seria inaugurado. Eu continuei com a ideia dele, éramos os maiores produtores do país. 

Salomão continuava como sócio, os federais pararam de nos persseguir, meus filhos cresciam livres e saudáveis, eram lindos, inteligentes. Eu não deixei a fazenda, destruí a casa antiga e construí outra dois mil metros longe. 

Eu sei que não faz muita diferença, mas me sinto bem assim, Isla sempre nos visita com a pequena Dandara. Lizandro e Basílio também visita bastante os netos, ainda não os perdoei, mas consigo conviver com os dois.

Lizandro algumas vezes tentou puxar o assunto Leopoldo, mas o cortei, eu não queria saber nada dele, se estava vivo se estava morto não me interessava. Na noite da inauguração, do Shopping eu senti que estava sendo observada, andava em meio aos convidados conversando com todos, ganhei flores de alguns cantadas de outros.

Para mim tudo era trabalho, dancei com Molina, ele me contou que investigava Leopoldo, que para isso teve que se aproximar do senador. Soninha se tornou minha secretaria particular, é, eu estava poderosa, contei a ela tudo que vivi, ela me perguntou se tinha medo da volta dele, disse que não. Mas lá no fundo ele me causava calafrios, e alguma coisa a mais que eu não sabia responder.

Meus filhos, Bento e Bernardo eram copias dele, Bernardo ainda mais, seu olhar era idêntico, Bento herdou sua elegância inglesa, mas seus olhos eram escuros como os meus. A festa terminou e eu continuava com a impressão que era vigiada. Durante aquela semana Lizandro tentou por muitas vezes falar comigo, mas estava muito ocupada com a inauguração que não pude ouvi-lo. Mas a semana inteira me senti vigiada, talvez era coisa da minha cabeça, comentei com Soninha.

Ela contratou uns seguranças a mais para o escritório que ficava na cidade. Ela não me achava louca, depois de tudo que ficou sabendo, até ela sentia pavor dele. 

Eu ocupava cem por cento do meu tempo para não pensar nele e na sua possível volta. Mas quando eu colocava a cabeça no travesseiro sua imagem vinha forte, era um veneno na minha mente, também tinha meus demônios. Não escondi dos meninos que eles tinham um pai, coloquei até um quadro dele sorrindo no quarto dos meninos.

 Eles conheciam sua face e seu nome, claro que depois do que o padre fez acredito que alguma coisa tenha mudado, pouca coisa. Depois da festa Molina veio até mim me convidando para ir no seu apartamento, recusei, eu estava quebrada para o resto dos homens do mundo.

Salomão um tempo também tentou, mas recusei, ameacei até dissolver a sociedade, então ele parou. Ainda usávamos o helicóptero para chegar na fazenda, entrei na casa com as sandálias nas mãos, cansada, os pés doendo, quando coloquei o pé no primeiro lance de escada ouvi. 

-Carlota. Um calafrio desceu minha espinha, o inferno me abria o chão.

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