CARLOTA MARIA CAPÍTULO 18.

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SEM CORREÇÃO E CONTÉM ERROS.

CARLOTA, CAPÍTULO 18

Abri meus olhos assustada com um toque frio no meu ombro. Levantei meu corpo bruscamente e uma pontada aguda nas costelas me fez deitar novamente, cai para trás me chocando no colchão. Meus olhos se fecharam em proteção, levei meu braço direito cobrindo meu rosto, o simples movimento do meu braço pesou na minha face trazendo com ele dor. 

Ouvi as cortinas serem arrastadas, espiei por entre meu braço recebendo intrusos raios de sol que atravessavam a vidraça, o dia parecia ter chegado lindo, mas meu espirito era incapaz de se sentir feliz pelas dores esmagadoras permeando me. Me encolhi, um lençol fino estava sobre meu corpo, até mesmo sua leveza me causava incomodo. O agarrei com as duas mãos me virei para ficar de lado, meu corpo todo doeu, gemi, até conseguir ficar na posição que almejava. 

-Senhora acorde, o patrão a espera para o desjejum. Minha mente me fez recordar a noite passada, um sentimento de ódio tomou meu peito, me sentia exausta. Aquele ser execrável me queria a mesa com ele, que jogo doentio era aquele? Eu estava toda dolorida, ardida, cabeça explodindo, só queria ficar sozinha, em silêncio.

-Senhora Carlota, precisa levantar, senhor Leopoldo está a mesa a sua espera. Ela insistia, será que não via o estado deplorável que me encontrava? Não se apenava do meu sofrimento? será que não ouviu meus gemidos de dor ecoando entre as paredes? Forcei meus olhos se abrirem, minha visão estava meia que embaçada, dificultando me localizar. 

-Diga a ele que não tenho fome! Falei, limpando meus olhos com o lençol.  

-Senhora, ele não pediu que a chamasse, ele ordenou que a senhora descesse. Arrastei meu corpo até a cabeceira da cama, minhas costas se acomodaram numa espessura macia. Passei o lençol outra vez sobre meus olhos para tirar aquela sensação de embaçamento irritante. Quando consegui meu intento, descobri que o que me afligia os olhos eram gotículas de sangue dos tapas que ele havia me desferido noite passada.

Levantei meus olhos para mulher em pé aos pés da cama. -Me ajude a fugir desse inferno! implorei a ela. A loira arregalou os olhos mirando a porta imediatamente, verificando se alguém estava a escutar.   

-Levante-se senhora, irei preparar seu banho. Como se não tivesse pedido nada, ela saiu da minha presença me deixando a sós com minha dor, e o pavor de estar casada com aquele Diabo, malvado. Busquei me mover para fora da cama, mas estava difícil, sentia dores em lugares inimagináveis, meus pés tocaram o chão, impulsionei meu corpo para me colocar de pé, soltei o lençol.

A loira voltou ao quarto, resmunguei. 

-Se não vai me ajudar a fugir, pelo menos vá buscar um analgésico para tirar as dores que sinto. Ou irá fingir não ter me ouvido outra vez? Eu não era grossa, não era mal-educada com as pessoas, mas eu estava no meu limite e as dores estavam consumindo minha paz interior. Ela não estava ali para ser minha amiga ou coisa do tipo, ela era minha carcereira. Paga pelo Diabo para me ver quebrada. Por Deus! Eu estava péssima e ela não demonstrou qualquer tipo de sentimento, não demonstrava um pingo de empatia por mim.

-Vou ajudá-la a chegar no banheiro, lá tem os remédios que precisa. Assim que meus pés tocaram o piso frio do banheiro me segurei na bancada da pia. 

Meu reflexo surgiu no espelho, foi inevitável não sentir pena de mim mesma, era lamentável parecia que eu tinha saído de um filme de terror.  Dedilhei minha face em cada corte e inchaço que via.  Gritei implorando a mulher que encontrasse logo o que precisava ou iria cair no piso pelas dores horríveis e a imagem dos hematomas que tinha.

Ela pegou a caixa de primeiros socorros depositando sobre a bancada, quando reconheci a cartela de comprimidos que usava tomar, quando tinha dor ou febre, descartei dois jogando na boca tomando água no bico da torneira para engoli-los. 

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora