RAVENA CAPÍTULO 40 PARTE 1.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

RAVENA CAPÍTULO 40, PARTE 1.

Cheguei neste país quente a noitinha, tudo que Salomão me contou ainda parecia brincadeira. Definitivamente eu não conseguia engolir que ele havia se casado com uma qualquer. Todos esses meses me ignorando, me senti como se eu não existia. Eu era o centro do mundo dele!

Ele era meu noivo, quase marido, praticamente morávamos juntos. Eu precisava ver para crer! Frederico daria uma festa e Leopoldo era um convidado, Salomão me garantiu. O que ele me diria, ele me largou na igreja sumiu e vem para o outro país e se casa! Não dava para digerir, era muito pra mim, eu estava indignada.

Salomão me mostrou uma foto da suposta esposa de Leopoldo. Ele abominava aquela raça preta?! Fui de acompanhante de Salomão a festa, não confrontei Leopoldo de primeira, esperei fiquei à espreita observando seu comportamento com a negra.

Ele a apresentava como sua esposa, não a deixando ser tocada por ninguém. A cada negativa dele meu sangue fervia, qual era o problema dele. Ele não dividia aquela coisa feia, nem mesmo Frederico, quantas vezes fui dada a Frederico, ele nunca me negou a ninguém. O que ele estava pensando, ela era alguma boneca de porcelana delicada que não podia ser usada?

A feiosa foi colocada no telão do leilão, Leopoldo desembolsou uma fortuna para que somente ele tivesse posse dela. Comigo ele nuca nem titubeou, nunca deu um lance maior do que duzentos mil, quando fui parar lá.

Meu rosto queimava febril de tanto ódio que crescia daquela preta feia. Salomão cheio de raiva e inveja me provocou dizendo que eu não tinha coragem de me revelar. Irada e cheia de ciúmes procurei Frederico e o deixei tomar posse do meu corpo. 

Ele me viu com Frederico, pensei que ele partiria pra cima, me puxasse, me tirasse dos braços do seu rival, mas não; ele simplesmente provocou, revidou, despindo a preta e a saboreando ali na frente de todos. Ele ficou surpreso em me ver, mas não se importou que outro me comesse.

Aquilo só poderia ser feitiço, aquele não era meu Leopoldo, ele nunca daria moral para um ser igual aquele, jamais. Ele não largava a mão dela, desfilava entre os convidados cheio de orgulho. Quando ele sumiu em meio aos convidados Frederico me convidou para dormir em sua casa, aceitei seu convite sem pensar.

Pela manhã ele autorizou o piloto do helicóptero me levar a Neblina, para me encontrar com Leopoldo. Já era sete da manhã e o casal não tinha dado as caras. Quando estava prestes a invadir os aposentos do casal eles aparecerão na sala de jantar. De mãos dadas, cena patética.

Eu tinha gana de engoli-los vivos, usei o deboche com os dois para não perceberem minha fúria, como estava humilhada, o que ele pensava? Salomão parecia uma múmia não arriscava dizer uma palavra se quer. Ele armou o circo e esperava pelo show.

Provoquei com todas as munições possíveis de uma pessoa rechaçada por outra. Disse que deveria ter sido informado que eu viajaria para o Brasil, retruquei que deveria ser avisada que se casaria com outra, eu ainda esperava uma resposta. Eu despejei na cara dele tudo que estava entalado na minha garganta. Se não tivesse vindo estaria até hoje organizando um casamento que não aconteceria.

De repente ele se alterou e mandou Salomão deixar a casa, fui contra dizendo que não, que ele me abriu os olhos então ele ficava. -Salomão me montou uma cilada, disse que você me queria aqui, eu tonta iludida acreditei.

Afinal fazia meses que tinha desaparecido da Inglaterra, não sabia nada sobre você nem onde estava. Qui boba eu, enquanto eu passava na mídia todos os dias como a noiva largada no altar você desfrutava com o ser que repugnava, que ironia não? Pior, você esteve lá, mas não teve a consideração de me procurar, fiquei sabendo sem querer quando visitei sua mãe.

Eu ria, chorava outrora gritava e ele lá, passivo, agarrado na mão dela. Gritei para que soltasse a mão dela, mas ele ignorou a ordem, se aproximando ainda mais da mesa. Não disse que seu pai não tinha autoridade sobre você?

-Você e eles enxergam somente o que quero que enxergam. Você a mostrava na festa como um troféu. Me virei para ela e disse: - Acha que é bela ou desejada porque sua cara preta apareceu num painel? Não é, deveria estar tratando dos porcos no chiqueiro e não na casa que pertence a outra mulher.

Ele seria meu esposo se não fosse essa promessa miserável!  Ele me deixou no altar, eu odeio sua existência, amaldiçoou o dia que nasceu. Ele reclamou algo com Salomão, mas não dei importância.

-Ela não tem classe, é feia, deveria estar com os porcos morando e tratando dos mesmos. Me aproximei e sem que esperasse lhe estapeei a face. Ele se condoeu por ela pedindo que eu não repetisse. Disse que eu tinha perdido o direito de reclamar quando dormi com Frederico.

Eu confirmei, não iria mentir como ele fez. Ele pediu que ela subisse de volta para seus aposentos, que precisava falar a sós comigo. O impedi, só falaria com ele se ela fosse mandada para o quinto dos infernos.

-Permita que eu a coloque para fora, ou não tem conversa, de preferência no chiqueiro dos porcos como tratadora. Peguei a pelo braço a arrastando Salomão nos acompanhou, a empurrei por cima das flores, batendo a porta em seguida. Leopoldo não me impediu.

Agora era eu e ele, aquela conversa seria complicada, eu pisaria em ovos ou tudo que restava era a separação definitiva. - O que tem para me dizer?  Sentei-me a mesa e fui me servindo de uma xícara de chá como se a casa fosse minha. Ele educado se sentou a cabeceira, escondi minha ira, meu ódio, levei minha xícara de chá a boca o fitando séria.

-O que quer que eu diga, está feito, agora não posso me casar com você. -É só isso e acha que ta tudo certo, como acha que estou me sentindo? Está confortável para você, essa situação, esse casamento?! Enquanto disfrutava, eu era arrastada por sites de fofocas, jornalecos virtuais o diabo a quatro.

Seu nome foi blindado, era como se eu não tivesse um noivo, a vergonha era só minha, depositei a xicara no pires fazendo tilintar a porcelana. -Você vai pedir o divórcio, para nos casarmos? Eu não posso, tenho planos com esse casamento.

-Você tem planos comigo! Gritei fazendo uma cena, demonstrando chateamento, orgulho ferido, ciúmes, encenei até uma queda de pressão. -Ninfa se sente mal? -Perdeu o direito de me chamar de ninfa quando se casou com aquela feiosa.

-Eu tinha uma surpresa para você depois do casamento, olha onde estamos, separados por um oceano. -Qual era a surpresa? -Realmente se importa ou está desviando o assunto. -Quero saber. Eu estava grávida, teríamos um bebê, mas fui fraca, fiquei tão decepcionada, fragilizada que não pude segurá-lo. 

Ele se levantou da cadeira e veio até mim, me pegou pelo braço, me abraçou em seguida condoído com a minha dor. -Quando aconteceu? - Uma semana depois que despareceu. -Mexeu muito com meu psicológico, fiquei à beira da loucura e você aqui feliz, casado, eu sofrendo, chorando pelos cantos!

Depois de me lamentar, chorar, ganhar seus braços ele me contou o motivo do seu casamento. Disse que era apenas um teatro, que os federais estavam na sua cola. Que se eu o conhecendo acreditei no que vi, imagine os outros que não fazia ideia de quem ele era.

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