BASÍLIO CAPÍTULO 46.

802 164 23
                                    

SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

BASÍLIO CAPÍTULO 46.


Eu estava perto do fogão comia uma maçã e cozinhava a polenta de Leopoldo quando Isla chegou. Ela era uma mulher linda, elegante, havia dado à luz recentemente, sua menininha havia nascido a quatro meses atrás. Fruto do amor dela e de Lizandro. Bom dia Basilio, respondi me

Ela me informava das condições que Carlota estava, no começo havia bastante formalidade, agora nos acostumamos uns aos outros. Ela se aproximou olhou o que cozinhava perguntou se ele comia, respondi que sim. 

-Em meio tanta coisa triste trago notícias boas, ela estava gravida, teve dois bebês, um está com ela no hospital o outro Ravena pegou para enganar Leopoldo. 

-Então Salomão cumpriu o que disse? -Sim, ele a resgatou no momento mais crítico da vida dela. -Ela está bem? - Sim se recuperando, depois Lizandro irá traze-la. Ele já se arrependeu do que fez com ela? Estamos quase lá.

-Eu queria velo. -Ainda não, ele pediu para ver a mãe, ainda não sei qual das duas, mas se for você eu aviso. - Está muito debilitado? -Um pouco, mas ele é forte, resistente, ela suportou sendo a parte mais fraca, o que ele está passando não é nada.

-Você o odeia? -Odia-lo, não, ao contrário, eu tenho pena, ele perdeu uma grande oportunidade para ser feliz, e olhe onde ele foi parar? - Acha que ela vai perdoá-lo?

-Essa resposta só Carlota pode responder. -Obrigado por me manter informado, agora queria que fosse embora, tenho coisas a fazer. - Se passarão meses, poderia libertá-lo? - Coração de mãe é fraco, mas infelizmente ainda não chegou a hora.  Lágrimas rolaram por sua face bem feita, me afastei.

-Deixe para chorar quando ele lhe conhecer como sua mãe, aquela que o protegeu das maldades de Elizabete. Essas memórias estão em algum lugar da sua mente destorcida.

Desliguei a polenta e desci as escadas do porão. Ele estava acordado, os ratos andavam de um lado ao outro. Essa noite que passou ele teve muitos pesadelos, se debatia e as correntes tilintavam, não me deixando dormir.

Assisti seus delírios e filmei, o fiz comer a polenta.

-Você pensa em Ravena? - Muito raro. -Pensa em Carlota? -Sim, todos os dias e noites desde que vim parar aqui. -Alguma vez quando abusou dela usou proteção para evitar uma gravides?

-Não, nunca. -Nunca passou por sua mente que isso poderia acontecer? -Não. - E se eu te disser que aconteceu o que me diria. Ele ficou mudo. - Os ratos comeram sua língua. - Nas condições que estava acredito que não conceberia. -Então reconhece que a colocou, a deixou a deus dará.

-Sim, eu reconheço. -Muito bem, por ter sido educado e respondido tudo sem me xingar, ganhará um presente. Retirarei todas as agulhas enfiadas debaixo das suas unhas. Abri a porta do porão a nevasca caiu para dentro, peguei o alicate e fui retirando uma por uma. Ele tremia e gemia, eu só fechei a porta quando sua boca roxeou, sua pele estava ressecada qualquer movimento brusco ela rachava.

Ele não gritou, mas seu rosto banhou de lágrimas por conta da dor excruciante que sentia. Enquanto retirava as agulhas pensava em como era meus netos, a quem se pareciam, ainda não era o momento de contar a ele. Alguns dedos minavam pus, por conta da inflamação, afinal foram meses de tortura.

Penso na força dela, como conseguiu ter dois filhos nas condições que estava? Ela era uma lutadora. Leopoldo parecia ter se acostumado as torturas e ao porão, parecia, mas eu não o deixaria em paz, ele ainda não tinha dado a resposta que eu queria ouvir.

UM MÊS DEPOIS.

Lembra de alguma coisa da sua infância? -Tem muitos borrões ainda, não consigo entender tudo. Porque minha mãe ainda não veio me ver? -Porque ainda não é chegado a hora, se eu lhe fazer uma pergunta saberá me responder?

-Depende do que perguntar? -Como se chama sua mãe? Seu olhar fixou ao meu, ele estava confuso, não conseguiu responder. Eu fiquei sem a resposta, mas mesmo assim lhe dei um presente doloroso.

Com o próprio alicate que usei para quebrar seus dedos usei para consertá-lo, fui dedo por dedo e os puxava colocando no lugar, confesso que uns deu mais trabalho que outros, mas no fim deu tudo certo. E mais uma vez sua face foi banhada por lágrimas.

-Você está me reconstruindo, como um boneco? -Não foi o que fez com Carlota, não a desmontou, eu ainda estou tendo misericórdia, você não teve dela. A desmontou e a deixou quebrada.

-Acha que ela sobreviveu ao inferno que a colocou, acredita que ainda vive? - Como saberei se você não me disser? O que deseja a ela, morte ou vida? - Vida com abundancia. - Interessante, acha que ela nas mãos de Ravena e Elizabete tem vida com abundancia?

As perguntas que eu fazia o fazia pensar, nas últimas noites ele chorava bastante, os pesadelos haviam aumentado. Seus braços estavam rígidos por conta do tempo que estava acorrentado.

-Você se arrepende do que fez com Carlota? Ele se pos a chorar sem parar, berrava gritava parecia sentir dor, ele estava um lixo, eu o quebrei todo, sabia que não fingia.

-Sim eu me arrependo, ela pode estar morta agora e eu não fiz nada para ajudá-la, quando sai para ir pro safari eu devia ter ido até ela. Mas meu egoísmo, minha idiotice não deixou. Eu sentia vergonha que alguém soubesse que ela me importava, de demonstrar carinho, que ela era importante para mim. -Se ela estiver viva, acredito que ela não me perdoará, eu não me perdoou.

Quando Ravena chegou eu não devia ter dado ouvido aos seus desmandos, Carlota era minha esposa, ela era a senhora da casa, Ravena não era nada, já não sentia nada por ela nem atração física. Com Carlota era diferente, eu não suportava nem outro homem olha-la, na festa de Frederico quase enlouqueci de tantos ciúmes. Ela era a mulher mais linda que estava lá, e era minha. Muitos homens a quis, mas não permiti que os tocassem.

Ele respondeu minha pergunta e vi sinceridade, então lhe dei um presente.

Fui até ele e soltei seus braços das correntes, seu corpo desabou no chão frio junto aos ratos, ele não conseguiu move-los por causa da rigidez. Seus joelhos estavam bem inchados, as pancadas com a marreta foram cruciais. Quando chegar a hora de se libertado teria que passar anos fazendo fisioterapia.

Aos poucos eu o ia libertando, eu via sua dor, não era fingimento, suas dores eram dilacerantes, seu rosto estava deformado, suas mãos estavam danificadas, seus joelhos, estavam tortos; seria muito difícil sua recuperação. Os dedos dos pés tortos, suas costas havia diversos furos feitos com a furadeira, eu tinha feito um bom trabalho, seus tornozelos por conta das correntes estavam em carne viva, seus pulsos também. Só defecava quando eu retirava o plug.

Eu o massacrei, o quebrei, o humilhei, o fiz sentar na própria merda, o traumatizei, quando me aproximava ele tentava recuar, eu o fiz ter medo de mim, e isso era o limite.

Enquanto ele estava como um boneco todo desmontado, Carlota se recuperava e seu bebê já estava com ela, agora só restava buscar, tirar o outro das garras de Ravena. Salomão o via com frequência e contou a Lizandro que o bebê estava bem.

Salomão contou também que Elizabete estranhava a falta de comunicação com sua casa. Nos email pedia para Leopoldo voltar que Ravena já havia dado à luz e queria que ele voltasse para conhecer seu filho. 

Na noite seguinte ele disse que sentia muita dor de cabeça, os pesadelos se tornaram mais fortes, ele se debatia no chão úmido. No dia seguinte ele chamou por Isla, e eu a trouxe até ele.


VOTEM E COMENTEM

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

VOTEM E COMENTEM.


Meninas ajudem na vaquinha, colaborem com a autora e ela colaborará com vocês o pix Daniela correa da mota,44999613462.

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora