CARLOTA CAPÍTULO 51.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.
CARLOTA CAPÍTULO 50.

A três anos eu não ouvia aquela voz, a três anos eu não sentia medo. Eu me sentia livre, mas ainda estava amarrada aquele casamento, a minha parte eu tinha feito, minha assinatura estava no papel do divórcio.

Ele não, Lizandro disse que ele recusou, o que tínhamos; não era um casamento, não para mim. Eu vivia um inferno, ele regozijava na minha dor.

Pensem que eu senti dó, do que o padre fez com ele? Não derrubei uma lágrima, eu me senti vingada.

Depois de três anos está aqui plantado na minha sala. - O que quer aqui?
- Não é óbvio? - Não para mim.

- Eu vim conhecer os meus filhos e registrá-los com meu sobrenome.
- Você veio em uma hora inapropriada, eles estão dormindo. Eu não iria me opor ao registro, mas não iria querer meus filhos com ele, ele não era boa influencia.

- Eu sei, não vou acorda-los, só quero olha-los.
-Você não é digno de olha-los, toca-los dizer que são seus. Minha gravides foi um pesadelo, aquelas mulheres tentaram me matar, roubaram um de meus filhos, tudo porque você permitiu.

-Carlota olhe para mim, eu não sabia?
- Não, prefiro olhar para o nada do que ter meus olhos em você, o que adiantaria você saber da minha gravidez, acho que faria ainda pior que elas. Talvez me colocaria até para correr no labirinto.
- Te peço perdão, perdoou o padre e meu pai?
- Eu não quero o seu perdão, sua amizade, ou qualquer outra coisa que venha me oferecer, também não os perdoei, mas os deixo participar da vida dos meninos. Eu não queria nada dele nem sua amizade, eu sabia o cão que ele era.  O demônio tem várias faces, não vou cair no seu charme.

-Senti ódio de mim a ponto de não me deixar ver os meninos? - Sinto ódio, rancor, desprezo, mágoa, sinto tantas coisas que se eu enumerar não cabe em um livro de duzentas páginas. O que fez comigo, não á qualquer maneira de perdão, você me tratou pior que um bicho. Até o animal mais feroz do mundo recebe carinho da sua parceira eu só recebi dor, maus tratos. Quando me lembro dos chutes os tapas na cara, o ódio me toma. Meus olhos se encheram de lágrimas.

Ele estava a menos de um metro, eu não conseguia mirar seus olhos, fazia de tudo para fugir.

-Eu soube o que fez com o labirinto? Mudou de assunto. -Eu não fiz nada, foi um vazamento de gás. - Foi inteligente da parte de vocês. - Já disse, foi um vazamento de gás. - Eu não vou insistir, não confia em mim, não lhe tiro a razão. - Ótimo, olha aqui estou cansada o dia foi longo eu preciso descansar. Eu queria fugir da sua presença.

-Nesses três anos pensou em mim alguma vez? Eu me virei e o mirei nos olhos, com todo o ódio que eu sentia. 

- O primeiro ano sim, eu sentia pavor que você aparecesse, e o meu inferno voltasse, sentia medo pelos meus filhos. No segundo ano eu me levantei, coloquei meus filhos em primeiro lugar e aos poucos eu fui me afastando da sua sombra. No terceiro ano me senti liberta, derrubei aquela casa que me trazia recordações horríveis.  Com a ajuda de Salomão montei um escritório digno contratei advogados competentes e da minha confiança, os seus ganharam as contas e foram bem pagos para se afastarem. Se os quiser de volta, os procure, mas não os quero mexendo e sabendo nada dos meus negócios. Fez um bom trabalho. -Eu não fiz sozinha, eu tive muita ajuda, descobri o projeto do shopping por um dos seus advogados e dei continuação. Pus a cara no trabalho, os dias são perfeitos, as noites quando coloco a cabeça no travesseiro os pesadelos com você começam. Passei a tomar calmantes e assim consigo dormir.

-Eu lhe fiz muito mal. -Fez, mas agora não vai fazer mais porque eu não vou deixar, não sou mais aquela garota boba com medo de tudo. -Também não sou mais aquele homem! Fisicamente ainda era, o diabo era belo, mas eu não iria cair na sua conversa.

-Não me interessa, só quero que me dê o divórcio e me deixe cuidar da minha vida, e você volte a Inglaterra e case com sua ninfa, não era assim que a chamava, eu na sua boca era chamada de cadela? -Eu terminei tudo com ela. 

-Já disse, não me interessa! - Também procurei Elizabete. -Já disse que não me interessa saber nada que venha de você. Me alterei, eu estava começando a perder o controle, era tudo que não podia acontecer, ele não podia me ver frágil.

 - Eu vou ficar na fazenda. -Mas não nesta casa! 

-Meu pai já cuidou de tudo. Então era sobre isso que Lizandro queria falar comigo e não o escutei. A fazenda tinha muitas sedes, casas imensas e com muito conforto, a propriedade também era dele, eu não podia expulsá-lo, a metade de tudo que era dele também era meu, pois casamos em comunhão de bens. Acho que nunca passou por sua cabeça que eu um dia tomasse posse do que me pertencia. Ainda tinha os meninos, seus herdeiros.

-Eu senti sua falta, senti até falta do seu cheiro. -Pare de dizer essas coisas, eu não acredito em você. E mesmo se fosse verdade eu não quero saber! -Carlota eu mudei.

-Não, não continue, não vai conseguir me enganar, uma natureza ruim como a sua não muda assim tão rápido. -Eu recuperei minha memória, descobri que Isla é minha mãe, descobri o que Elizabete fez, e tentou fazer com você.

-Leopoldo, vou lhe pedir pela última vez. -Vá embora, se quer tanto conhecer teus filhos volte amanhã depois do almoço e vai velos brincar lá fora. Eles adoram ir no canil jogar petisco para os cães.

 -E os porcos o que fez com eles? - Viraram alimento para os trabalhadores, todos os sábados um era abatido para fazer porco no tacho, até não restar nem sombra deles. 

-Você realmente tomou as rédeas de tudo. 

-Eu só fiz o que eu achava que estava certo, agora por favor vá embora. Subi a escada o deixando plantado no meio da sala.

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