|| CAPÍTULO QUATRO ||

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Me tranquei na suíte do avião até o piloto avisar que íamos pousar e que devíamos nos sentar e colocar os cintos de segurança

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Me tranquei na suíte do avião até o piloto avisar que íamos pousar e que devíamos nos sentar e colocar os cintos de segurança. Lorenzo resolveu me dar espaço e manteve a língua dentro da boca até mesmo no trajeto até a minha casa. O carro estaciona, mas a minha mão fica paralisada na trava da porta.

— Não quer se separar de mim? — ironiza Lorenzo ao perceber minha hesitação. Viro meu rosto em sua direção com cara de tédio.

— Para onde você vai agora? Devia ir direto para as profundezas do inferno — abro um sorriso falso sem mostrar os dentes. Ele alarga ainda mais o sorriso dele, tirando as mãos do volante.

— Você já me encarou, querida, não vai ser difícil encarar o seu irmão. — Diz ele. Lendo os meus pensamentos.

Quando éramos crianças ele também fazia esse tipo de coisa e eu gostava de pensar que Lorenzo era um tipo de mago. Gostaria que ele parasse de me chamar desse nome maldito. Não sou a querida de ninguém.

— Tchau, Lorenzo. Ficaria feliz em nunca mais vê-lo. — Digo, saindo do carro e batendo a porta com a certeza de que o deixei furioso por isso. Falo da boca para fora, mas não é algo que ele precise saber.

Lorenzo sai com o carro me deixando parada em frente ao portão. Fico segundos demais em frente a muralha de ferro que divide a minha casa da rua e os seguranças já começam a me encarar confusos, já que o portão adjacente está aberto esperando a minha entrada. Quando entro, sigo em direção a casa com a cabeça erguida. Tenho certeza de que todos estão muito curiosos sobre o meu sumiço e não darei a satisfação de informá-los o motivo. A notícia do casório ainda não foi revelada e eu simplesmente sumi sem dar muitas explicações.

O meu irmão não está na sala de estar. Vou para os quartos e vejo que ele também não está lá, então sigo para o terceiro andar onde fica o seu escritório particular. E a porta está aberta. Estou em pé de frente a ela e vejo-o de cabeça baixa no escuro, com apenas uma pequena luminária para ajudá-lo a enxergar os papéis espalhados em cima da mesa. Ele está com a testa franzida enquanto lê algo, até que finalmente levanta o rosto e me vê.

— Kiara — ele diz, arregalando os olhos como se visse um fantasma. — Você voltou…

— Não exatamente. Eu fui sequestrada e o maldito sequestrador resolveu me deixar aqui. Não aguentou a quantidade de ameaças que fiz a ele desde a hora que me capturou. — Ironizo. Cruzo os braços para evitar mostrar o quanto eles tremem.

— Nossa, eu… que bom que você voltou — ele se levanta, passa as mãos pela calça e abaixa a cabeça. Quando a ergue novamente, consigo ver os traços de cansaço em seu rosto.

Andrea se aproxima. Me abraça e afunda o rosto no meu pescoço, mas não consigo retribuir. Meus braços ficam erguidos no ar, ele suspira, percebe que não consigo abraçá-lo, mas é isso. Simplesmente não consigo. Ele me criou, sabe o quanto sofri na mão do meu pai e sabe o quanto desejei uma vida diferente da de uma esposa.

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora