|| CAPÍTULO QUARENTA E DOIS ||

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	Ninguém sabe o verdadeiro objetivo desse evento

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Ninguém sabe o verdadeiro objetivo desse evento. Mas bebem e interagem como se soubessem. Fingem deleitar-se da companhia uns dos outros e aproveitam a oportunidade para criar mais laços e fechar mais negócios. Devem pensar que é esse o objetivo. Deixei que fizessem uma bela organização, muita comida, muita bebida, atrações de teatro e até uma banda. Quero que esse evento fique para a história na mente de cada um, quero que aprendam de uma vez por todas que nunca, em hipótese alguma, quem nos desafia sai impune.

Assisto a tudo do primeiro andar, onde apenas os quem tem acesso VIP podem entrar. Estamos em um dos clubes dos Cassano, mas é claro que hoje o acesso está restrito às pessoas do submundo da máfia, e não a todos os associados ao clube.

— Querida? — Chama Lorenzo, parando atrás de mim. Ele afasta o meu cabelo, hoje preso em um rabo de cavalo alto, e beija o meu pescoço, apertando minha cintura com uma das mãos. Na outra, uma bengala preta e elegante que tem uma caveira na ponta.

— Tudo bem? — Pergunto, preocupada com o esforço da perna. Ele devia passar mais alguns dias de repouso, mas insiste em não ficar parado ou sentado por muito tempo.

— Sim. Que horas será o seu espetáculo? — Ele indaga, parando ao meu lado após beijar minha cabeça e apoiando os braços no corrimão, deixando a bengala de lado. — Não já devíamos descer? — Completa.

— Está ansioso? — Dou uma risada ceticista. Coloco a mão instintivamente na barriga e quando seus olhos a acompanham, tiro rapidamente.

Não sei como contar a ele sobre a gravidez. Quero esperar tudo isso acabar. Depois que a Rosa e o Paolo estiverem mortos, pretendo finalmente respirar e tocar no assunto. Sem contar que ainda há a ameaça do meu irmão bastardo a minha família.

— Só quero acabar logo com isso. Minha perna está se recuperando rápido, espero acabar logo com o Paolo, poder esquecer que isso aconteceu. Quero poder… me desligar do modo Le’Morte por um instante…

— Isso, a máfia, continua não sendo o que você quer, não é? — Caminhamos em direção ao elevador e coloco a senha. Lorenzo suspira, passa a mão pela barba e pelos cachos do cabelo.

— Nasci no meio disso e sei que morrerei no meio disso também. Não dei  a sorte de ser um italiano comum, ou um americano. Serei sempre A Morte, Kiara. — Entramos e ele se recosta na parede, fazendo uma disfarçada expressão de dor.

— Eu lhe arrastei de volta…

— Não. — Ele me corta. — Nunca estive de fora realmente. Os meninos sempre tinham que me envolver em algo. De todo modo, nunca deixaria você sozinha aqui. — Ele franze as sobrancelhas, em reprimenda.

— Sabe que não preciso de um guardião. — Faço uma careta.

— Não, mas eu preciso de você. E não é como se tivesse medo da morte. — Ele profere. A porta se abre e todos param para nos ver passar, curiosos, reparando no leve puxar da perna do Lorenzo, se perguntando o que aconteceu.

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora