Três horas de viagem até o local marcado. Os meninos descobriram onde estávamos logo após a nossa saída, mas se atrasaram para evitar o rastreamento do Paolo, o que nos dá pelo menos alguns minutos à frente. Espero que seja tempo o suficiente para resgatar o Lorenzo e matar o Paolo — pois prefiro deixar a Rosa por último e não me importo que todos assistam.
Melanie estaciona e Jade começa a nos entregar o armamento. Verifico o pente alongado da glock que seguro, pela terceira vez, e checo as facas escondidas na calça e na cintura. Quando volto a prestar atenção nas meninas, as duas estão olhando para mim.
— Está tudo bem? — Pergunta Melanie.
— Está sentindo alguma coisa? — Agrega Jade, dando uma rápida olhada para minha barriga.
— Por que não estaria? — Arqueio uma sobrancelha.
— Você está… — Melanie encolhe a testa.
— Grávida? — Emenda Jade.
— Participamos de um tiroteio quando você estava grávida. — Acuso, encarando Melanie com as sobrancelhas pesadas. — Não é nada de novo para mim e se repetirem isso, vou começar a repensar a minha escolha de trazer vocês e não os homens super-protetores da família. — Apoio a mão na porta pronta para abrir e as encaro.
— Certo, desculpa. Então vamos? — Melanie engatilha a pistola e também se prepara para sair.
— Vamos. — Eu e Jade respondemos em uníssono e puxo uma das facas que estava escondida na bota. Uma adaga de ponta curvada com quinze centímetros de lâmina. Sinto o roçar da shuriken na manga da minha jaqueta e desço do carro com os olhos atentos a mansão alguns metros à nossa frente.
Procuro pela árvore que a Rosa falou que nos encontraria, não sem antes reparar nos arredores para ter certeza de que ela estará sozinha. Melanie seguiu por outro caminho e Jade me acompanhou na retaguarda, em silêncio, malmente a pisada dos nossos pés nas folhas eram ouvidos.
Espere com paciência, ataque com rapidez.
É um dos mantras do Lorenzo que eu mais repeti nos últimos dias, mesmo enquanto a ansiedade me corroia por dentro e o medo do pior ter acontecido com ele, também. O arrependimento de não ter considerado algo assim desde o ínicio e deixado que minhas inseguranças falassem mais alto.
A silhueta da Rosa faz meu coração palpitar de ódio. Sinto o gosto metálico de sangue quando engulo a saliva e aperto o cano da arma com mais força. Quando nos vê, o olhar dela em mim não nega o medo, não esconde que ela sabe que a minha verdadeira vontade é de esfolá-la viva assim que não for mais útil.
— Eu estou desarmada — ela levanta as mãos em rendição quando aponto a arma para sua cabeça. — Estou com a chave da entrada de funcionários no bolso traseiro. Por favor… sejam rápidas. O Paolo já não está mais decidido a te esperar… — súplica Rosa. Jade se aproxima dela e faz uma rápida revista, capturando a chave.
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Paixão Mortal
RomanceSeria irônico que uma pessoa que odeia casamentos e sempre deixou claro que nunca, em hipótese alguma, se casaria com ninguém, fosse obrigada a se casar? Kiara sempre teve aversão a relacionamentos - a relação de seus pais a convenceram de que essa...