Dos céus é possível ouvir o som de músicas e vozes vindo do barco, e a embarcação luxuosa com letras lustrosas em dourado na lateral escrito ‘CASSANO’ é como uma estrela se destacando na noite escura em cima do mar aberto.
Não foi difícil conseguir o helicóptero da família dele, principalmente considerando que serei futuro esposa de um dos irmãos Cassano — embora Giovanni não tenha concordado com o fato de eu querer aparecer aqui de surpresa — Mattia pareceu mais do que feliz em me ajudar.
O que nos leva ao presente momento.
— E-eu vou chamar o chefe… — o capitão do barco disse, enquanto voávamos acima da embarcação. Minutos depois, Lorenzo estava no rádio.
— Que porra tá acontecendo? — ele vociferou.
— Permissão para pousar, se-senhor, eu estou com sua noiva aqui e… — tomei o rádio da mão do piloto medroso ao meu lado.
— Permissão porra nenhuma, Lorenzo, vamos decer nesse heliponto quer você queira, ou não, entendido? — rosnei. Ouvi ele xingar meu nome do outro lado. Devolvi o rádio ao piloto com um sorriso no rosto.
— Permissão concedida. — Lorenzo autorizou, nem um pouco contente em fazê-lo.
O barco já estava se preparando para zarpar do porto, sinal de que a festa tinha começado, de acordo com o que a Jade me contou. O piloto manobrou o helicóptero até estarmos em cima do barco, onde Lorenzo estava recostado sobre um parapeito, as hélices fazendo a sua camiseta de botões aberta o despir ainda mais.
Esperei o piloto descer do helicóptero, fazer a volta e vir desafivelar meu cinto, me dando a mão para me ajudar a descer, evitando olhar para um dos chefes que parecia nada contente com o fato dele ter aceitado me trazer aqui, mesmo que outro dos chefes tenha autorizado.
Os olhos do Lorenzo percorreram todo o meu corpo, dos pés, com saltos pretos e detalhes dourados, com fivelas que iam até metade da minha canela, ao vestido dourado que deixava pouco para imaginação, com alças e um decote solto no meio dos seios, cobrindo até menos que o meio das minhas coxas, nem tão justo, nem tão colado, apenas o suficiente para modelar o meu corpo. Não coloquei joias, já que o brilho da roupa estava mais que suficiente e Jade se demorou a me convencer de usar algo que não fosse preto. Os cabelos soltos nas costas também tinham um contraste nas mechas loiras e a maquiagem fraca destacava o batom escuro dos meus lábios, pois foi onde os olhos dele pararam quando abri um sorriso debochado e deslizei a língua nos lábios.
— Que feio para o meu noivo, fazer uma festa dessas e não me convidar… — caminhei lentamente até ele, colocando a alça da clutch em um dos antebraços.
— O que você está fazendo aqui, querida? — indagou ele, encarando o piloto do helicóptero por cima do meu ombro dando um sinal silencioso para que ele partisse.
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Paixão Mortal
RomanceSeria irônico que uma pessoa que odeia casamentos e sempre deixou claro que nunca, em hipótese alguma, se casaria com ninguém, fosse obrigada a se casar? Kiara sempre teve aversão a relacionamentos - a relação de seus pais a convenceram de que essa...