|| CAPÍTULO VINTE E QUATRO ||

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	— Pensei que veria você saltitando como o Sapo da princesa Tiana — Mattia gracejou, entrando na sala em que estou sentado no sofá bebendo uma dose de uísque

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— Pensei que veria você saltitando como o Sapo da princesa Tiana — Mattia gracejou, entrando na sala em que estou sentado no sofá bebendo uma dose de uísque.

Encaro ele com a testa franzida pela comparação idiota e ele se serve de uma dose de uísque em cima da mesa.

— O que? Eu tenho duas filhas, sou obrigado a assistir a essas porcarias — ele gesticula, óbvio, acabando com a bebida em um gole.

— Faz sentido — afundo no sofá, deixando o copo no porta copos e cruzando as mãos em cima da barriga. — Em pensar que desejei este momento, desejei…  por um momento, achei que esse casamento arranjado era uma boa ideia. Pensei que tudo se acertaria, como aconteceu com Giovanni e Melanie… mas Kiara, ela não é assim. — Balanço a cabeça, afundando o rosto nas mãos. — Ela não esquece as coisas, não deixa para lá, não perdoa. Ela não esquece de nada.

— Você desiste muito fácil — critica ele. — Eu tenho a impressão, Lorenzo, que se você tivesse insistido um pouco mais quando voltou dos Estados Unidos, ela teria entendido, e cedido. Kiara é um monstrinho selvagem que você ensinou a viver em sociedade, eu acompanhei a infância e adolescência de vocês, sei mais do que você acha que sei. Desconfio que ela sente muito mais do que demonstra. Você quem a ensinou a fingir, e essa é a arte que você mais domina. — Meu irmão passeia pelo quarto, refletindo.

Escuto suas palavras, estudo-as bem. Quais chances ainda tenho com a Kiara? Quais as chances do Mattia estar certo e que a minha insegurança idiota em relação a ela não esteja me deixando enchergar os fatos como eles são?

— Você ainda se lembra daquela época? — Mattia indaga, colocando as mãos na cintura. Eu balanço a cabeça devagar.

— É claro que me lembro. Eu lembro de sempre odiar o que ela me fazia sentir, embora amasse cada segundo que passava ao lado dela. Mas sozinho, eu sempre refletia o quando ela me fazia sentir vulnerável, lembro de amá-la e odiá-la com a mesma intensidade, e escrever sobre isso. Escrever palavras que eu me proibia de dizer em voz alta para ela. Lembro de desejar odiá-la completamente para acabar com aquela tortura que era não poder tomá-la para mim, a tortura que era desejá-la e fingir que não a amava tanto… veja só, hoje quem me odeia é ela. — Estico os dedos das mãos enquanto as encaro.

— Mas não dá para chorar pelo leite derramado agora. Depois você esclarece o que aconteceu, a obrigue a ouvir nem que você amarre ela em uma cadeira. A conquiste de novo com esse seu jeitinho misterioso e carismático. Mas depois, agora você tem que se casar.

{...}

A decoração não está nada tradicional, como o casamento da Jade ou da Melanie, embora Kiara tenha dito que não ia ter nada haver com a organização, duvido que não tenha um dedo dela nas escolhas, principalmente na paleta de cores. Tem muitas flores, rosas inclusive, todavia, não as brancas ou as vermelhas, as flores espalhadas pelo salão são azuis. O tapete que a traz até o altar é preto aveludado, as cadeiras estão decoradas com grandes laços da mesma cor e a toalha de mesa também, acetinada. Não consigo imaginar como ela deve estar.

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora