|| CAPÍTULO QUARENTA E CINCO ||

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	Não há paz se não houver guerras

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Não há paz se não houver guerras. Os opositores sempre causarão confusão, desordem e dor de cabeça. A oposição precisa ser aniquilada e com isso vem o poder. A magia de um sobrenome que leva a uma história que leva ao respeito ou ao medo de se opor. Mas sempre, sempre há algumas pontas soltas, e com isso sabemos que nunca estaremos completamente em paz. Não apresentamos ameaça à sociedade — pelo contrário, somos o pilar de uma sociedade insatisfeita com o governo. Na verdade, somos uma ameaça para aqueles que também desejam o auge do poder e se acham no direito de nos atacar confiando cegamente que irão conseguir algo com isso além da derrota cruel.

Descansar no peito do Lorenzo sem nenhuma preocupação além do bebê que estou gerando nunca foi uma opção. Apenas estávamos respirando, aguardando ansiosos pelo próximo passo dado em relação a oposição que, no momento, era o meu irmão bastardo.

Ele busca a vitória, mas tudo que irá encontrar é mais banho de sangue e miséria. O bastardo foi inteligente, criou um verdadeiro império; contudo, com o objetivo de vingança. A destruição do ambicioso é desejar o que sem dúvidas não está ao seu alcance.

Os hormônios da gravidez com certeza me deixaram mais ansiosa, pois o telefone toca quando eu estou quase pegando no sono e me levanto num pulo do peito do Lorenzo, fazendo o mesmo me encarar de olhos arregalados, pois tinha seu foco na série de TV.

— Como você dá pulo desses? O bebê deve ter dado pirueta! — A síndrome Cassano já está tornando o Lorenzo um super-protetor insuportável e isso vai me enlouquecer.

— Alô? Andrea? — Eu pergunto.

Sorellina? — Andrea responde, a voz gutural. — Liguei para informar que... bom, eu não quero mesmo envolvê-la nisso, ficarei muito feliz caso você fique em casa em segurança e não ponha o bebê em risco, mas prometemos não mentir um para o outro...

— Coloca no viva voz. — Pede Lorenzo, interrompendo a enrolação de Andrea. Eu acato.

— Desembucha, Andrea! — Eu exijo. Meu irmão suspira e ouço uma movimentação e vozes, incluindo a do Giovanni, parece que ele está no CT.

— Não conte a ela, Andrea... por favor, você conhece a sua irmã... — Lorenzo clama e só então entendo o nervosismo dele hoje a noite e insistência em ficar acordado assistindo. Olho de cara feia para ele e me afasto em direção ao closet.

— Olha, se você não falar...

Descobrimos o local onde Philippe está com seus homens, ele planeja atacar mais cinco dos nossos armazéns e laboratórios então eu resolvi retaliar. — Ele conta, sem mais delongas.

— Você não pode pedir que eu vá dormir enquanto você se arrisca, Andrea! — Esbravejo, já puxando do armário alguma roupa prática que não aperte a minha barriga.

Mas é exatamente o que eu peço, sorellina — súplica Andrea. — Você é meu tesouro, não me perdoaria se algo acontecesse a você e a esse bebê. Eu sou o Capo da nossa famiglia, a Camorra depende de mim para aniquilar qualquer ameaça...

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora