Quando entreguei a minha mão a Kiara e ela olhou uma última vez para o corpo do Paolo, ela quase colocou as tripas para fora em cima de mim. Seguidamente, precisei segurá-la para que não caísse no chão em um desmaio repentino.Kiara sai do banheiro vestindo um roupão, o rosto ainda um pouco pálido. Tiro o travesseiro do colo e ela faz a volta na cama para se deitar ao meu lado, se aninhando no meu peito. Tiro seu cabelo do rosto e beijo sua testa.
— Está melhor? — Indago. Ela balança a cabeça para confirmar. — Acha que passou mal por algum motivo específico? — Sondo.
— Não, não, eu só... — ela se senta, balança a cabeça em negação. — Foi pesado, eu convivi com ele por muito tempo, eu não sei. Pode pegar um óleo de massagem e uma calcinha no closet, por favor? — Pede. Faço que sim e me desvencilho dos seus braços.
Abro a porta do closet e pego o óleo, então vou abrir a gaveta das calcinhas em busca de alguma confortável para ela, revirando as tantas calcinhas rendadas e fio-dental que não devem ser nada confortáveis. Encontro um objeto duro em meio às calcinhas e puxo-o por curiosidade. Se parece com um termômetro, branco e rosa claro.
Mas é diferente de um termômetro, na verdade se parece com um teste de gravidez.
Um teste de gravidez.
A tela do pequeno dispositivo tem escrito 'positivo - ¾ semanas'. Meu coração dispara no peito, dando o sinal claro de pânico ao meu cérebro, sinto minha espinha gelar e minhas mãos tremerem, começando a suar.
Reviro as calcinhas na tentativa de encontrar mais alguma coisa. Algo que prove que isso não é um delírio da minha cabeça. Debaixo de todos os planos encontro um envelope amarelo. O puxo e tiro o documento de dentro, que após uma rápida leitura confirmo ser um exame de sangue, atestando a gravidez da paciente Kiara Costa Cassano.
— Está tudo bem aí, Lorenzo? — Indaga Kiara do quarto. Abro a boca para responder, mas não consigo formar uma palavra sequer.
Ela está grávida. Já se passou um mês desde a data do exame e Kiara já sabia que estava grávida e não me contou. Ela não está preocupada com os enjoos, com os desmaios, pois sabe exatamente os motivos deles. Ela carrega na barriga um bebê, que é meu filho, e se arriscou todos esses dias para me salvar.
Kiara se aproxima em passos silenciosos até mim e chama meu nome em sussurro, é claro que reparando o que eu descobri.
— Lorenzo... eu... — Ouço ela engolir em seco e me viro em sua direção, com os dois dois objetos na mão. Ela está ainda mais pálida do que há minutos atrás. — Posso explicar... porquê não contei...
— Você está grávida. — Eu afirmo, sentindo meu estômago revirar. Encaro a barriga da Kiara, que agora, nua, com o roupão aberto, é reparável que está arredondada e crescendo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão Mortal
RomanceSeria irônico que uma pessoa que odeia casamentos e sempre deixou claro que nunca, em hipótese alguma, se casaria com ninguém, fosse obrigada a se casar? Kiara sempre teve aversão a relacionamentos - a relação de seus pais a convenceram de que essa...