|| CAPÍTULO CINCO ||

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	Ouço passos vindos do corredor e guardo o pacote de cocaína na gaveta

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Ouço passos vindos do corredor e guardo o pacote de cocaína na gaveta. Olho-me no espelho para verificar se o meu nariz não está sujo, e fico tão feliz com o que vejo que chego a sorrir. As novas luzes destacam-se entre as mechas castanhas do meu cabelo e meus longos cachos ondulados caem sobre os ombros em ondas perfeitas, sem nenhum fio fora do lugar. Minha maquiagem tem tons de dourado, para quebrar o preto do vestido. Escolhi um gloss no lugar do batom e decidi por um esmalte preto aveludado nas unhas longas e afiadas. Meu vestido preto até o meio das coxas é pouco solto e com alças douradas e finas de ouro, as costas são nuas, com duas linhas que cruzam minhas costas até o quadril. Esconde a minha tatuagem e realça minhas curvas. Estou o que chamariam de vestida para matar.

Meu irmão entra pela porta. Parece um novo homem. Os traços de cansaço sumiram magicamente e talvez ele esteja usando maquiagem para escondê-las. Os cabelos castanhos escuros nos ombros, hoje estão soltos, hidratados e brilhantes. Usa um terno preto simples com camisa branca e sapatos sociais. Ele sorri nervoso para mim e eu sorrio sarcástica para ele.

— Eu já estava descendo. Não precisa me vigiar, Andrea, eu não vou fugir… de novo. — Ironizo me levantando. Recuso-me a demonstrar hesitação.

— Eu sei que pode ser difícil aceitar que dei sua mão… — ele avança um passo em minha direção e eu levanto a mão para que pare.

— Pare de bater na mesma tecla! Você me vendeu, Andrea, me vendeu como uma cabeça de gado. Nesse exato momento estamos indo marcar minha testa com um C. — Pego minha faca e minha pistola em cima da mesinha de cabeceira. Coloco a pistola na bolsa e a faca dentro da bota preta de couro que vai até meu joelho.

— Foi um acordo, eu não lhe vendi — ele abana a mão, como se eu estivesse sendo tola.

— Não é porque não envolve dinheiro que deixou de ser uma venda. — Bufo. — Nunca ouviu falar sobre escambo na escola? — Ele balança a cabeça apertando os olhos, impaciente.

— Só… tente não matá-lo em público.

— Devia mandar eu não tentar matar você — pisco para ele, já abrindo abrindo meu melhor sorriso para sair do quarto.

Não demoramos a entrar no carro e seguir em direção a minha sentença de morte. Ou sentença de infelicidade, como preferirem dizer. Meu irmão, o conselho e o Giovanni decidiram que seria melhor tornar a notícia pública o quanto antes, para as coisas não se complicarem mais entre eles. E eu não tive muita escolha quanto a isso, já que sou apenas a moeda de troca a favor da paz. Faz apenas cinco dias desde que cheguei e cinco dias desde que vi o Lorenzo pela última vez, e acho que isso será o máximo de tempo que ele ficará longe do meu pé a partir de hoje.

Rio sozinha, me lembrando do fato de que a partir de amanhã terei de contar com a ajuda das meninas para organizar o meu casamento. Não consigo me imaginar entrando de branco em uma igreja, na verdade, não consigo me imaginar sequer entrando em uma igreja como algo além da madrinha de casamento. Enquanto via Jade e a Melanie se casar, pensava o quanto aquilo tudo era uma perda de tempo.

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora