|| CAPÍTULO TREZE ||

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Lorenzo me entregou duas cópias do seu cartão, da recepção e da porta de entrada do apartamento, e um molho de chaves da casa da cidade

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Lorenzo me entregou duas cópias do seu cartão, da recepção e da porta de entrada do apartamento, e um molho de chaves da casa da cidade. Depois de trocar de roupa, vestir um short de malha e um suéter, soltei o cabelo do elástico e fui me encontrar com Lorenzo na sala de estar. Sentado em uma poltrona com um notebook no colo, o mesmo vestia um terno verde militar, justo ao corpo e bem passado. A canela estava dobrada em cima da coxa para apoiar a almofada que estava por baixo do notebook e o sapato brilhoso refletia na luz da sala.

— Vai sair? — perguntei. Ele levantou os olhos até mim e percorreu minha roupa com uma sobrancelha levemente arqueada.  Pouco acostumado a me ver com roupas simples.

— Presumi que fosse querer privacidade, então pensei em passar o resto da tarde na empresa — ele apontou o queixo em direção a sala de jantar. — A minha governanta está colocando o almoço na mesa, e ela quer lhe conhecer. — Realmente, dava para ouvir o som de vidro tilintando. Franzi a testa, me recordando do tipo de governanta que, por exemplo, a de Melanie era, e o porquê dela querer me conhecer. Ele pareceu notar, pois acrescentou: — Não, ela não é como a Valentina. Confio cem por cento na Ginevra, ela quer lhe conhecer porque você é… importante, já que vai morar aqui. Ela quer saber quem é minha… noiva. — Explicou, cauteloso.

— Hm, certo — coloquei as mãos para trás. — Acredito que vá almoçar antes de sair, então irei contar o que disse que precisava saber. — Ele me encarou inquisitivo. — E também temo que terá que cancelar o seu dia de trabalho de hoje.

— Vou terminar de digitar um documento e já lhe sigo — disse ele, dando um aceno e voltando a encarar a tela. Tão frio e resignado, diferentemente de uma hora atrás quando invadiu a minha aula. Será que é porque estou invadindo o seu espaço?

Dou as costas e sigo para a cozinha a fim de encontrar o cheiro de almôndegas e camarão. Ao entrar no espaço amplo, pela primeira vez não foi a vista da Sicília que me encantou — vista essa que mesmo sob o céu nublado continuava esplendorosa — mas sim a mesa decorada com uma travessa de macarrão e outra de rondelli de camarão, vinho, sucos e sobremesas de chocolate e morango.

Uma moça, uma senhora, na verdade, roubou minha atenção, trazendo da cozinha uma travessa de almôndegas, a qual eu havia sentido o cheiro. Baixinha e rechonchuda, com a pele um tom mais escura que a do Lorenzo e olhos cor de avelã. Ela notou minha presença e abriu um sorriso surpreso, avaliando-me de cima a baixo ao deixar a travessa no lugar e limpar as mãos no avental. A senhora caminhou até mim e, me pegando de surpresa, ela me abraçou, sorrindo de orelha a orelha e me apertando em seus braços.

De olhos arregalados, esperei que ela se afastasse.

— Muito prazer, querida, eu sou a Ginevra — ela balançou minha mão, eufórica. — Você é tão linda quanto ele disse que seria. — Arqueei uma sobrancelha e ouvi os passos do Lorenzo adentrando a sala.

— Ele disse? — indaguei. Lorenzo, atrás de mim, pigarreou.

— Obrigada, Ginevra, por esse almoço maravilhoso. Agora pode tirar o resto da tarde de folga. — Disse ele e ela lhe lançou um olhar afiado, ciente de que aquele era o plano dele de fazê-la calar a boca.

Paixão MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora