Enquanto sua língua se enfia em minha boca, umas das únicas coisas em que consigo pensar é que eu só posso estar louca — apenas rezo que não seja por ele — pois ainda que eu tenha aproveitado alguns minutos de satisfação por vê-lo implorar, o deixo e o quero já estavam na ponta da minha língua desde a primeira pergunta.
E me pergunto se em algum momento deixou de ser assim mesmo depois de qualquer coisa que eu sentia por ele ter sido substituída por ódio. Enquanto a sua mão desce violentamente até a minha bunda e a aperta com possessividade, me pergunto se a noite anterior não foi o empurrão que faltava para eu me jogar no abismo dos olhos verdes do Lorenzo.
Que me encaram quando ele se afasta, e parecem me queimar como duas tochas quentes cheias de algo que não reconheço, além do desejo ardente que ele não faz um pingo de questão de esconder.
Puxo sua nuca para perto e volto a beijá-lo, pois seu olhar traz aquela adolescente de quinze anos de volta e eu não quero tirá-la do armário em que eu a escondi. Ela é um cadáver, que morreu quando ele foi embora, e eu quero mantê-la assim. Exploro seus bíceps fortes com as mãos, às costas, os músculos que se flexionam sobre meus dedos. Minha língua trava com a dele uma guerra que ele fica mais do que feliz em participar e isso é confirmado quando o mesmo geme rouco em minha boca.
Seguimos aos tropeços para trás e arfo quando ele agarra minha cintura e me coloca em cima do balcão, se enfiando entre as minhas pernas. Lorenzo enfia as mãos por dentro da minha camisa e dedilha a minha cintura, aperta as minhas coxas e separa nosso beijo apenas para arrancar a camisa do meu corpo.
Ofegantes demais para pulmões de menos.
— Não acha que aqui tem muito tecido? — as palavras escapam da minha boca sem o meu controle, pois eu sinto o seu volume por baixo da calça moletom mas ainda preferiria sem ela. Lorenzo dá um risinho baixo quase sombrio demais para o personagem que ele costuma usar.
— Está com pressa, Kiara? — indaga ele, a voz arrastada e o rosto muito próximo ao meu pescoço. Sinto sua respiração forte e sua calma letal enquanto seus dedos sobem pelos meus braços até agarrarem um dos meus seios.
— Não fui eu que estava implorando por sexo a cinco minutos atrás — provoco, cruzando minhas pernas em sua cintura e apoiando as mãos atrás do corpo. Empino os seios para frente e ele prende o meu mamilo entre os dedos, a dor levando uma onda de prazer direto até o meu ventre.
— Não… fui eu — ele desce os olhos até a minha calcinha, que esfrego em sua pélvis para procurar algum alívio. Sinto ele pulsar embaixo do tecido e entreabrir os lábios, contendo um gemido. — Mas é você que está se esfregando no meu pau, desesperada para gozar… — ele ronronou, colocando a mão na base da minha cintura e deslizando a língua no meu dorso.
— Se continuar me provocando, é você que vai terminar a noite embaixo do chuveiro se masturbando, Lorenzo — inclinei a cabeça para trás e deixei que ele traçasse a sua trilha de beijos até um dos meus seios, que parecia ter o tamanho perfeito da sua boca quando ele o chupou, arrancando um gemido da minha garganta.
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Paixão Mortal
RomanceSeria irônico que uma pessoa que odeia casamentos e sempre deixou claro que nunca, em hipótese alguma, se casaria com ninguém, fosse obrigada a se casar? Kiara sempre teve aversão a relacionamentos - a relação de seus pais a convenceram de que essa...