CAPÍTULO 28

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Caminho no estacionamento do hospital em direção ao meu carro, minha cabeça longe enquanto penso no meu encontro com o Antônio. 

Eu sentia tanta saudade que a dor parecia ser física.  

Minha vontade era de abraça-lo, sentir o seu cheiro, o seu toque. 

Aperto o botão de alarme do meu carro para destravar a porta, e abro a porta traseira para colocar minha bolsa que estava pesada, pois sempre levo uma muda de roupas e dois jalecos para o plantão, fora as garrafas para água e chá. 

Quando estou depositando a bolsa no banco, sinto um objeto pontiagudo pressionar o meu quadril e me assusto, me sobressaltando. 

- Shiiu, quietinha! – a voz fala em meu ouvido e eu sinto um arrepio de medo subir pela minha espinha. 

Ele me puxa com força e vira o meu corpo em sua direção, com uma mão ele continua pressionando algo afiado, agora em minha cintura, com a outra ele bate a porta traseira do meu carro e me empurra com força contra ela, tampando a minha boca em seguida. 

Sinto ainda mais medo quando reconheço o seu rosto. 

Ricardo! 

- Surpresa em me ver, vadia? – ele pergunta com um sorriso sinistro no rosto. – Eu vou tirar a minha mão da sua boca, mas se você gritar eu vou te furar em vários lugares e você vai sangrar até morrer, entendeu? – ele pergunta e eu aceno com a cabeça concordando. 

Ele retira a mão lentamente da minha boca, e segura o meu pescoço com força. 

- Agora, vamos conversar um pouquinho. – ele começa. – Onde ela está? – ele questiona. 

- Eu não sei. – respondo com a minha voz falhando. 

- Ah, você sabe! Você sabe sim, porque era na sua casa que ela estava se escondendo antes. – ele fala ficando bravo. – Eu estava sempre de olho. 

Sinto vontade de chorar, mas me controlo. Não iria o deixar ver que eu estava com medo. 

- Então, me responde logo onde ela está! – ele fala, dessa vez mais alto. – Eu a vi naquele programa de esportes, ela estava junto com aquele lutador. É com ele que ela está fodendo? 

- Não! – eu respondo.- Não! Ele é meu namorado! Não dela! 

- Então ela trabalha para ele? – ele pergunta interessado. 

- Trabalhava. – eu minto. – Não trabalha mais, ela foi embora. 

- Para onde ela foi? – ele pergunta novamente, a ponta afiada crava em minha blusa, e eu sinto-a arranhando de leve a minha pele. 

- Eu não sei. – continuo mentindo. – Ela pegou o Cris e desapareceu.  

- Não mente para mim, vadia! – ele fala e me empurra com mais força em meu carro. 

Sinto as minhas costas doerem, e a ponta afiada pressiona com mais força a minha cintura. 

- Tudo bem aí, Doutora? – uma voz grita ao longe e eu noto o segurança do estacionamento andando em nossa direção. 

Ricardo me solta abruptamente e sai andando na direção oposta. 

- Eu estou sempre de olho, vadia. – ele fala antes de desaparecer. 

Entro correndo em meu carro, minhas mãos tremendo muito, e começo a chorar. Aciono a trava e coloco a chave no contato, mas não consigo dar a partida, minhas mãos ainda tremendo. 

O segurança se aproxima e da dois toques no vidro, e eu abro para falar com ele. 

- Você já viu aquele homem por aqui antes? – pergunto para o segurança. 

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora