CAPÍTULO 11

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Nota da autora: Esse capítulo contém descrição de uma cena de violência contra a mulher. Se isso for um gatilho para você, por favor não leia.



Foi a melhor noite de sono que eu tive desde que cheguei ao rancho.

Acredito que só pelo fato de não estar preocupada com o Antônio desacordado no quarto ao lado tirou um peso extra dos meus ombros e eu consegui relaxar e dormir tranquilamente.

Senti-me tão bem em vê-lo acordado, em pé e saudável, uma sensação de dever cumprido.

Era para isso que me dediquei tantos anos a medicina. Para curar pessoas.

Sei que de alguma forma ajudei ele a retornar à consciência, e isso me enchia de orgulho.

Hoje era dia de dispensar a minha equipe. Todos foram excelentes profissionais, e serão devidamente recompensados por pararem suas vidas por vinte dias em função de um único paciente.

O poder do dinheiro.

Espreguiço-me na cama, sem vontade de sair do lugar.

Recordo-me de alguns detalhes do dia anterior e começo a sorrir. Os olhos do Antônio me fitando profundamente ao acordarmos, a alegria da família quando dei a notícia que eles mais esperavam, a nossa diversão ao tentar assar um bolo de aniversário, o sorriso feliz da Maria, o Antônio vestido apenas com um short de moletom, com seu peito forte à mostra e aqueles olhos...

Sacudo a cabeça e me levanto rapidamente.

O homem era bonito, e sabia disso. Ele exalava confiança e masculinidade. Eu tinha que me vigiar sempre quando estava perto dele para não transparecer que ele mexia totalmente com a minha libido.

Tomei uma ducha rápida e decidi vestir uma roupa leve e confortável. Optei por uma saia preta na altura dos joelhos que delineava o meu corpo, um cropped branco simples, e tênis confortáveis.

Fiz uma trança no meu cabelo, pois estava muito calor, e passei protetor solar e um pouco de maquiagem no meu rosto.

Assim que terminei, fui até o quarto do Antônio verificar como ele tinha passado a noite.

- Bom dia! - eu chamo da porta anexa.

- Bom dia! - ele responde saindo do banheiro com uma toalha amarrada na cintura e os cabelos molhados do banho.

Sinto minha boca secar e desvio o olhar.

- Eu só vim verificar se você passou bem à noite, e avisar que terei uma reunião agora com a minha equipe. - eu digo fitando todos os lugares menos o seu rosto.

- Foi uma noite tranquila. - ele responde, pegando outra toalha que estava em cima da cama e secando os cabelos, seus músculos dos braços ondulando no processo. - Combinei com o Fredinho de fazer uma caminhada agora pela manhã. - ele avisa.

- Você não pode se cansar, sugiro no máximo quinze minutos em ritmo lento, então nada de ir muito longe, leve uma garrafa de água, e evite ficar muito tempo no sol, está muito quente lá fora.

Ele solta a toalha que estava em suas mãos em cima da cama, e caminha lentamente na minha direção.

- Realmente, muito quente. - ele diz fitando meus olhos.

- Ok, então eu irei... - digo enquanto me viro e saio do quarto pela porta principal, meu coração martelando em meus ouvidos e meu rosto quente e corado.

Tenho certeza que ouvi sua risada em minhas costas.

¤¤¤¤¤¤

Ontem a noite, antes de me deitar, eu já havia conversado com a Doutora Aline por chamada de vídeo, e avisado sobre as condições do paciente e sobre o término dos nossos serviços. Contei a ela sobre a solicitação feita pelo Antônio de que eu passasse mais uma semana no rancho, e ela concordou.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora