ANTÔNIO
Abro os meus olhos lentamente e tento me virar na cama, mas não consigo. Sonolento, observo Amanda deitada de lado e agarrada em mim. Além de ocupar todo o espaço da cama, ela também usava o meu corpo como travesseiro.
Eu suspiro e faço carinho em seus cabelos.
Minha mulher não está dormindo direito. Agora com trinta e oito semanas de gravidez, a sua barriga está enorme e pesada. O meu filho segue perfeitamente saudável dentro de seu ventre, e eu me sinto o homem mais abençoado do universo.
Levanto-me da cama devagar, tentando sair de seus braços sem acordá-la.
Quando finalmente consigo, eu paro na lateral da cama e fico observando-a dormir. Amanda estava nua, e sua barriga estava perfeitamente redonda.
Sorrio e planto um beijo delicado em seu ventre.
Ainda não são nem sete horas da manhã, mas eu me sentia muito ansioso.
Hoje eu e o meu irmão iríamos contar para a Maria sobre a paternidade dela. Eu estava com muito medo de magoar a minha filha, e medo também de ser rejeitado. Eu não queria que ela me achasse menos pai dela por conta de um exame besta de DNA, e nem queria que ela se sentisse menos filha perto do Mateo.
Saio do quarto devagar, e uso o banheiro do corredor em vez de usar o banheiro da suíte, para não acordar a Amanda.
Ela havia acordado de madrugada com muita dor nas costas, e eu havia feito ela ficar sentada entre as minhas pernas, e fiz uma massagem em sua lombar, já que ela não podia tomar analgésico ou relaxante muscular.
Pensar no parto do Mateo também me deixava ansioso.
Quando Maria nasceu, minha esposa havia optado por uma cesárea, então não tivemos a experiência de entrar em trabalho de parto, já que agendamos todo o procedimento.
Agora, viveríamos toda essa loucura por opção da Amanda, e eu estava com medo de vê-la sentindo dor.
Caminho até o quarto de Maria e vejo-a dormindo pacificamente.
O tempo passou tão depressa, e a minha filha já era quase uma adolescente.
Seus cabelos compridos cobriam o seu rosto, mas eu não quis mexer para não acordá-la.
Vou até a cozinha e preparo um café preto para mim, depois preparo uma bandeja com suco de laranja, frutas picadas e pão com queijo quente.
Entro com cuidado no quarto, e encontro a cama vazia.
Coloco a bandeja em cima da cama e espero a Amanda retornar do banheiro.
Quando ela volta, ainda nua, acompanho o seu corpo com o meu olhar e vejo-a corar.
Adorável.
- Bom dia. - ela murmura e me dá um selinho nos lábios, sua boca com gosto de pasta de dente.
- Pensei que você ainda estaria dormindo. - eu murmuro colando o seu corpo no meu.
- O seu filho não me deixa dormir. - ela respira fundo. - Tenho certeza que ele encaixou os pés em minhas costelas.
Eu dou uma risadinha e beijo seu rosto, e depois a sua barriga.
- Vamos comer. - eu falo apontando para a cama.
- Você é o melhor! - ela suspira e pega o seu suco de laranja.
- Tudo para a minha mulher. - eu sorrio.
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Eu e o Mario levamos a Maria até a sala, e nos sentamos de frente para ela.
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CLAREOU
Hayran KurguAmanda é uma médica dedicada que trabalha na unidade intensiva, e se apaixona perdidamente por Antônio, um lutador profissional em coma devido a um trauma em sua última luta.