CAPÍTULO 7

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Não consegui dormir direito. Foi uma noite horrível. Fiquei rolando de um lado para o outro na cama, pensando na conversa que eu tive com a Bruna. Ela não me deu mais nenhuma pista, só conseguia chorar. Depois se levantou, pegou a bicicleta e foi embora, me deixando sozinha com os meus pensamentos.

Durante a noite eu tentava pegar no sono, mas só conseguia pensar, e pensar... Tentava imaginar o que faria o Antônio se trancar em sua mente dessa maneira.

Eu precisava mudar o rumo disso. Precisava tirá-lo de dentro da prisão de sua mente. E durante a madrugada resolvi que no dia seguinte eu tomaria uma atitude diferente em relação ao seu tratamento.

Meu despertador toca, e eu me levanto rapidamente. Olho no espelho do banheiro e estou parecendo um zumbi. Um horror.

Depois de fazer minha higiene matinal e trocar de roupa, vou até o quarto do Antônio.

Abro as cortinas e as janelas para deixar entrar a brisa da manhã.

- Bom dia, campeão! - eu digo animada. - Hoje você iria agradecer por não poder me ver, eu estou um horror, garotinho. Um verdadeiro zumbi.

Suspiro alto enquanto começo a preparar as coisas que preciso para verifica-lo.

- Hoje nós teremos mudanças por aqui, campeão! - começo a tirar o edredom e as almofadas de cima da cama king size. - Hoje você irá deixar essa cama de hospital, porque você não está doente! Eu não quero mais te ver em cima dessa cama! - eu repreendo.

- Bom dia, Amanda! - Victória entra no quarto.

- Bom dia, Victória. Hoje nós faremos algumas mudanças por aqui. - eu digo, e quando me viro percebo ela me encarando como se eu tivesse duas cabeças. - O que foi?

- Não acho que seria uma boa ideia retirá-lo da cama. - ela diz envergonhada.

- Na verdade é uma ótima ideia! - eu digo. - Ele não está doente, então ele vai para uma cama mais confortável, e assim que ele estiver preparado ele vai abrir esses lindos olhos para nós, não é, campeão?

- Mas o que faremos com as sondas? - ela me questiona.

- Manteremos apenas a sonda gástrica para alimentação, as sondas higiênicas serão retiradas. - Victória me encara de olhos arregalados, e eu continuo falando dessa vez com uma voz mais alta para ter certeza que ele estava me ouvindo. - E nós iremos colocar fraldas gigantes nele, então se ele não quiser que eu limpe a bunda dele todos os dias é melhor ele acordar logo.

Victória tosse para disfarçar uma risada.

- Victória, por favor, chame o Cézar, vamos precisar da ajuda dele para mover o Antônio.

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No começo da tarde, Antônio já estava devidamente instalado e confortável no centro de sua cama king size. Instalamos o poste para pendurar a alimentação líquida e o soro para mantê-lo hidratado, na lateral de sua cama. Ajudei a Victória na hora da higiene dele, e coloquei uma manta fina por cima de seu corpo para mantê-lo aquecido.

Estava terminando de separar os equipamentos e suplementos que não iria mais utilizar no tratamento dele, e enviei uma mensagem para o Frederico pedir para alguém retirar tudo isso do quarto.

Pouco tempo depois já estávamos livres da cama de hospital e todo o restante.

- Esse quarto é muito lindo, cara! - eu falo para ele. - Olha todo esse espaço... Da para fazer uma pista de dança aqui no meio. E esse tapete fofo na frente da lareira? - eu questiono enquanto tiro os meus sapatos e piso no tapete.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora