CAPÍTULO 32

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Volto ao meu apartamento um pouco antes do meio dia, vestindo uma camiseta larga do Antônio e um short de moletom que eu precisei enrolar três vezes a parte do elástico na cintura. Nos meus pés um chinelo da Maria e em minhas mãos uma sacola com aquele vestido horroroso, que eu certamente nunca mais usaria. Subi no elevador com zero dignidade, esperando não encontrar nenhum outro morador.

Depois de algum tempo sozinha em meu quarto, fico me perguntando se fiz a escolha certa em retomar o meu relacionamento com o Antônio.

Eu o amava tanto, mas sentia um pouco de medo de viver esse relacionamento a distância, mesmo que seja por poucos meses.

Talvez eu consiga tirar um período de férias para conseguir assistir a sua luta nos Estados Unidos. Mas mesmo assim, ainda faltam mais de três meses até essa data.

Eu ficaria três meses sem sentir seu cheiro, o seu toque. Já foi tão difícil nesse período que ficamos separados.

Respiro fundo e vou até o meu armário para pegar uma roupa confortável. Tenho muitas coisas para fazer em casa durante o dia.

Quando começo a retirar a roupa, olho em direção ao espelho e fico pensativa.

Eu me sentia diferente.

Alguma coisa parecia estar estranha em mim, mas eu não conseguia identificar o que era.

Noto uma pequena marca roxa no meu seio esquerdo e sorrio ao lembrar do jeito como o Antônio me tocou durante essa madrugada.

Era incrível como ele conhecia o meu corpo e sabia como eu gostava de ser tocada. Sinto um arrepio de excitação ao lembrar como foram deliciosos os orgasmos da noite passada.

Em um momento daquela noite, eu entendi exatamente o significado de "fazer amor". Aquele momento, aquele cuidado, nossas palavras, era o mais puro e genuíno amor.

Impossível eu não dar uma chance nova ao nosso relacionamento.

Termino de vestir minhas roupas e começo a planejar o meu dia em minha cabeça.

Amanhã a noite ele iria embora, então hoje ele disse que passaria o dia com a Maria, passeando pela cidade e fazendo coisas divertidas entre pai e filha.

Mais tarde, ele iria oferecer um jantar em seu apartamento, para a família e pessoas próximas.

Me ofereci para ajuda-lo, e combinamos dele vir me buscar às 17 horas.

Então eu tinha pouco tempo para organizar o meu apartamento, colocar algumas roupas para lavar, e me preparar para mais tarde.

Respiro fundo, prendo o meu cabelo em um coque bagunçado e faço o que precisa ser feito.

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Às 17 em ponto, entro no carro de Antônio e dou um beijo leve em seus lábios.

Maria está adormecida no banco trazeiro, e ao seu lado diversas sacolas de supermercado.

- O que faremos para o jantar? - eu pergunto.

- Eu pensei em assar uma carne na churrasqueira da varanda, e fazer alguns acompanhamentos, talvez uma salada, e um arroz branco. - ele fala.

- Ótimo! - concordo. - Uma coisa prática e rápida.

- Eu chamei os seus pais, mas a sua mãe disse que eles não vão conseguir vir. - ele avisa.

- Sério? - eu falo erguendo minha sobrancelha. - Obrigada por convida-los.

- Mas você vai ter uma grande surpresa com um dos convidados. - ele fala.

- Quem? - eu pergunto curiosa, mas ele apenas balança a cabeça e ri enquanto faz uma curva com o carro, sua mão esquerda trabalhando o volante com precisão enquanto sua mão direita segura a minha.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora