CAPÍTULO 14

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ANTÔNIO

Desperto lentamente com o meu braço esquerdo dormente da ponta dos dedos até o meu ombro. Percebo que não estou em minha cama quando sinto que minha mão ainda está conectada com a da Amanda.

Solto nossos dedos com cuidado e xingo mentalmente quando sinto a dor aguda da cãimbra pegar todo o meu braço. Filho da puta!

Me viro lentamente para olhar em sua direção, sentindo o cheiro doce que vinha dos seus cabelos e da fronha dos travesseiros. A mulher tinha um cheiro espetacular, uma mistura de cerejas e flores frescas que me deixava com água na boca.

Observo o seu rosto sereno dormindo tranquilamente enquanto a luz do dia começa a entrar no quarto. Ela tinha os cílios compridos e naturais, e sua boca tinha um desenho lindo, com lábios cheios em um tom de rosa delicado. Eu sentia vontade de experimentar aqueles lábios, colar minha boca na dela enquanto deixava minhas mãos passearem por aquele corpo, aquela bunda fabulosa... Deus, eu precisava transar.

Eu não sentia que era o momento certo para me envolver com alguém agora, não quando eu tinha uma dúvida sobre a paternidade da minha filha na minha cabeça vinte e quatro horas por dia. Ainda não conseguia me decidir por onde começar a remexer nesse assunto.

Mas isso não tirava o fato de que eu me sentia atraído fisicamente pela minha médica. Agora minha amiga. Amiga...
Deus sabe o quanto eu queria foder essa amiga.

Respiro fundo enquanto observo sua pele alva salpicada de pintinhas cor de canela por toda a parte. Aquelas pintinhas que eu queria beijar uma por uma.

FOCO, ANTÔNIO!

Não era justo eu envolver a Amanda com sexo sem ter certeza do que eu realmente quero da minha vida agora. Ela era uma mulher incrível, e merecia um relacionamento estável e um cara que doasse cem porcento do seu tempo a ela. O que não era o meu caso agora. Mas ao mesmo tempo imaginar que ela poderia encontrar outra pessoa que fizesse com ela tudo o que eu estava com vontade de fazer me deixava cego de raiva.

Aquele enfermeiro teve a coragem de chamar ela para jantar... na minha frente! Tudo bem que eu estava 'desacordado' e ele não sabia que eu estava ouvindo tudo, mas achei uma falta de profissionalismo enorme. Ele estava ali para limpar a minha bunda e não para cantar a minha médica na minha frente.

Babaca.

Eu estava sem sexo a tanto tempo que estava deixando isso afetar a minha lógica.

A última mulher que eu transei foi a minha esposa, e já fazia quase dois anos que ela faleceu.

Eu precisava sair daqui antes de cometer uma loucura.

Conforme vou me levantando, Amanda se mexe, puxando todo o edredom para o lado dela, e colocando um pedaço de sua perna para fora. A luz do sol entra por uma fresta aberta da cortina e ilumina a pele de sua perna. Fico louco para passar a mão ali, apertar com força aquelas coxas deixando a marca dos meus dedos e depois encher de beijos...

Respiro fundo e volto para o meu quarto.

Hoje era domingo, e minha mãe queria aproveitar que os três filhos estavam em casa para fazer um almoço ao ar livre com churrasco, para todos aproveitarem a piscina e o sol.

Seria ótimo se eu não tivesse que ficar olhando para a cara de pau do meu irmão, e imaginando ele comendo a minha esposa.

Sinto uma raiva subir pelo meu corpo e uma vontade enorme de socar alguma coisa.

Ainda não podia voltar para os meus treinos de luta porque não fui liberado pela minha médica que dormia no quarto ao lado.

Solto um sorriso involuntário quando eu lembro de uma mulher de um metro e sessenta querendo mandar em mim.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora