CAPÍTULO 37

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ANTÔNIO

Tive um dia estressante, e respiro aliviado quando finalmente chego em minha casa.

Tive dois treinos intensos na parte manhã, acabei levando um soco na cara que fez o meu nariz sangrar, porque eu não estava focado o suficiente.

Depois do almoço, fiz uma hora de fisioterapia com a Larissa, e o meu joelho estava me incomodando demais. Ela fez eu entrar na banheira de gelo por quinze minutos e eu odiei cada segundo que fiquei preso ali.

Quando pensei que finalmente estava livre, o Fred me ligou para uma reunião de urgência, para nós dois decidirmos como eu iria aplicar o dinheiro que recebi do acordo publicitário com a marca de whisky.

Resolvemos tudo em duas horas, e ele finalmente me liberou.

Agora eu teria a noite livre para mim.

Eu pretendia descansar, pois estava muito preocupado com o meu joelho.

Quando usei as caneleiras de peso no treino de hoje, eu senti uma pressão muito forte no joelho direito, e a Larissa me disse que eu estava sobrecarregando aquele lado do meu corpo.

Respiro fundo quando entro no chuveiro quente, sentindo todo o meu corpo relaxar.

Pretendia jantar algo leve, e depois ligar para conversar um pouco com a minha filha. Eu estava sentindo uma saudade absurda da Maria, mas faltavam poucos dias para ela sair de férias da escola e ficar aqui comigo.

Ainda não havia decidido se eu iria contar sobre a paternidade dela antes ou depois da minha luta.

Eu pretendia fazer isso junto com o meu irmão.

Era justo que nós dois estivéssemos presentes.

E depois de conversar com a Maria, eu queria conversar com minha mulher.

Amanda.

O meu coração acelera toda vez que eu penso nela.

Depois que a Paula morreu, eu não imaginava que iria me apaixonar novamente. Não desse jeito.

Eu pensava na Amanda o dia inteiro, fazendo as coisas mais bobas e simples do dia.

Eu lembrava quando usava o meu shampoo no banho, porque sei que ela gosta do cheiro. Lembrava quando bebia o meu café preto de manhã, porque sei que também era o preferido dela. Lembrava quando eu saia de casa, porque ela toda vez que ia sair voltava duas vezes para ver se não tinha esquecido nada. Lembrava quando eu estava treinando, porque toda vez ela tirava sarro do meu nariz torto e do fato de eu apanhar para ganhar dinheiro. Eu lembrava quando voltava para casa, porque tudo o que eu queria era ela ali me esperando, para eu abraça-la, sentir o seu cheiro e o gosto dos seus lábios.

Eu era viciado no cheiro na minha mulher, e nos olhos cor de whisky que sempre me olhavam sonolentos quando eu lhe dava um orgasmo.

E as pintinhas cor de canela que salpicavam toda a pele de seu corpo, e me davam água na boca.

Que saudades que eu estava dela.

Minha mulher.

Termino rapidamente o meu banho, e visto um short de moletom folgado.

Vou até a cozinha e preparo uma omelete com queijos e bastante salada verde para o meu jantar.

Quando pego o meu prato e me sento no balcão para comer, o meu celular toca e eu vejo o nome de Cecília na tela.

Reviro os olhos.

Ótimo.

- Ceci. - atendo enquanto devoro a minha omelete.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora