CAPÍTULO 46

1.8K 123 35
                                    

ANTÔNIO

Termino o meu último treino pré-luta, a exaustão tomando conta do meu corpo. O suor escorre por todo lado, e eu sinto a adrenalina correndo em minhas veias.

Amanhã eu iria subir no decágono e conquistar aquele cinturão.

Depois, eu iria pegar a minha família, visitar a Disney, e finalmente voltar para casa.

Eu tinha uma vida nova me esperando para começar a ser vivida, e eu estava ansioso demais por ela.

A única coisa que estava tirando o meu sono era a mídia que circulava diversas fotos da Amanda grávida.

Fazia uma semana desde que a primeira foto vazou, onde nós estávamos saindo de um restaurante na costa de Miami Beach.

Agora, já haviam acontecido mais duas situações.

Fotos da Amanda de mãos dadas com a Maria saindo de uma loja de roupas na Lincoln Road, e fotos da Amanda saindo sozinha de uma farmácia na Biscayne Boulevard.

Eu havia colocado um segurança para segui-las sem que elas percebessem, para que elas pudessem aproveitar Miami enquanto eu estivesse ocupado treinando, e também para a minha própria tranquilidade.

Mas nem o segurança era capaz de impedir que tirassem fotos dela.

E nem sabíamos quem estava tirando essas fotos, mas com certeza sabíamos quem era o mandante.

Não entrava na minha cabeça como uma organização tão grande como a PFL nunca tinha percebido tudo o que girava em torno das vitórias de Finn O'Sullivan.

Todas às vezes foram cercadas de notícias ruins de seus adversários na mídia.

Eu só queria voltar para o Brasil.

Sossegar e viver os últimos meses da gestação da Amanda com tranquilidade.

Mas para isso acontecer, eu precisava daquele cinturão.

E do dinheiro, é claro.

Quando chego em casa depois do treino, corro até a minha suíte e tomo um banho rápido, pois devemos sair em até uma hora para a Kaseya Center, na Baía Biscayne.

A luta seria amanhã, naquele local que era sede do Miami Heat, e hoje teríamos o evento de pesagem dos lutadores, e também faríamos o exame antidoping.

O resultado desse exame só é entregue dias após a luta, mas eu estava tranquilo em relação a isso.

Faz meses que eu não tomo nem mesmo relaxante muscular, apesar de desejar todos os dias um remédio para aliviar o meu joelho.

Eu vou me entupir deles depois dessa luta, só para poder dormir uma noite sem sentir essa porra de joelho latejar.

Hoje eu olharia para a cara daquele irlandês nojento, e confesso que não queria isso.

Eu dou um soco na parede do box do banheiro, nervoso ao imaginar o que teria acontecido comigo se eu tivesse bebido todo aquele drink.

Poderia ter sido o fim da minha carreira.

E o fim da minha família.

Após o banho, desço as escadas e caminho apressado até a sala, onde todos estavam me esperando.

Cumprimento o Fred e a Larissa, que iriam nos acompanhar no evento, e beijo a minha filha, que estava animada vestida com uma camiseta do Team Sapato.

- Onde está a Amanda? - eu pergunto.

- Foi até a cozinha comer alguma coisa, ela está ansiosa. - minha mãe responde, se sentando ao lado da Maria.

CLAREOUOnde histórias criam vida. Descubra agora