08

6.7K 634 79
                                    

Estela...

Bruna: Vocês estão lindas demais, o que foi isso! — Ela entra no quarto, onde eu estou em frente ao espelho, terminando de colocar alguns acessórios. Sorrio pra ela. — Nossa que rabão, Estela.

— Não me elogia que eu fico tímida. — Brinco. — Tá bonito mesmo?

Me viro de frente pra ela, a Lorenna e a Isadora, mulher do Gomes, que estavam sentadas na cama, mexendo nos celulares delas. As três olham para mim, de cima embaixo. Eu fico atenta nos olhares delas, esperando a resposta. Eu estava vestida com um vestido preto que tem uns brilhos, eu comprei antes de viajar, ele é todo colado no meu corpo e tem um detalhe lindo no busto, deixando eles no decote, bem a mostra.

Lorenna: Você nem deveria perguntar, juro. — É a primeira a falar. — Você é um absurdo de mulher, uma escultura linda. — A Isadora concorda com ela.

Bruna: Né isso, mulher! Gostosa desse jeito ainda tendo dúvidas sobre como é gostosa, então se é assim eu tenho que começar uma academia rápido. — Eu dou risada da forma espontânea que ela fala.

As meninas e eu nos demos super bem, nossas personalidades são bem parecidas. Em umas horas de conversa percebemos que temos coisas demais em comum, coisas que eu particularmente adoro ter em comum com quem eu convivo. Ainda mais sendo mulher, porque tem umas que acaba criando uma rivalidade por coisas tão pequenas, motivos tão bestas e sem necessidade, que quando você encontra uma que realmente seja boa e não babaca, você tem que agradecer muito.

— Esse colar tá legal? — Passo minha mão pelo colar de brilho, fininho. Meu pai que me deu, eu tenho um carinho especial por ele, já que foi no dia do meu aniversário de quinze anos que ele me deu.

Eu lembro como se fosse hoje, o dia em que eu passei por uma loja semanas antes de completar quinze anos, e disse que tinha amado aquele colar, sendo um pai babão da maneira que é, ele comprou para mim e me deu de presente, junto com uma caixinha rosa, e minha cor preferida é rosa. Eu amo o meu pai. Não nego pra ninguém, ele me faz amar ele ainda mais só pelos detalhes.

Isadora: Tá lindo. Combinou com o vestido.

Nós ficamos mais alguns minutos ali, até terminarmos e sairmos de casa, nos despedindo da Lúcia.

Demora pouco tempo pra gente chegar no baile, todas bem animada para a noite de hoje. Desde cedo planejamos beber muito e não parar tão cedo.

Isadora: Cara, os bailes daqui tem muita gente. — Ela fala um pouco alto, já que com o som tão alto, quase não escutamos o que as outras falam. — Bombam demais.

Lorenna: É assim que eu gosto. — Fala animada. — Se não tiver um formigueiro desse, não é um baile.

Bruna: Nisso eu tenho que concordar, mas. — Ela é interrompida por um casal que passa na sua frente, a menina quase pisando no pé dela. — Tem que ter paciência dobrada. — Ela olha feio pro casal, fazendo a gente dar risada.

Vamos juntas andando em direção ao camarote, já que a Bruna disse que depois disso não ficaria aqui embaixo de jeito nenhum. Pra não acabar brigando com alguém.

A gente vai conversando, dançando no ritmo da música alta que tocava no som, até que sem esperar eu me assusto, com a espécie de uma mulher vindo pra cima de mim feito um touro.

Xx: É você mesmo sua vagabunda! — Ela grita, fazendo algumas pessoas que estão ao redor, pararem de dançar só pra olhar. — Você que está se amostrando pro meu homem, na casa dele. Ele tem dona, é meu! Meu!

Ela gritava, totalmente fora de si. As veias do seu pescoço estavam alteradas, era a mulher que estava com o Braga um dia desses.

Bruna: Você tá louca minha filha? — Grita também com a mulher, eu fico estática sem a fichar ter caído sobre o que acabou de rolar. — Você tá ficando maluca de achar que vai falar com ela desse jeito? O meu irmão não tem nada com você, sua surtada do caralho.

Xx: Cala a boca sua chifruda de merda! — Fala rápido, sem pensar duas vezes. Eu percebi que o que ela fala, deixa a Bruna meio desconfortável, me fazendo ficar com um puta ódio no momento. — Ela é o que? uma princesinha indefesa que precisa de você pra falar no lugar dela?

— Escuta aqui sua imunda. — Falo deixando o ódio me consumir, não me importando com mais nada e tacando o foda-se. — Da próxima vez que você se quer pensar em falar dessa forma com ela eu quebro a sua cara, e eu não tô brincando com você! — Me aproximo dela ficando cara a cara. — Você fala comigo da maneira que quiser, contanto que não toque um dedo em mim, mas não fala assim com ela não! Vai se tratar, sua doente, eu não tenho nada com o seu namorado, tenha amor próprio e me esquece!

Sinto dois braços me puxando pra trás, percebendo que é a Isadora. Eu mal tenho tempo pra pensar, ou agir. Eu só sinto a ardência no meu rosto e meu rosto pela força sendo jogado pro lado. A mas esse filha da puta não fez isso.

— Hijo de puta! — Esbravejo. Eu pego força não sei de onde, e me solto dos braços da Isadora. Abrindo a minha bolsa e sacando de dentro dela a minha arma. Pelo ódio que eu sentia, eu não ligava pra mais nada ao meu redor, com a cabeça e o intuito somente em acabar com a vida dessa desgraçada. Eu destravo a arma e aponto direto pro peito dela.

Ela me olhava assustada e obviamente não estava por isso, eu ia apertar o gatilho quando sinto uma mão grande e habilidosa pra caralho, abaixar a minha mão e o tiro pegar no chão. Com o barulho do tiro, entra na minha audição os gritos das pessoas ao redor.

Meu peito subia e descia freneticamente, sem ordem, só batia e eu não conseguia raciocinar muito bem. Eu odeio que batam na minha cara, odeio! Se você quer ver uma versão minha que eu escondo o quanto posso ser exposta para todos verem, faça isso!

Braga: Porra!

Carga Forte Onde histórias criam vida. Descubra agora