Estela...
Me viro na cama, ajeito meu travesseiro e não vejo jeito para o sono vim.
Respiro fundo, tentando relaxar o corpo, mas não tem solução. Me levanto, ajeitando minha lingerie vermelha no corpo, indo até o guarda-roupa e pegando um vestido solto, vestindo ele. Vou até a cômoda e pego meu celular, vendo que já são quase seis da manhã.
Saio do quarto, fechando a porta atrás de mim e indo de mancinho para as escadas, descendo os degraus. A casa estava em total silêncio, todos dormindo.
Passo pela sala, observando que a luz da cozinha estava ligada, mas eu não me preocupo com isso, me direcionando até o sofá.
Meus pulsos estavam doloridos, todo meu corpo estava doendo para ser clara. Meu pensamento não parava um minuto, não tinha nada que me fizesse deitar a cabeça no travesseiro e só dormir. Desde que eu cheguei, não consegui conversar com ninguém sobre o que eu estava sentindo, a Bruna se preocupou, todos se importaram em perguntar como eu estava, mas não queria no momento conversar sobre o assunto.
A sensação que eu estava sentindo era de impotência, eu sabia que estava correndo perigo, que eu não deveria sair tarde sozinha, mas eu fiz. E no final de tudo, poderia acabar nem vendo a luz do dia. Eu fui burra.
Fecho os olhos, deitada no sofá, passando lentamente as mãos pelo meu pulso. Doía muito.
Com a respiração calma, acabo inalando um cheiro forte e diferente na sala, cheiro masculino. Mas não dou o trabalho de abrir os olhos para ver quem era, eu sabia que era ele.
Sinto a mão forte dele nos meus pés, levantando eles, enquanto o sofá afunda com o seu corpo ali, soltando meus pés no seu colo.
Braga: Tu tá bem? — Passo a língua nos lábios, escutando ele falar, quietinha. — Não falou nada desde que chegou.
— Estou. — Digo simples. — Só não quero conversar sobre isso.
Braga: E vai ficar assim até quando? — Abro meus olhos, encarando os pares que me analisavam sem pudor, o Braga tinha o olhar mais intenso que eu já vi na vida. Era como se ele observasse além de mim, a minha alma. — Não tá dormindo por que?
Como sempre, ele estava com um cigarro de maconha entre seus dedos, enquanto sua mão livre estava apoiada na minha perna.
— Posso diregir sozinha o que aconteceu? — Ele não fala nada durante uns segundos, só concorda com a cabeça. — O que você fez com o Gomes?
Vejo ele trincar o maxilar, desviando os olhos dos meus. Passeei o meu pelo seu corpo, analisando ele trajado com uma camisa do Flamengo, vestido uma bermuda preta. Suas correntes sempre há mostra, as tatuagens no pescoço era o seu charme, já que ele tinha muitas espalhadas por todo corpo.
O Braga não responde a minha pergunta, me fazendo rolar os olhos. Tiro meus pés de cima do seu colo, me arrastando até ele, que me olha com estranheza no olhar, mas com a guarda baixa.
Vou devagarinho e apoio minhas duas pernas, uma de cada lado, me sentando no seu colo.
Braga: Qual foi? — Pergunta com a voz rouca, soltando a fumaça do baseado dele pro lado oposto do meu rosto. Ele apoia a mão na minha coxa, apertando o local.
— Posso te fazer um pedido? — Levo minhas duas mãos até as suas correntes, dedilhando meus dedos por elas, sem tirar os meus olhos dos seus.
Braga: Depende. — Da um sorrisinho de lado, sacando a minha intenção. — O que é?
— Fode comigo, do mesmo jeitinho que a gente fodeu uns dias atrás. — Minha mão sobe devagar pelo seu pescoço, arranhando de leve. — Só isso.
Braga: Tu não pode simplesmente me pedir um bagulho desses, Gringa. — O aperto na minha bunda me faz sorrir de lado. — Isso não é um bagulho que se pede, saca?