Estela
Já beirava às uma da manhã, eu já estava querendo minha cama, sentia meu corpo ficando cansado. O som antes alto pra caralho há um bom tempo está baixinho só pra quem tá aqui na resenha escutar. Estamos sentadas aqui dentro numa mesa mais pertinho da entrada, batendo um papo.
Bruna: Carinha de derrotada, que ir pra casa? - volto a realidade da rodinha de conversa quando ela aperta minhas bochechas nas mãos. - Mesmo assim continua linda.
— Eu vou daqui a pouco. - sorrio pra ela que me manda um beijinho.
Karina: Vocês são bem amigas, né. - sua voz me chama atenção e eu encaro ela, concordando com a cabeça. Ela chegou mais cedo com o marido, mas só ela ficou.
Uma preta linda, sorriso branquinho e alinhado, corpo todo turbinado. Os cabelos pretos são cacheados, ela está usando um vestido preto curtinho manga longa, o decote segurava seus seios que são pequenos e o detalhe abaixo era aberto, deixando exposto. A marquinha de fita chegava a brilhar sendo bem acentuada pela pele pretinha, linda mesmo. Sabe conversar e só nessas horinhas que estamos juntas, trocamos muito assunto.
O marido dela deixou ela aqui e foi embora, Bruna e ela estavam conversando sobre uma vaga no trabalho que ela tá, a mulher não sabe se vai contratar definitivamente mas ela veio pra amanhã fazer o teste.
Bruna: Quando eu vi ela pela primeira vez já sabia que ia ser uma amizade bem foda, primeiro que eu fiquei abismada de cara com o espanhol, perfeita. - observo ela explicar pra Karina enquanto gesticula e eu fico com o sorriso de coringa no rosto, vendo ela falar. - Já falei que ela vai ser minha professora.
— Eu dou aulas, virar professora particular. - puxo a alcinha da minha bolsa que está na mesa quando o celular vibra dentro dela, me chamando atenção.
Jhenyfer: Eu também quero aulas particulares. - aponta o dedo com o alongamento em gel na esmaltação preta.
Karina: Papo reto, quem te olha assim nem imagina que você é uma gringa, eu não imaginei. - o sotaque carioca chega até mim me fazendo perceber a diferença dos nossos sotaques, os sinais são muitos. Eu falo português mas é arrastado, meu timbre é mais puxado. - Tem o jeitinho do solo brasileiro, Carioquinha nata!
Bruna: E ainda laçou o carioca mais carioquex. - as quatro damos uma gargalhada juntas, comprometendo o ambiente com o barulho delas.
— Em pouco tempo me adaptei as manhas cariocas. - elas dão risada e eu lanço meu olhar pra entrada da casa do Canário, fixando minha atenção no momento exato que o Caio entra ajeitando o coldre na cintura, procurando por algo aqui dentro. Quando nossas íris se encontram ele parece se atentar aonde queria, na minha estrutura, o sorriso ladino preenche seu rosto e meu peito incha no peito quando eu retribuo, fazendo com que ele eleve a mão e sinaliza com o dedo indicador, me chamando.
— Já volto. - me levanto da cadeira, me afastando das meninas, escutando elas conversando uns passos atrás de mim. Caminho em sua direção abaixando minha sainha de couro que sobe a cada passo que eu dou, pisando firme no chão com meu saltinho preto.
Chego perto dele analisando bem seu rosto, o cabelo com os fios ralinhos e o maxilar marcado, o porte alto emanando toda a postura que ele tem. A polo marcando seus músculos, deixando a mostra todas as suas tatuagens desenhadas pela pele branca, com sua única corrente no puro maciço banhado a ouro jogada no peitoral. Seu olhar intenso me analisava por completa e eu me sentia uma ratinha assim.
Braga: Linda. - ele percorre com os dedos pela minha bochecha tirando os fiozinhos de cabelo, com os olhos cravados no meu rosto. - Tá bem aqui? se quiser ir embora, estiver cansadinha avisa que a gente vai. - aproxima seu rosto do meu e num ato que me faz prender a respiração por segundos, abaixa o tronco e deixa um selinho nos meus lábios, grudando a boquinha na minha.