Braga
Dou um trago no meu baseado sentindo meus músculos relaxados, antes fosse pela maconha. É ela que me deixa assim, ela é a única droga que me deixa chapado, as outras não fazem mais efeito depois que ela apareceu.
Estela: Braga.. - a voz calma me chama antenção e eu me desfaço dos pensamentos olhando pra ela que está sentada na ponta da cama. Os cabelos lisos jogados pra trás do seu corpo, as sobrancelhas bem feitas e o olhar penetrando minha estrutura, me olhando toda serinha.
— É o que minha zoiudinha? — pergunto, sentindo o gosto cítrico da maconha invadir meu paladar. Percorrendo meu olhar eu vejo a mãozinha em cima da perna, destacando o anel que eu dei pra ela.
Estela: Aqui, amor. — balança os pezinhos 35 na minha direção, com os saltos no chão. — Põe pra mim.
— Coloco. - ajeito a polo no ombro, sentindo o peso do cordão quando eu apoio um joelho no chão e deixo o outro erguido. - Me dá aqui. - seguro seu pezinho com cuidado sustentando o cigarro na mão, passando a mão por baixo pra tirar qualquer poeirinha e puxo o salto preto na minha palma, enfiando com todo cuidado o pé dela pra dentro do salto. A cordinha do mesmo que está solta eu amarro com delicadeza, fazendo a mesma coisa com o outro. - Meu pezinho 35. - abaixo meu tronco e trago um em minha direção, beijando.
Me afasto dela me aproximando da cama, sento e bato na minha perna, pra ela se sentar. Ela em silêncio faz o que eu pedi, levantando. Seguro na sua mão, percorrendo meus olhos pelo corpinho dentro da saia de couro preta, as coxas bem torneadas apertadinha, puxo ela pra mim e as coxas passam por minha cintura, sentadinha no colo do bandido dela.
— Tá se sentindo bem? - tiro o cabelo do seu olho, passando leve os dedos na maçã do seu rosto. Tá vermelha ainda pelos tapas e apertos que eu desferi, pouco, mas tá. - Fala pra mim.
Estela: Tô, mas muito dolorida também. - passa os braços pelo meu pescoço, segurando minha corrente nos dedos pela nuca. - Eu gosto da dorzinha, dá pra suportar.
— Hum, então essa bucetinha aguenta mais pau hoje? - ela sorri, e eu passo devagar meu nariz pelo pescoço dela, inalando o cheirinho doce do perfume misturado com o meu. - Cheirosa.
Estela: Você tá muito safado, amor.. - mordo fraco a carne exposta. - Aí..
Bato o dedo no outro, deixando as cinzas do baseado que está entre meus dedos cair no chão, erguendo meu tronco e analisando seu rosto. Minhas íris castanhas fixam nas suas e meu coração pulsa no peito, a carga que ela envia pro meu subconsciente me trazendo na memória o que eu era antes de conhecer ela, e todos os sentimentos que ela está me fazendo sentir depois que chegou na minha vida. Sorrio, circulando a língua pelo meu lábio, observando ela percorrer com a mão pelo braço, com os olhão grande me encarando.
Realinho meus pensamentos e todas as respostas que eu procurava quando sentia meu coração parecendo alucinado toda vez que eu vejo ela, surgem. O semblante tranquilo me faz lembrar da primeira vez que eu a vi com outros olhos, eu senti desde ali todo meu corpo quente quando eu via ela, não é só sexo. Paixão e amor são complexos diferentes, a paixão você sente quando os seus impulsos sexuais se completam com os impulsos do outro, a paixão é rápida e movida pelo prazer carnal ao outro. O amor, ele se entrelaça com todo cuidado e reciprocidade vindo em conjunto, quando se conecta com a presença parece que o corpo vai flutuar e todo o estresse causado por um dia ruim, evapora.
Eu sei o que sinto, eu tenho total consciência que o meu sentimento por ela é mais forte que qualquer paixão passageira. Eu não projeto na minha mente uma outra versão dela, eu curto todos jeitos e trejeitos da minha neguinha, eu tô com ela pra cuidar, proteger e não deixar que o mundo por fora se quer toque nela.