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Braga...

Eu estava olhando pra ela, tão perto de mim... nunca parei para analisar os seus olhos, mas esses pares me olhando agora, com tanto desejo, pude notar o quanto são lindos. Os olhinhos pretinhos... O olhar dela é marcante, ela não pisca e nem perde a marra que trás dentro deles, ela é linda pra caralho.

Mas eu não posso me esquecer quem ela é.

— Eu juro por tudo, que se você fosse não fosse quem é, Estela Martinéz. — Sussurro baixo pra ela, com a boca centímetros de distância da sua. — Eu matava a minha vontade de beijar essa tua boca, desde que eu te vi chegando no baile gostosa desse jeito eu não paro me imaginar as formas diversas que eu te foderia. — Aperto sua cintura fina, puxando o corpo dela pra perto do meu.

Estela: Eu não daria esse prazer pra você. — A mão pequena dela entra em contato com meu abdômen, por baixo da camisa. Suas unhas me arranham, me fazendo prender a respiração. — Você não é uma pessoa na qual eu ficaria.

Eu sorrio de lado, essa provocação não vai acabar bem.

— Eu espero muito que não aconteça, porque no dia que eu foder contigo. — Puxo seus cabelos por trás da nuca. — Eu vou matar todo o meu desejo, e saiba você que não é pouco. — Com a minha mão que está na cintura dela, eu trago ela perto o suficiente para ela sentir como meu pau estava duro por ela. — Tem noção do quanto tu me deixou louco por você sem precisar fazer muita coisa? — Pergunto com a voz rouca, abaixando minha cabeça na direção do seu pescoço, depositando um beijo.

Na minha cabeça não passava outra coisa, só ela puta pra caralho apontando uma arma na direção da Fernanda, maluco, eu não entendo como aquela cena me deixou alucinado por ela. Só sei que eu fiquei com a mente nela, com toda a marra existente, portando uma energia fora do comum. Que porra tá acontecendo?

Estela: Sua mulher uma hora dessa está querendo ser consolada, ela não iria gostar de saber que eu tô me oferecendo pra você. — A voz dela soa com puro sarcasmo. Ela sabe que não está se oferecendo, eu que tô aqui querendo  ela.

— Ela não é minha mulher. — Afasto meu rosto do pescoço dela. — Tá difícil entender isso?

Estela: Não é o que parece. — Debocha. — Pela forma que tu é, achei que tinha mais moral, não acha que tem que colocar limite nas coisas não?

— É sério? tá querendo me dizer o que fazer agora? — Passo a língua no cantinho da minha boca, sorrindo incrédulo. — Tu é muito atrevida, Gringa.

Estela: Não estou te dizendo o que fazer, pelo contrário. Estou te alertando. — Não respondo e travo meu maxilar, meus pensamentos vão longe quando olho ela demais, tem a cara de safada pra caralho e uma coisa que não tem nela é vestígios de inocência, e isso fode minhas duas cabeças...

Estela: E olha... — Ela coloca as mãos nos meus ombros, me afastando dela. — Sai do meu quarto, eu preciso tomar um banho e dormir. Esquecer de tudo isso.

Eu vou ficar com pau duro? Nem um beijo?

— Mas... — Eu respiro fundo e limpo a garganta. Caralho viu. — Jaé.

Vou em direção a porta, sem pensar muito. Saio do quarto ajeitando meu pau na calça, não é possível um bagulho desse. Trinta e quatro anos nas costas, trinta e quatro.

Desço as escadas e encontro as meninas todas na sala, curiosas pra saber o que eu fui conversar com ela.

Bruna: Cadê ela? — Eu não falo nada, só aponto com a cabeça lá pra cima.

Não converso sobre nada com elas, só saio de casa pronto pra um destino que eu já tinha na cabeça qual era. Fecho o portão atrás de mim e pego no meu bolso da calça a chave a minha BMW, destravando. Entro no banco do motorista e coloco a chave a ignição, ligando. Dou partida e na minha audição entra o som do ronco do motor, me forçando a pensar em outra coisa, eu fico com a mente a milhão.

Depois de uns minutos eu paro meu carro em frente a casa da Fernanda... Eu precisava amenizar o incômodo que eu tô sentindo, quem me causou o prazer não satisfez ele, então eu vou na busca de quem não pensaria duas vezes para tal.

***

Desperto sentindo beijos sendo traçado pelo meu rosto, me fazendo trincar a mandíbula.

Fernanda: Bom dia meu amor. — Continuo com os olhos fechados, na intenção dela parar com essa melosidade. — Eu sei que tá acordado, vamos levantar pret...

— Ae, que horas são na moral? eu quero só descansar um pouco, sem neurose. — A corto, abrindo meus olhos e encarando o rosto dela na minha visão, com o queixo encostado no meu peito. — Tem como me dar o prazer de ficar deitado na boa aqui?

Fernanda: Nossa como você é grosso. — Ela levanta num instante, se sentando na cama e fazendo um bagulho no cabelo, enrolando no topo da cabeça. — Quer ficar aí, então fica. Não precisa dessa grosseria em plenas oito da manhã. — Ela levanta e deixa a mostra seu corpo, vestida somente uma calcinha de renda branca.

A Fernanda... Meu primeiro caso fixo, com 31 anos de idade eu decidi tentar me alienar somente em uma mulher, pela vida que eu levo não curto ficar com uma e outra, dar moral pra qualquer uma que render pra mim. Mas eu né arrependo até hoje de ter dado pra ela.

Nosso caso é um bagulho que fode minha cabeça, no início ela entendia o que rolava, entendia que o que a gente tinha não era um relacionamento, só que depois de um tempo ela começou a agir como se estivéssemos em um.

— Para de caô, não vem se fazer de boa moça não. — Já levanto puto por ter sido interrompido em um sono de Sábado. — Tu não entende os bagulhos, não aceita e no fim de tudo quer me taxar como o errado.

Fernanda: Cara, eu só queria que você entendesse que o que conversamos sobre não estarmos num relacionamento foi a dois anos atrás! — Ela entra no mesmo assunto de ontem a noite, já vai começar... — Eu estou cansada disso, de passar na rua e as putas que você fica me olharem torto, me falarem o que fazem ou deixa de fazer contigo, isso cansa, Caio.

Eu me viro pra ela e cruzo meus braços na altura do peito, escutando aquele teatro de mulher que não tem um pingo de senso e amor próprio.

— Você se escuta? porque tu tá ligada que passa por isso por decisão sua, você liga pra tudo que elas falam porque quer. A gente não tem nada, Fernanda! Eu não sou daqueles bandidos malucos que vai te privar de ficar com quem tu bem quiser, fica caralho... — Falo já puto, cansado do mesmo papo sempre que a gente transa. — Esquece essa ideia de que vamos ficar juntos, acorda, desde o início eu avisei que não vamos.

Fernanda: A não vamos?

— Não, e o que tu fez no baile ontem foi um bagulho idiota! — Entro no assunto. — Não me deixa ver você passando por cima de qualquer palavra minha e agindo por aí como se a gente tivesse junto. Eu não namoro, não tenho mulher não! Você tá ciente que o que a gente tem não passa de sexo. — Pego minha blusa na cama e jogo por cima do ombro, indo até a porta do quarto.

Fernanda: Vai virar as costas e me deixar aqui plantada? falando sozinha? — Eu não falo nada, só saio.

O arrependimento de render pra ela só bate depois que amanhece o dia. Enquanto estamos na cama ela é boa, mas fora dela nós dois não funciona.

Carga Forte Onde histórias criam vida. Descubra agora