Estela...
Me assusto, abrindo meus olhos rapidamente e sentindo uma mão ir de encontro com o meu rosto, apertando forte a minha bochecha. Pisco algumas vezes tentando assimilar o que estava acontecendo.
Gomes: Acordou, a bela adormecida... - Olho bem para ele, desviando meu rosto de sua mão. - Olha, não seja mal criada.
— Nojento, não encosta em mim. - Eu estava deitada no chão, em cima de algum desses colchões sujos, sem lençol e nem nada. - Você é um filho da puta.
Meu coração estava batendo forte demais, a sensação é como se eu estivesse sido dopada, eu passo rápido o olhar pelo meu corpo, agradecendo aos céus por estar vestida.
Gomes: Tá desconfiada? eu não fiz nada contigo não, bem que eu queria... - Sorri na minha direção. - Mas as circunstâncias não deixa, eu preciso me controlar por enquanto.
— Verme, nojento. - Tento me mexer, me levantar dali, mas era impossível já que meus ombros e pulsos amarrados doíam, eu não estava tendo força. Meu corpo pedia água, eu estava com a garganta seca e com fome.
Escuto passos na escada e os dois que eu vi quando cheguei junto com o Ht, estavam ali.
Logo ele aparece também, se aproximando de mim.
Ht: Tão linda, não precisava ser desse jeito, jogada assim nesse chão. - Vejo ele colocar a arma numa mesa pequena que estava ali, tirando do seu bolso um lenço. - Seu pai atendeu minha ligação, eu conversei com ele, não durou dois minutos a chamada. - Se agacha, ficando do lado do Gomes. - Eu acho que ele não se importa tanto com você.
Gomes: Quer dizer que vamos ter mais tempo com ela? - Olha paga o Hg, perguntando enquanto sorria. Ele não parecia estar em sã consciência, no mínimo drogado ele estava. - Tô gostando disso..
Ht: Será que uma foto pro seu pai deixaria ele mais pensativo sobre o que eu disse? - Trás sua mão pro colo do meu peito, parando a mão antes de chegar no meu peito. Eu estava com medo, me sentindo muito fraca naquele momento. - Hum, vamos ver.
— Tira a mão de mim. - Rosno, falando entre dentes. - O ódio que eu estou sentindo de vocês, a vontade que eu tô de acabar com a porra da vida d..
Gomes: Olha.. - Me interrompe. - Tu não tem nem condições pra isso, ta impossibilitada, Gringa.
Pela primeira vez desde que eu cheguei, só agora eu senti repulsa por esse apelido, estou acostumada a ser chamada assim pelos meninos e o Braga. Mas agora, por estar saindo da boca do Gomes, eu só conseguia sentir nojo.
Ht: Olha aqui pra foto, o senhor German tem que saber como você está, não tem? - Sua voz sarcástica chama minha atenção, seguida de um flash no meu rosto, me fazendo fechar os olhos com força.
Eu me forço a levantar, me sentando no colchão, todo o meu corpo doía, minha cabeça girava de tanta dor.
Gomes: Não adianta você tentar, tu tá mermo achando que vai conseguir ser a fodona que acha que é, do jeito que você tá? - A mão dele vem pra perto do meu rosto, perto da minha boca, aonde eu mordo e não tiro os dentes dali até ele gritar de dor. - Filha da puta!
Sua outra mão pega meu cabelo, puxando. Eu solto sua mão e é a oportunidade perfeita para que ele acertasse meu rosto num tapa, fechando a mão e acertando um soco em seguida com toda a força que ele tinha.
Ht: Chega, porra. - Puxa ele pela camisa, afastando ele de mim.
Minha visão estava fraca, eu sentia o gosto amargo do sangue na minha boca.
Gomes: Tu é a porra de uma vagabunda! - Gritou, apontando pra mim.
O primeiro barulho lá em cima deixou todos aqui, em alerta. Os dois se olharam e foram atrás de suas armas, enquanto os outros dois seguranças do Ht subiram as escadas com as armas apontadas lá pra cima.
Eu estava me sentindo tão fraca, eu sempre disse pra mim mesma que não aceitaria nunca que um homem levantasse a mão para mim, mas aí receber o tapa da maneira que eu estou, sem poder me proteger ou agir, o sentimento de raiva me consumia por inteira.
O barulho lá fora não parava, os tiros estão sendo disparados eram intensos. Eu deitei no colchão e me encolhi tentando me proteger de alguma forma para não me acertar nenhuma bala perdida.
Depois de alguns minutos eu não escutava mais nenhum barulho de tiro, tudo ficou em total silêncio...
Aos poucos minha visão foi ficando turva, meu corpo mole, até que eu perdi totalmente minha consciência, desmaiando.