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Estela...

Saio do banheiro entrando no quarto depois de secar meu cabelo. Abro o guarda-roupa, que me dá acesso às gavetas, abrindo uma e guardando meu secador ali dentro. Logo fecho novamente e ao olhar pelo espelho, me deparo com uma rosa vermelha e uma pequena caixinha ao lado, em cima da cama. Não estava ali antes de eu ir tomar banho. Intrigada, me aproximei e abri a caixinha vermelha aveludada, a minha expressão surpresa seria vista por qualquer um que estivesse aqui, ao ver o colar de ouro delicado, com um pingente que trazia a letra do meu nome gravada.

Fiquei completamente encantada com os detalhes em ouro do colar, a letra E estava delicadamente presa a ele.

Olhando uma única rosa vermelha solitária ali, trago até o meu nariz, inalando o cheirinho bom que vinha dela. Eu já disse pra Bruna que ontem ela gastou dinheiro á rodo comigo pelo fato de hoje ser meu aniversário, me dando presente. E agora, mais esse colar, que eu sei que foi ela quem deu.

Pego a caixinha e a flor, saindo em direção às escadas, escutando a voz da Bruna e da mãe dela na cozinha. O Felipe estava na mesma posição desde que eu subi pra tomar um banho, sentado no sofá assistindo desenho.

— Bruna, você gastou quanto nesse colar? — Pergunto, entrando na cozinha, com o colar e a rosa presa em minhas mãos olhando diretamente nos olhos dela, que me encara com um semblante tranquilo.

Bruna: Eu gastei? gastei nada. — Estreito meus olhos pra ela. — Esse quem te deu foi meu irmão. — Ela aponta pra minha mão esquerda, e em questão de segundos meus ombros relaxam e eu abro a boca, surpresa, mas não sai nada. — É querida, foi ele. E eu bem quero saber do porquê disso, ele nunca se quer deu presente à nenhuma mulher, a não ser minha mãe. — A voz demonstrando curiosidade, soa pela boca dela.

Eu olho pra Lúcia, que sorri, com os braços cruzados no peito.

Lúcia: Isso eu tenho que concordar, a Bruna é meio doidinha, mas ela tá é certa. Meu filho mandou ela comprar esse presente pra você ontem, quando vocês foram juntas lá pra pista.

Eu estava sem saber o que dizer, até porquê o Braga não sabia que meu aniversário era hoje.

— Não sei. — Coço a garganta, tentando disfarçar. — Não tem motivo, né.

Desvio meu olhar delas, passando a língua nos meus lábios. O Braga mandar a irmã dele me comprar presente é uma coisa certa pra deixar explícito que tá rolando algo entre nós dois. E nem tá rolando nada demais, cara.

Bruna: Nem tenta me esconder nada, conta tudo e não esconde nenhum detalhe. — As duas me encaravam suplicando pra mim soltar um único motivo pra tal ato do Caio.

— Não tem o que contar gente. Vocês querem saber o que?

Bruna: Começa me explicando o por que meu irmão sente tanto ciúmes de você, safada. — Eu mordo minha bochecha por dentro, prendendo um riso. — Ainda tem coragem de mentir que não tá rolando nada, nossa mas eu ainda te bato, sínica.

Lúcia: Deixa a menina, vai ver ela só é tímida, não quer contar. — Eu sorrio, fazendo a Bruna me acompanhar pelo que foi dito pela sua mãe.

Eu puxo uma cadeira, me sentando, as duas curiosas e fofoqueiras fazem o mesmo. E não tinha muitas coisas pra mim contar, não iria deixar explícito pra Lúcia que eu já transei com o filho dela em muitos cantos dessa casa, isso não. Mas eu contei o que elas queriam saber, e o que eu também não tinha muitas respostas, o ciúmes sem controle do Braga na casa do Loiro.

***

Bruna: Nossa mas eu odeio essas feias, juro. — Fala no meu ouvido, já que o som alto do baile deixa a gente quase que surda. — Se eu pegar uma hoje eu arrebento na porrada.

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