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Braga

Sobreponho minha mão sobre o cabo da minha arma enquanto ajeito a mesma no coldre velado portado em minha cintura; circulando a língua entre meus lábios, cruzo os braços na altura do meu peitoral sentindo meus bíceps se contraírem e o contato da minha corrente colidir em minha pele.

O vento gélido da noite escurecida se choca com meu porte, arrepiando meus braços que estão entrelaçados um ao outro. Varro meu olhar com o semblante fechado pela frente do iate quase vazio, com algumas pessoas ainda saindo, quase ninguém ali mais. Matutando os pensamentos na mente, meus instintos se afloram ao escutar a voz conhecida vir de encontro a minha cavidade auditiva.

Canário: Senti que ia dar merda quando vi aquele cara chegar. - se aproxima do lugar onde estou e, de canto de olho vejo o mesmo com um baseado entre os lábios. - Pessoal em peso assustados com a cena que viu. - respiro fundo, inalando a fumaça que ele solta por seus lábios. - Tu é meu gostoso traidor, defende mermo sua amante.

Faço tsc, negando com a cabeça. Nunca esse cara vai me levar a sério. Viro minha cabeça na sua direção e encaro seu rosto; cabelo preto na régua tomando caminho a sua barba rala pigmentada em seu rosto de traço fino. Minhas íris percorrem pelo pescoço e de cara, fixa nas três correntes de ouro que adornam seu peito.

— Não é de boca não, uma hora eu paro de só falar e te arrebento na porrada. - trinco meu maxilar sentindo meus músculos do corpo tensionar pela neurose que está me incomodando. Descruzo meus braços e perpasso minha palma da mão pelo meu rosto sentindo os pelos do meu cavanhaque roçarem fraco.

Canário: Se a porrada que tu for me dá envolver teu pau, eu quero a noite toda tomar porrada sua, meu gostoso - de cara a risada rouca invade minha audição e eu acompanho o mesmo, dando risada. - Ri não, que esse teu sorriso branquinho de tralha me chama pra tu toda vez.

— Vacilão. - nego, pisando firme no chão ao me guiar simultaneamente junto a ele que vai até o corrimão da estrada de gramas que leva até o iate quando vê um pessoal vir até aqui, saindo de lá de dentro. - Minha neurose com esse fanfarrão do caralho nunca foi pouca, te falar? se eu não matasse ele hoje, outro dia ia acontecer.

Minhas íris captam o momento que ele ergue sua palma da mão com o baseado entrelaçado aos seus dedos, me oferecendo.

Canário: Costa bateria palmas se estivesse vindo junto com a gente. - afasta sua mão quando eu nego, guiando minha atenção a minha frente, onde distante a noite escurecida implica às diversas estrelas no céu. - Se tu analisar a situação por completo, dá caô nenhum com o tio dele. Mexeu com tua mulher e eu duvido muito que ele não faria igual, se fosse realmente fiel a quem ele dorme junto toda noite.

— Irmão, problema com o Loiro não é minha preocupação, nunca vai ser. Se ele bater no peito e querer caô, eu bato duas vezes mais forte e sustento, essa porra de sobrinho dele em poucas horas senta na pica do capeta graças a bala da minha arma, caralho.

Desde o início que minha história com ela estava sendo escrita meu dever é honrar e assegurar que sua segurança está sendo feita. Quando eu a conheci a fundo, estava por trás da segurança dela. Hoje, é mais que dever meu, é princípio. Vai mexer com a minha mulher achando que pode e não vai sair com uma unha fora do lugar? porra, aí tu fode com toda minha caminhada e minha conduta.

Atélio: Mirei na gostosa peituda e acertei na gostosa peituda e bipolar pra um caralho. - sua entonação grave adentra minha audição e eu viro meu pescoço nele que sai de lá com seu braço envolta do pescoço da Klissia. - Sossega mulher, sossega.

Klissia: Se me mandar sossegar de novo eu te jogo esse mar a dentro! - aponta o alongamento das unhas pra trás, parando de caminhar. A risada do Canário que está ao meu lado é audível só pra mim, que acompanho. - Manda, Atélio.

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