Capítulo 33

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Bianca

Depois que o Borges me deixou em casa eu fiz foi dormir a manhã inteira, o sexo com aquele homem acaba com as minhas energias e ainda dormi agarradinha nele, na verdade foi ele quem dormiu agarrado em mim. É bom? Não é bom, é ótimo, mas também tem seus pós e contras, ótimo pra quem tá aconchegado, mas a outra parte fica destruída, aquele peso todo em cima de mim, mas é melhor que dormir sozinha. Prefiro ser a concha menor...

Hoje eu marquei de ir até um salão aqui no morro mesmo, quero ver se consigo um emprego por lá e continuo com um dinheiro extra com as minhas clientes que são algumas, por isso um salão seria melhor pra mim, o bom de ser seu próprio patrão é poder organizar a sua própria rotina, mas o ruim é justamente isso, eu, às vezes, procrastino.

Durante a tarde eu ainda arrumei o meu cabelo que tava pela misericórdia, cheio de nó, e cheirando a cloro da piscina. Então finalizei e vesti um short jeans curtinho e uma blusinha branca colada no corpo, só tenho que ir no salão da Rosangela e rezar pra dar certo.

Caminho pelas ruas do morro olhando o movimento agitado das crianças brincando de futebol na rua, fico imóvel quando a bola passa perto de mim e para nos meus pés, fico pensando se eu chuto pros meninos ou pego em mãos pra não passar vergonha, ou eu poderia simplesmente passar, né? Mas não, eu fiquei parada.

Xx: Chuta, tia, vai ficar parada no meio do jogo, aí tu fode - me assusto com o palavreado do menino pequeno e os outros gritando por cima - chuta, logo, tia!

Dou um chute na bola meio sem jeito e eles começam a jogar, ao invés de um passar a bola pro outro, eles juntam um monte de menino em cima da bola e o jogo não flui. Mas pelo menos eu passei despercebida.

Passo a mão nos meus cachos que agora tão finalizados e olho pro lado vendo aquele mesmo carinha do bar, no dia que eu tava com as meninas e o Borges, acho que é Hudin, ele me olha passando a língua nos lábios e reparo quando olha pra minha bunda, fico desconfortável, mas não falo nada. Vejo ele se aproximando e acelero meus passos, mas ele é mais ágil.

Hudin: Boa tarde, Bianca, né? - confirmo - vai descer pra o lado de lá? - aponta pra esquina que eu ia virar.

Eu: Vou, tô com pressa - falo meio sem jeito e ele dá um sorrisinho olhando meus seios, que eu vim sem sutiã.

Hudin: Tô de carro e posso te levar, aceita a carona?

Eu: Não, eu gosto de andar.

Não dou trégua e saio seguindo meu caminho. Primeiro que eu não gostei do jeito que ele olhou, o cara nem disfarçou. Segundo que eu tenho um pouquinho de juízo, pode parecer que não, mas eu tenho... Se eu me envolvi com o chefe daqui, ou poderia ser qualquer outro envolvido, eu sei que não vou ficar com um cara daqui do movimento, pelo amor de Deus. Ouço muito falar em corte americano pra nós mulheres, mas pelos meus cachos eu dou a minha vida, sem corte americano, aleluia!

Chego no salão que fica em uma rua bem movimentada, é pertinho da principal. A loja tem um banner bem grande com um rosa bem chamativo, o nome da Rosângela, uns acessórios pra cabelo e pra completar tem uma bonequinha com um monte de cabelo saindo da boca dela. Que coisinha sem noção!

Eu: Boa tarde, a Rosângela tá por aqui? - pergunto a menina ruiva que me olha sorrindo.

Xx: Oi, sou a Luiza, trabalho aqui também, tu é a menina que ela me disse sobre as unhas? - confirmo - entra, senta aí.

Eu subo o batente curto que tem e me sento em umas cadeiras com estofado rosa.

Luiza: Pelo que ela me disse você já tá contratada, mas não se empolga que ela é meio... - faz sinal com o dedo girando na cabeça.

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora