Capítulo 49

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Bianca

Acabamos de chegar em casa e minha avó até agora tentando entender o motivo de eu ter comprado um isqueiro com a ervinha da maconha, as meninas ficam rindo enquanto ela me questiona se eu ando fumando. Já até mandei foto pro Victor, é do jeitinho dele, aquela carinha de maconheiro combina com o meu presente.

Marisa: Meu neto já é maconheiro e eu levei tempo pra aceitar isso - ela se senta na poltrona dela e eu no sofá com as outras duas - Mas a minha neta? Isso é muito pra mim.

Eu: Vó, pelo amor de Deus - coloco as mãos no rosto - Quer fazer exame toxicológico pra ver que eu não fumo maconha e nem uso outros tipos de drogas? - ela me olha estreitando os olhos.

Marisa: Não, agora lembrei de outra coisa - vejo a Tifanny tentando virar a pálpebra ao contrário - Dona Neide me mandou foto do seu primo - franzo as sombrancelhas - Vocês não me avisaram nada sobre ele ter sido baleado no dia da invasão? Isso é consideração comigo?

Thalita: Mas esse dona Neide gosta de uma fofoca viu - ela fala ajeitando os seios no decote - Velho usando celular deveria ser proibido, só quer fazer fofoca da vida dos outros.

Tifanny: Se não é fofocando, é mandando foto de bom dia, boa tarde e boa noite - eu dou risada concordando e minha avó apoia o rosto nas mãos ouvindo com cara de desprezo - É isso mesmo, vó, vocês só querem isso pra vida, por isso bloqueei todas as minhas tias, porque minha galeria não aguenta.

Marisa: Vocês que são um bando de safado, quer dizer que meu neto leva um tiro na coxa e eu não fico sabendo? - ela nega - E o safado nem aparece aqui pra me ver, eu vou me mandar pra casa das minhas irmãs.

Eu: Por que tanto drama, vó? - pergunto sentindo o meu celular vibrando - Vai se mandar pra casa das suas irmãs por que?

Marisa: Lá eu sou considerada - ela se levanta indo até à cozinha - Eu quero ver o que vai ser de vocês quando eu não tiver mais aqui - as meninas dão risada e eu pego meu celular ouvindo ela falar - Ria mesmo, acha que mãe e vó é pra sempre? Não é não, vocês têm que se virar a partir de agora, eu não vou tá sempre aqui não.

Ouço o barulho dos pratos sendo lavados e como a dona Marisa tá com raiva. Ela sempre dá esse surto, falando que não vai tá aqui pra sempre, um dia vai morrer e que é pra eu e o Hugo começar a se virar, ter suas coisas por conta própria. A gente já faz isso, mas ela gosta de dar sermão mesmo.

Tifanny: Minha mãe sempre fala isso e nunca vai embora - eu confirmo dando risada - Quando as coroas ficam com raiva é desse jeito.

Thalita: É um padrão de toda mãe - ela fala esticando os pés na mesinha de centro e eu pego meu celular olhando as mensagens do Victor.

📱 Borges

Borges: Mas tem certeza que não tá sentindo dor?
Borges: Tava aqui olhando no Google e falou que tinha gente que até desmaiava.
Borges: Bagulho foda, papo reto.

Eu: Tô sem sentir dor, Victor.
Eu: Tá ocupado?

Borges: Tô mermo.
Borges: Mas se precisar do remédio eu levo pra tu mais tarde.

Saio das mensagens quando minha avó volta pra sala com uma xícara de café e um prato com bolo de chocolate.

Marisa: Sua tia Mileide falou que a Monique vem amanhã cedinho - confirmo desligando a tela do celular - Tem um tempo que ela não vem aqui, quando era pequena era metidinha - ela dá risada lembrando e as meninas dão uma risada alta, mas bem forçada - Agora vamo ver como vai ser - confirmo observando ela assoprando o café quente - Mas acordem cedo pra receber a tua prima, certo?

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora