Capítulo 47

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Bianca

Acordo no meio da tarde, sentindo uma vontade enorme de ir ao banheiro, meus olhos embaçados pelo sono, eu amo dormir à tarde, o problema é acordar. Eu sinto o peso do Victor em cima de mim, me afasto dele e consigo sair do sofá, vendo ele dormindo de barriga pra baixo, me dando a visão de um anjo com as asas enormes tatuado nas costas dele, bem bonito por sinal. Na linha da coluna tem uma frase tatuada em itálico. Agora, ele dorme tranquilo e eu vou ao banheiro.

Quando a gente tava dormindo, na verdade ele, porque eu fiquei conversando sozinha por muito tempo, enquanto ele já tinha dormido, o Victor acordou todo assustado. Primeiro ficava falando algumas coisas que eu não entendia, achei que fosse falando comigo, mas depois ele acordou e ficou me olhando com o olhar todo assustado. Eu continuei esperando ele falar alguma coisa, mas parecia ter ficado com vergonha, então eu fingi que nada tinha acontecido.

Subo as escadas olhando o formato caracol que ela faz bem na parte central da casa, que é muito bonita, muito mesmo. De longe já dá pra notar que é de alguém forte no tráfico, porque é toda revestida com muros enormes e os seguranças na porta já deixam tudo claro. Seguro o corrimão e vou em direção à primeira porta que tem em um corredor, não conheço a casa direito, por isso acho que é um banheiro.

Olho a porta branca, com uma maçaneta dourada cheia de detalhes, aqui em cima já tá meio escurinho, me aproximo colocando a mão sobre o objeto e giro, vendo que está trancada.

Borges: Aí não é um banheiro - me assusto com a voz grossa que eu jurava estar dormindo, ele tá parado com os braços cruzados, usando só uma bermuda, enquanto me olha sem expressão alguma no rosto, eu me afasto ajeitando meu short e ele continua olhando pra mim, depois desvia pra porta - Quer ir ao banheiro? - confirmo e ando até ele, indo pro quarto dele.

Eu: Sim, achei que ali fosse um banheiro, como era mais perto fui logo ali - ouço os passos me acompanhando - Mas não é um banheiro né?

Borges: Não, não é nada - ele responde sério e eu confirmo - Tem um lá em baixo e mais dois aqui em cima, fora esse do meu banheiro - confirmo entrando no banheiro do quarto dele mesmo.

Eu não vou nem perguntar o que é aquilo, porque pelo jeito que ele ficou não é um banheiro, mas também tenho certeza que não é um cômodo vazio. Lavo minhas mãos e saio, olhando o Victor sentado na ponta da cama de cabeça baixa olhando os pés dele. Desde a hora que ele acordou, ficou desse jeito até voltar a dormir.

Eu: Quer ir lá pra baixo comigo ou vai ficar aqui? - toco o ombro dele que ajeita a postura e eu sento em sua perna olhando a carinha de sono - Tá assim por que? - ele nega olhando pra luz próxima a cama.

Nas minhas teorias esse homem ou é bipolar, porque ele tava normal o dia inteiro, foi super carinhoso e atento comigo e do nada tá desse jeito. Ou eu chuto que ele sonhou e ficou assim depois do sonho, que ele teve algum sonho é óbvio, mas não tenho certeza se foi isso que deixou ele assim.

A minha boa alma não gosta de ver ninguém triste, então eu vou cuidar desse humor dele.

Eu: Você acorda tão mal humorado de tarde? - ele nega e eu empurro ele na cama, deitando por cima dele - E por que tá assim?

Borges: Só tive um pesadelo, pô - coloco minha mão cruzada no peito dele e apoio o meu queixo vendo ele de olhos fechados - Mas é de boa.

Eu sei que não é, mas se ele não quer me contar eu deixo assim mesmo. A pior coisa é ficar forçando alguém confiar te contar algo, o melhor é conquistar a confiança da pessoa pra ela se sentir confortável e te contar por vontade própria.

Eu: Então tu pode me levar pra casa? - ele abre os olhos confirmando - Marquei de ir pra igreja com as meninas e a minha avó hoje - me apoio no colchão dando um selinho nele e me sento em cima dele - Tu não quer ir também?

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora