Capítulo 13

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Bianca

Sinto o vento gelado bater contra a minha barriga por estar exposta no cropped preto e olho pro lado vendo a Thalita conversando com uma menina que ela conhece.

Pego o copo com bebida e viro de uma vez, sentido o doce entrar ao contato em contato com a minha língua e faço careta por não ser acostumada a beber. Olho pro lado e vejo a Thalita se aproximando enquanto ajeita a saia dela.

Thalita: Amiga, a Tifanny acabou os serviços dela com o boy lá e tá vindo pra cá ficar com a gente- confirmo e ela puxa minha mão- vem pra cá, não bebe muito que tu não é acostumada, tua vó me mata se eu te levar bêbada pra casa.

Eu: Fica tranquila, amiga, eu que tenho que cuidar de tu, sua safada- ela sorri e eu vou acompanhando ela que segura minha mão firmemente.

Vamos passando por umas pessoas e logo paramos próximo a uma barraquinha de churrasco. Eu tava em casa com a Thalita, sem nada pra fazer, até que ela me arrastou pra um baile na comunidade vizinha, aliás, acabamos de chegar.

Thalita: Escolhe que eu vou pagar, pega o que quiser, quero tu bem alimentada- dou risada por ela parecer uma mãe falando comigo- moço, me dá três desse de carne, tu vai querer coca?

Eu: Não, quero sprit, tu vai pagar tudo, amiga?

Thalita: vou, deu quanto, moço?- ele diz o valor e a minha amiga toma um susto na hora- porra, é de ouro? Acho que a picanha do Lula chegou aqui com o preço do Bolsonaro ainda...

Escondo meu rosto no meu próprio cabelo ficando morta de vergonha, ela sempre me faz vergonha porque nunca guarda nada pra si, sempre fala o que pensa e às vezes a vergonha tá inclusa.

Xx: Eu vou fazer um desconto só porque gostei de você, a carne tá cara, moça!

Thalita: Tá cara mesmo, mas tu tá abusando, um espetinho 11 reais?- o rapaz vai montando o pratinho enquanto ela fala- vi que a inflação chegou em peso aqui.

Quando o homem me entrega o pratinho e ela paga, eu vou puxando ela pro canto já saindo de perto da barraca.

Eu: Amiga, tu tem que parar de falar assim, eu fico com muita vergonha, sério!

Thalita: Ele queria passar a perna em mim, coitado! Deixa ela pensar, enquanto ele vem com o fermento eu já tô com o bolo- como o espetinho sentindo o caldo da carne escorrer pelo canto da minha boca- safado, queria 54 reais em três espetinho e dois refrigerante, quero ver não ficar rico desse jeito.

Enquanto ela reclama eu vou comendo e esperando a Tifanny aparecer, já que marcamos pra encontrar com ela por aqui perto da barraca de churrasco. Ainda é cedo, daqui mais ou menos uma hora o Cabelinho vai entrar, foi por isso que eu vim. 

[...]

Tifanny: Hoje eu tô no pique, vamo sair daqui arrastadas, porra!

Thalita: Segura na minha mão e vamos lá pra frente, vamo pegar um lugar melhor que daqui a pouco ele entra- ela fala alto por conta da música e eu pego na mão dela e da Tifanny indo pra grade.

Eu: Minha saia tá subindo, anda devagar, cara- elas parecem que não me escutam e vão andando.

Solto a mão delas e puxo o pano jeans pra baixo, quando vou andar pra acompanhar as duas, sinto uma mão no meu braço me fazendo parar e olhar pro menino um pouco mais alto que eu, sem camisa e com um fuzil atravessado na corpo, fico assustada e vejo as meninas me olhando um pouco mais afastadas.

Xx: Fica de boa, pô, só vim te dar um aviso, a tu e tuas amigas- ele aponta o dedo pra mim e volta a falar- tão chamando vocês pro camarote, tem tudo, vai pagar nada, qual vai ser?

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora