Capítulo 26

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Borges

Hoje eu já acordei com a informação de uma possível invasão da polícia nos próximos dias, minha preocupação é esses filha da puta inventar de subir em dia de baile. Apoio meus cotovelos no teto da Evoque e vejo o Braz parar do meu lado com o celular na mão.

Braz: A informação vazou na mídia, tá ligado? - puxo a fumaça do baseado ouvindo ele falar - vão subir ainda nessa semana, pô.

Eu: Tá foda essa parada aí, porque o baile é amanhã, tem a sexta e depois outro baile no sábado, vão subir no domingo?

Choco: Pode subir até mermo no baile, distração - eu ouço fechando os olhos pensando - os cara pega na covardia mermo, sabe como é.

Eu: Vai ter que dobrar a segurança da principal e fortalecer cá pra cima - pego meu celular no bolso - o matagal coloca uns pra ficar por lá também, se ver movimentação já pode descer bala.

Choco: Eu organizei essa parada assim que soube, por enquanto é melhor não sair daqui pra evitar muita movimentação.

Braz: Hoje de madrugada eu recebi a informação de que tinha uns carro rondando aí na principal - vejo ele falar se afastando de mim - os moleque não tão ligado se era verme não, mas parece que tem um lá em baixo ainda.

Eu: Ainda? - ele confirma e eu desencosto do carro vendo ele me mostrar o celular dele - isso tá estranho... estranho pra caralho.

Choco: Isso ai é pra chamar tua atenção e te fazer descer, desce não na moral mermo - coço o pescoço desconfiado dessa porra - nós desce lá, manda uns moleque ou tu quer ir mermo?

Braz: Se for vai com a contenção, mas que tá estranho tá.

Eu entro no carro sem falar mais nada e vou dando a volta pela subida já pra descer lá pra principal vendo os cara da contenção seguir meu carro. Em anos nessa vida eu sinto o cheiro de merda vindo de longe, isso não é só parada de polícia não, tem mais coisa por aí. Do meu lado direito eu vejo o Choco e o Braz em uma XRE me seguindo também, daqui eu vou pensando no que fazer, mas cancelar o baile nessa altura do campeonato não dá mais não.

Chego na barreira e estaciono descendo do carro vendo minha contenção me seguir com o fuzil pro alto, em cada lado tem dois me escoltando.

Eu: Qual é o carro, Braz? - ele caminha na minha frente apontando pro carro cinza parado numa esquina sem ninguém dentro.

Braz: Essa porra aí, vou nem ficar perto - ele sobe na calçada se afastando do carro e eu coloco as mãos nos vidros olhando o interior do carro - fica longe, é bem capaz de explodir.

Choco: O pneu tá furado, pode ser alguma coisa pra nós cair, pô - ele mexe no pente do fuzil dele e pendura no pescoço pela bandoleira - esse mermo carro tava rondando com mais outros três pela madrugada. O carro tá aqui, vocês não viu ninguém sair, então o dono tá aqui... esse pneu é furada.

Pitoco: Literalmente, meu cria... Patrão - eu olho pro cara do meu lado e me afasto do carro tirando a arma da cintura - se quiser nós puxa as câmera da casinha da esquina, tem tudo lá.

Eu fico pensando se não é polícia mermo ou é coisa do fudido do meu tio. Mas eu quero que se foda, independente de quem seja a bala vai comer de fato mermo.

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora