Capítulo 66

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Borges

Olho o carro vermelho virando a esquina e subo na minha moto, indo pra casa da Sabrina. Ajeito o boné pra trás pra não voar e ligo a moto, saindo daqui. Minha cabeça tá a mil por hora, então tá foda mermo, só resolvendo problema, acelero a moto na subida do morro e desço na rua da casa da ruiva, vendo que ela já tá na porta.

Ajeito meu relógio no pulso e as correntes no meu pescoço, viro meu pescoço pro lado, observando ela parada na porta de casa, usando um conjunto de top e saia na cor branca, dando destaque pro cabelo ruivo. Ela sorri e vem na minha direção, eu jogo minha perna direita pro lado e desço da moto, ficando bem maior que ela.

Sabrina: Finalmente lembrou que eu existo - tiro meu boné, ajeito o cabelo e coloco de novo, ouvindo ela falar - Vai deixar de besteira por uma briguinha boba e vem ficar comigo? - ela sorri e eu fico calado, respirando fundo.

Olho o tempo bom, o clima bom, quem não tá assim sou eu, só neurose pra minha cabeça. Cruzo meus braços e me sento no banco da minha BMW, olhando a Sabrina me encarando.

Eu: Corta o papo que eu não vim aqui pra te comer não - ela franze a sobrancelha e eu olho diretamente nos olhos castanhos claros - Eu tô aqui pra saber da tua irmã.

Sabrina: Então você vai deixar de ficar comigo, mas quer a minha irmã, Borges? Que porra é essa? - ela se exalta e eu olho pro lado, vendo algumas pessoas passando por essa rua.

Eu: Fala direito comigo - aponto o dedo pra ela - Fala direito e me responde onde a porra da Thayssa tá - ela fecha a cara e dá um passo pra trás - Essa palhaçada de tá brigando por macho é de família né?

Sabrina: Eu briguei com a Kaylane, porque ela ficou contigo no dia seguinte que tu me comeu - faço cara feia pra ela, mulher baixa pra caralho, maluco sou eu de já ter me envolvido - Depois quis dar uma de boa, tu acha o que?

Eu: Não sou teu marido não, porra! Tua sorte que eu não mandei cobrar as duas por fazer uma porra dessa envolvendo meu nome, agora vai atrás da Thayssa e manda ela aparecer em dois - passo a mão na minha boca e aponto pra frente - Vai logo, que se eu for não vai dar bom.

Ela dá as costas, caminhando até à casa dela e eu fico esperando, quem achou que eu iria vim atrás dessa aí, tá é maluco, papo reto. Olho meu celular chegando mensagem e coloco no modo avião, hoje eu quero ficar na minha, sem receber mensagem de ninguém, pavio tá curto pra caralho.

Espero mais um pouco e vejo a Thayssa usando uma saia jeans e uma blusinha branca que marca os bicos dos peito dela todinho, ela vem até onde eu tô e eu reparo no olho dela, que tá com uma manchinha roxa bem do lado. Me levanto do banco e me sento na moto, apontando pra ela subir também.

Thayssa: Vai me levar pra onde? - fico calado e bato no banco de trás pra ela subir - Borges...

Eu: Sobe, Thayssa - falo sem paciência e ela sobe, a Sabrina me encara lá da porta e eu arrasto minha moto pra ir embora daqui - Vai segurando no ferrinho da moto, não é pra segurar em mim não - falo sério e ela solta as mãos da minha cintura, enquanto eu guio até à salinha do desenrolo.

Chego em alguns minutos, ela desce e fica me olhando toda calada, ajeito a minha glock na cintura e assobio pro Buceda, que tá em cima do posto, tentando arrancar os fios de cobre.

Eu: Que porra tu pensa que tá fazendo, Buceda? - ele me olha no susto e desce do poste, parecendo um macaco pulando de galho em galho - Se tu errar já desce pra vala, filho da puta, quer morrer? - ele nega e bate uma mão na outra, tirando o pó da tinta do poste branco.

Buceda: Foi mal, patrão, tava precisando de um dinheiro pra comprar um presente pra minha coroa, aniversário dela é hoje - ele fala e estende a mão pra mim - Foi mal mermo.

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora