Capítulo 119

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Borges

Eu: Cadê o chute do papai? - passo a mão pela barriga dela, alisando em baixo, depois subo pra lateral - Tem que chutar, papai só não falou ontem, porque a chorona não deixou - beijo a barriga dela e eles chutam, me fazendo rir - Hoje demorou, tu não deixou eu falar ontem e eles não tá querendo chutar.

Bianca: Pelo amor de Deus, vamos dormir - eu aliso o outro lado e eles chutam por onde a minha mão passa, chega fica um calombo na barriga dela - Borges, eu tô com sono, se você não parar, eles vão chutar a noite toda - eu paro de alisar e ela continua de olhos fechados.

Eu: Agora vai me chamar de Borges? - falo sério e ela vira pro outro lado, me dando as costas - Aí já é motivo pra terminar, tá vendo o que tu faz? - ela vira de frente pra mim e fica me olhando - Vou te chamar de Bianca também.

Bianca: Você é tão mimado, eu tenho 18 anos e esperava casar com um homem de 30, mas tá difícil viu? - eu olho pro peito dela inchado, vendo o bico brilhando - Parece que é criança, mas não se preocupa, quando eles nascerem eu te dou os dois e você só traz quando for mamar, eles vão ser todo seu, mimado!

Eu: Fala muito, tu só fica de boa quando tá gozando, só me usa pra isso também - eu me levanto pra pegar um pano e volto pra cama, segurando o pano rosa - Eu sou mimado e tu é o que? Só vive chorando, semana passada chorou por causa da minha barba, quer mermo falar de mimo?

Bianca: Você começa as coisas e não assume, foi por isso que a gente brigou! - ela fala mais alto e se vira pra cima, eu me sento na cama, colocando o pano no peito dela, que tá vazando leite - Todo dia tem uma safada atrás de você, agora tem um atrás de mim - eu fico calado, limpando o leite que caiu na cama - Ele falou que queria ser o pai dos seus filhos, sabia?

Eu: Fala mais, pode ir falando, depois não reclama - ela dá risada, me puxando pra deitar na cama - Depois eu faço ele de peneira e tu fica brigando comigo, mas eu boto ele pra ficar cheio de furo, igual eu fiquei.

Bianca: Se você falar isso de novo, eu vou pro outro quarto - ela vira pro lado, me puxando pra ficar atrás - Não brinca com o que aconteceu, porque eu não gosto, não gosto nem de lembrar e você fica brincando com isso.

Essa minha grávida tá insuportável, papo reto. A sorte dela é que eu gosto dela chata e chorona, mas tem vezes que eu também não aguento.

Eu: Vai dormir, amanhã tu tem que tá de bom humor pro casamento - passo a mão pela barriga dela, sentindo eles chutar, ela pega minha mão e bota na perna dela, me fazendo rir - O Chefinho e a Morraninha tá acabando com o teu humor, aí amor que paga o pato, isso que é foda.

Bianca: Para de falar assim - eu estalo a língua no céu da boca e fecho os olhos - Quando eu tiver brigando contigo, não é pra você ficar se chamando de amor!

Eu: Tua raiva tá tão grande, que eles vão nascer a minha cara - ela fica calada e eu beijo o ombro dela, voltando a deitar a cabeça no travesseiro - Amor não vai mais se chamar de amor.

[...]

Abro meus olhos, sentindo a claridade batendo neles e a sensibilidade alta pela luz forte. Tento me mexer, mas não consigo pelo peso em cima de mim, me viro pro lado com tudo e o Braz grita fino, fazendo barulho pelo quarto, enquanto eu vejo o Choco do outro lado, mexendo no guarda roupas. Uma hora dessa e o meu dia já começa assim, papo reto, eu só quero os meus neném e depois eu sumo no mundo, nunca mais o Braz vai me ver na vida. Sinto os beijos dele e me viro pro outro lado, ficando com a barriga pra baixo.

Braz: Vamo acordar, minha vida? Tá toda manhoso nessa cama, eu amei te ver de cueca branca - eu estalo a língua no céu da boca, ainda de olhos fechados e ele ri - Gostoso de todo jeito, agora tá mais ainda, por causa do nosso cavanhaque, me amarro muito nele.

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora