Borges
Ela me encara dentro do banheiro, eu ainda tô bolado, papo reto. Não é certo eu colocar um apelido em alguém e vem um otário chamar pelo mermo apelido que eu. Se eu botei é meu e pau no cu de quem chamar também, se for homem pior.
Eu não curto guardar meus pensamentos pra mim, se eu tô incomodado eu falo mermo. Emocionado? O caralho, emocionado é quem inventou esse caralho, demonstrar sentimentos não é ser emocionado, é agir como um ser humano e o meu sentimento naquele momento foi de raiva, queria destruir ele mermo. Quando vi aquelas duas canelinhas, parecendo um graveto eu já fui logo no carrinho, na pura maldade e meti as travas da chuteira no tornozelo dele. E ainda foi pouco. Olho ela me olhando e passo a mão no cavanhaque chamando ela pra perto de mim.
Bianca: E o que você fez quando a mulher entrou? - ela pergunta parando na minha frente.
Eu: Eu esperei ela sair, ela não saiu e ficou me olhando - coloco as mãos na bunda grande e sinto seus braços passando pela minha cintura - Eu mandei ela vazar, ela ficou parada e depois saiu.
Bianca: E se o marido dela souber? - dou ombros - Vai sair como talarico na história.
Eu: Eu não comi ela, então foda se e se for pra inventar mais mentira com meu nome que seja, é mais aventura na minha ficha - abaixo dando um cheiro no pescoço dela - Agora vamo voltar pra lá, vai ficar comigo.
Bianca: Meu primo tá lá e também o Ferreira tá sentado no bar com o gelo no pé - abro a porta ouvindo - Você vai pedir desculpas.
Eu pedindo desculpas? Um caralho que eu vou pedir, fiz foi um favor de não ter matado aquele fudido do caralho.
Eu: Vou pedir desculpas nenhuma, foi coisa de jogo - pego nas mãos dela andando pro bar - Ele esperou o contato, contato veio - olha pra ela que nega séria me olhando com repreensão.
Bianca: Vai se desculpar com ele - respiro fundo indo até o bar - Eu te garanto que você vai.
Chego perto do local, vendo o Braz sentado com a perna apoiada na cadeira e na outra tá a morena que ele anda se envolvendo, o Choco tá conversando com a loira e eu sorrio olhando o mais novo manco sentado na cadeira com o gelo em volta do tornozelo direito, o próximo vai ser bala.
Bianca: Vamo sair logo daqui - eu paro antes de chegar lá no bar - Eu não quero mais ficar aqui, ainda mais depois de uma mulher te ver pelado e se o marido dela aparecer?
Eu: Ele é meu parceiro - ela confirma no óbvio - Quem ficou olhando foi ela, problema dela, pô - vejo ela apontando pro meu carro e estalo a língua no céu da boca, decidindo ir embora, nem queria - Tô indo só porque tô cansado.
Bianca: Coitado, você tá indo porque eu tô falando - ela me encosta na porta do carro e me dá um selinho se encostando em mim, eu estreito os olhos na direção dela - Você vai pedir desculpas pro Ferreira ainda - nego segurando a cintura dela, vendo algumas pessoas passando por aqui, mas ninguém encara.
Eu: Não vou e tá decidido, quando eu falo não mudo de ideia - ela confirma cheirando minha camisa no peito.
Bianca: Você tá indo embora porque tá cansado né? - confirmo olhando ela ficar na ponta dos pés - Então você não quer transar?
Eu: Posso fazer um esforço, só um pouquinho - ela confirma sorrindo.
Bianca: Se tu não for se desculpar eu vou embora daqui e não vou com você - tento falar, mas ela me interrompe - Aí fica ao seu critério, tu pode abraçar seu pensamento de não mudar de ideia, então fica sem transar ou então deixa o orgulho de lado e transa - eu desvio o olhar pro bar, vendo os caras sentados na resenha - Você escolhe, Victor! E eu também não mudo minha decisão.
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Além do Impossível
Fiksi PenggemarAmar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.