Bianca
Sentados no chão do quarto, o Victor me ajuda a finalizar o meu cabelo, que tava cheio de nó e areia por causa da água do mar. Eu ajeito um lado e ele o outro, hoje ele acordou mais sério que o normal, na verdade ele nunca é sério comigo, só com os outros, então é novidade pra mim. Estranhei de início que ele não foi fazer as coisas dele durante o dia de hoje, mas nem falei nada.
Coloco mais creme em minhas mãos, passando nas pontinhas que se demorar muito ficam ressecadas, o Victor se inclina pra frente e começa a finalizar o topo. Ele só viu um vídeo, só fez uma vez, mas já sabe fazer direitinho, muito lindo esse velho.
Eu: Aí atrás não tá cheio de creme não, amor? - pergunto, me olhando de frente pro espelho grande do guarda roupas dele, ele apenas nega - Você aprendeu muito rápido.
Borges: Eu sei mexer com fuzil, acha que um cabelo vai ser muito pra mim? - ele pergunta todo concentrado nos cachos e eu sorrio, terminando a minha parte - Bagulho é jeito e isso eu tenho pra caralho.
Ele vai conversando o básico comigo, até que termina a finalização e eu vou secar com o difusor, enquanto ele desce falando no celular, eu acho que deu algum problema e ele não vai, melhor assim, porque eu quero passar mais tempo com ele.
Eu acho que o fato de a gente ter "terminado", na minha cabeça, fez com que eu tivesse uma visão real do que eu sinto por ele, então deve ser por conta disso que eu tô muito pegajosa, tô me sentindo muito apegada a ele, isso é desde ontem, que a gente não se desgrudou.
Depois de um tempinho terminando as coisas, eu desço com uma necessary na mão, ajeitando meu vestido longo soltinho no meu corpo, mas que fica lindo. Ele é de alças em cima, na cintura é a medida certa e é mais soltinho nas pernas, é um vestido longo normal, mas como eu sou bonita, ele fica muito mais que um simples vestido.
Observo o Victor sentado no sofá, tomou banho e tá usando um short de futebol branco, que eu não preciso nem falar nada. Caminho até ele, vendo o celular na altura da sua orelha, ele me olha de cima a baixo e eu me sento de lado no colo dele, ajeitando a necessary nas minhas pernas.
Borges: De vestido longo é sacanagem, papo reto - ele fala baixo e eu não entendo - Aí eu penso que tá grávida e depois eu sou o errado - ele resmunga, estalando a língua no céu da boca e eu dou risada, abrindo a bolsinha rosa - Pode falar, eu tô ouvindo, pô.
O Vitinho tá achando que eu tô grávida, mas de verdade, eu não sinto nada de diferente no meu corpo, nada mesmo e tudo tá muito normal, principalmente a minha menstruação que é desrregulada, mas ela tá certinha. Eu tava achando um absurdo ter filho agora, mas ele fala tanto que eu já tô achando normal, mas sei que é coisa de momento, titia sim, mamãe agora não.
Eu: Eu vou fazer a sua barba, porque já não tô gostando que o cavanhaque tá sumindo - falo de cabeça baixa e ele continua no celular, falando com alguém.
Pego a espuma de barbear, passando nas laterais, em volta da boca bem desenhadinha que ele tem. Depois eu pego a gillette azul com três lâminas e, com cuidado, eu vou tirando do pezinho do cabelo até o maxilar dele, ouvindo o sonzinho dos fios sendo arrancados. Estico a pele dele, retirando qualquer resquício de barba e vou afinando até chegar no cavanhaque que já tá fechado.
Eu: Eu deixo o cavanhaque aberto ou fechado? - pergunto baixo e ele fica calado - Eu gosto aberto, mas tá lindo fechado, como eu deixo, amor? - ele dá ombros e eu deixo pra decidir depois, então vou logo pro outro lado.
Repito o mesmo processo de tirar os fios grossos da lateral e vou chegando no cavanhaque, inclino o rosto dele pra cima, tiro a parte de baixo e afino um pouco o bigode do cavanhaque, ainda na dúvida se eu deixo aberto ou fechado.
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Além do Impossível
FanficAmar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.