Capítulo 43

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Bianca

Desço do carro indo na frente, o Victor fica lá ajeitando as coisas dele que só agora eu entendi o tal evento que o Hugo falou, vai ser um futebol beneficente pra arrecadar coisas aqui pra comunidade. Achei até bonitinho.

Olho pro lance de escadas que leva até a arquibancada do campinho, do lado é o campo, que tá cheio de homem. Nas arquibancadas tem muitos moradores também, desço olhando o tanto de gente e vejo a Thalita e a Tifanny acenando com as mãos, eu levanto a mão mandando elas esperarem e olho pra trás vendo o Victor descendo com um short de futebol na cor branca, a camisa jogada no ombro, ele tá sem as correntes e os anéis, só o relógio de ouro chamando atenção. Eu olho algumas mulheres na arquibancada tudo olhando o que marca no short dele e me volto pra ele que aponta lá pra frente.

Borges: Lá na frente tem a área reservada pra mim, tu vai ficar lá - ele toca minha cintura pra eu andar - Depois do jogo ainda tem agito aí, depois a gente vai embora, pô.

A gente?

Eu: Eu vou ficar com as meninas que tão ali na arquibancada - ele olha pra onde eu aponto e nega.

Borges: Chama elas e fica todo mundo lá - ele me puxa pra caminhar e eu vou tentando me esconder nos meus cabelos, porque não tô gostando desse tanto de gente me encarando - O seu primo tá olhando pra cá, qualquer caô diz que eu te dei carona - a gente chega do outro lado e eu chamo as meninas pra esse lado.

Eu: Ele vai acreditar muito na sua bondade - ele tira o relógio do pulso me dando - Agora que eu vou ficar com teu relógio piorou.

Borges: Depois eu me resolvo com ele, fica suave - olho as meninas parando perto de onde nós estamos, mas elas fingem estar conversando, só esperando ele sair - Agora tu vai ver o jogador caro, tá ligada?

Eu: Tá bom, Neymar - ele senta do meu lado ajeitando as meias e calçando as chuteiras - Por que tu não arrumou teu short? Todo mundo olhando.

Ele me olha sorrindo, fazendo os olhos ficarem pequenos e eu fecho o relógio dele no meu pulso, sentindo o peso da peça e como ficou folgado pra caramba. Chamo as meninas e elas vêm até aqui, é como se fosse um camarote no campo. Tem a arquibancada normal nos dois lados e de frente pro campo, tem essa bem mais estruturada, que fica ao lado de um bar, que por sinal tem muitos traficantes com mulheres sentadas no colo.

Elas sentam ao meu lado e o Victor desce quando o Choco aparece chamando ele. Lá em baixo forma uma rodinha em volta dele, tudo fazendo toque com ele e o homem só fica com a cara séria o tempo todo, ele cumprimenta as pessoas, mas o olhar fixo em outro local. Eu acompanho o olhar dele e bato o olho no Ferreira entrando no campo. O menino sobe o rosto até aqui e sai do gramado, subindo até onde eu tô, tudo isso com o olhar do Victor atento a tudo.

Ferreira: E aí, pô - ele estende a mão pra mim, que pego e viro o rosto quando ele vem me dar um selinho - Veio acompanhar o jogo, pretinha? - ele fala e eu olho pra trás vendo o Victor com a pior cara do mundo e o Choco segurando ele.

Eu: Tão te chamando, vai começar - ele confirma sorrindo e sai daqui indo pro campo.

Tifanny: Eita - ela fala batendo palmas e a Thalita dá risada - Agora fudeu tudo.

Eu: Aposto que foi o Hugo que chamou - olho o Borges cruzando os braços enquanto o Choco fica falando alguma coisa no ouvido dele, que só mantém a postura - Tomara que comece logo pra evitar essa tensão.

Thalita: Eu quero ver o estrago - eu vejo uma menina se apoiando na tela do campinho protegido por uma rede, enquanto grita "gostoso" pros traficantes no morro - Olha que vergonha alheia.

Tifanny: Ser marmita de bandido é uma coisa, mas passar essa vergonha já é feio pra caralho. Tão bonitinha, mas tão vergonhosa - eu dou risada olhando pra frente novamente.

Além do ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora