𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐭𝐨𝐮𝐜𝐡

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𝐬𝐞𝐮 𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞

ESTACIONEI A PICAPE EM FRENTE AO RESTAURANTE E ACOMPANHEI AS PASSADAS RÁPIDAS DE BELLA PELO ESTACIONAMENTO, tentei acenar educadamente na direção de Mike e Tyler, mas os dois não paravam de perguntar sobre Edward e Jasper ou "como é que isso aconteceu?", então apenas os ignorei.

Charlie já nos esperava do lado de dentro, concentrado em um jornal com o bigode levemente curvado de preocupação. Quando nos viu o abaixou, quase como se estivesse nos escondendo algo.

─ Pedi salada de espinafre pra vocês. ─ papai avisou ao se endireitar na cadeira.

Acenei levemente para Mônica no balcão e me sentei ao lado dele, beijando sua bochecha. Não pude deixar de rir quando a garçonete nos serviu com nossas saladas e depois trouxe o prato do meu pai, coberto de batata frita, molho e um hambúrguer imenso.

Aparentemente, nem todos estavam no clima de risada, pude notar pelas feições entristecidas de Mônica. Todos pareciam muito tristes ao nosso redor, acredito que seja por Waylon, aparentemente ele era alguem muito mais amado e conhecido pela comunidade de Forks do que eu imaginava.

─ Então, chefe... nós queremos saber se vocês encontraram algo no rio Queets hoje.

Mônica apontou para si mesma e indicou a mesa ao lado, um grupo de senhores de idade claramente muito interessados na nossa conversa. Reconheci alguns deles como amigos de Charlie e Billy.

─ Sim. ─ meu pai assentiu ao engolir em seco, se preparando para falar, era fácil notar que aquele era um assunto difícil para ele também ─ Achamos uma pegada de um humano descalço, mas quem quer que fosse ia pro leste. Agora é com o xerife de Kitsap.

─ Espero que o apanhem logo.  ─ a garçonete soluçou, era claro que estava quase a beira das lágrimas.

Afaguei seu ombro em um gesto de solidariedade e ela sorriu levemente em minha direção antes de dar as costas para voltar ao trabalho. Essa é uma das minhas coisas favoritas em Forks, as pessoas parecem realmente se importar umas com as outras.

Não pude deixar de trocar olhares com Bella, nós sabíamos porque eram pegadas humanas. Sabíamos o que aquelas "pessoas" queriam com Waylon e porque o mataram.

Eu me sentia de certa forma culpada, não por ter omitido o que eu sabia, mas por saber e não poder fazer absolutamente nada para poupar outras possíveis vítimas. No entanto tinha a consciência de que revelar qualquer coisa sobre esse assunto, não prejudicaria apenas Jasper, mas também toda a sua família, isso já era o suficiente para me fazer parar de pensar sobre o assunto.

{•••}

O cansaço e sono me consumiam, após um banho quente e relaxante, tudo o que eu mais queria agora era deitar e dormir até o meio-dia da manhã seguinte. Pensamento esse que desapareceu assim que Jasper passou pela minha janela, o olhar culpado ao perceber que eu já estava de pijama, pronta para dormir.

Ele se sentou ao meu lado na cama e eu me levantei para abraçar sua cintura e beijar sua bochecha. A pergunta estava presa em minha garganta, mas eu não sabia como fazê-la. Também não queria que ele pensasse que eu desconfiava dele ou de sua família.

Pelo contrário, eu tinha certeza de que eles não tinham nada a ver com isso. Eu sabia exatamente que quem havia feito isso, tinha olhos vermelhos ardentes como sangue fresco.

─ Me desculpe, eu não tive a intenção de te acordar. ─ Jasper sussurrou, acariciando o meu cabelo. Nós dois ajoelhados na cama, abraçados.

─ Você não me acordou, eu ainda não tinha ido dormir. ─ eu expliquei, me soltando dele para me encolher embaixo das cobertas ─ O que não muda minha curiosidade, o que veio fazer aqui a essa hora?

─ Eu só... ─ Jazz sorriu para si mesmo, tirando uma sacola de papel de trás das costas, a qual eu mal tinha notado ─ Amanhã vou jogar beisebol com a minha família, queria que você vestisse isso para nos assistir.

Não pude deixar de sorrir, animada com o presente surpresa.

─ Porque eu tenho a impressão de que o jogo de beisebol de vampiros é muito diferente ao que estou acostumada? ─ ele sorriu, balançando a mão de um lado para o outro.

─ Precisamos de uma tempestade. ─ Jasper não esperou que eu perguntasse e empurrou a sacola para mim de novo, me lembrando que eu deveria abrir o meu presente.

Era uma camisa, o tecido fino como aquelas que eu usava como uniforme nos treinos de beisebol. Era completamente branca com listras em um tom azul escuro, além do nome "Whitlock" na parte de trás.

─ É meu sobrenome verdadeiro. ─ o loiro explicou.

─ Vou vesti-la amanhã para o jogo, então. ─ ele pareceu satisfeito.

Jasper também se deitou ao meu lado, mas não se cobriu com as minhas cobertas. Ele pareceu genuinamente surpreso quando eu me enrosquei ao redor dele, abraçando sua cintura e deitando o rosto em seu peito. Foi até um pouco fofo.

─ Eu não te deixo com frio? ─ meu loiro perguntou, as mãos afastadas de mim, o tronco firme.

─ Nah, você é confortável. ─ ele pareceu finalmente relaxar um pouco, finalmente me abraçando de volta. Deixando desenhos com a ponta dos dedos em minhas costas.

─ Me desculpe eu só... não estou mais acostumado com esse toque. ─ Jasper permaneceu em silêncio e deixou um beijo silencioso no topo da minha cabeça. O sono já começava a me atingir, meus olhos se fecharam ─ Não esperava dizer isso mas... eu gosto mais do seu toque do que eu imaginei que poderia.

Jasper Whitlock. ─ murmurei, tinha consciência do quão incoerente eu soava. A sonolência em minha voz era óbvia enquanto eu atropelava palavras e enroscava a língua ─ Combina com você, Jazz.

Nós permanecemos daquele jeito pelo resto da noite. Jasper continuou acariciando minhas costas expostas pela regata do pijama em formatos aleatórios, uma posição que meu pai não gostaria nadinha de saber que estávamos. Agarrados sozinhos em meu quarto.

Dormi aconchegada e tranquila como um anjo, talvez porque estivesse enroscada a um bem sobre as minhas cobertas grossas. No entanto, Jasper já não estava na manhã seguinte.

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𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora