𝐜𝐞𝐦𝐢𝐭𝐞𝐫𝐢𝐨
PASSAMOS O RESTO DA NOITE PASSEANDO POR MARBLE FALLS, caminhando pelas ruas empoeiradas e acenando educadamente para outros vampiros e humanos corajosos em excesso. Eles me apresentaram o pequeno e único shopping da cidade, construído muito recentemente, além de um píer no meio de uma floresta desmatada. Ele era rodeado por água, um riacho raso de água escura, e flores silvestres que nasceram após a área ter sido muito explorada.
Jasper e eu não conversamos muito, apenas seguramos as mãos e caminhamos juntos enquanto Charlotte falava. Ela contou que Victor foi um dos únicos vampiros que também havia conseguido escapar das mãos de Maria, evitando ser queimado no fogo que eles causaram quando fugiam. Ele, na verdade, se aproveitou da grande maluquice que aquilo se tornou e correu para longe, o mais rápido que podia. Foi por isso que recuou assim que percebeu que Jasper e Peter estavam por perto, eles eram seus superiores naquela época, e ele ainda os temia.
Mesmo assim, eu não entendia bem como alguém tão poderoso como ele e seu clã podiam temer dois simples vampiros como Jasper e Peter. Quero dizer, meu loiro possui um dom intrigante, mas ele não era mais poderoso do que um grupo de vampiros com dons superiores aos dos Volturi. Ainda me intrigava também o fato de que os Volturi pareciam não se incomodar com a possível ameaça que o Clã Magma representava. E, se de alguma forma essa ameaça os afetava, porque nunca haviam tentado combatê-los, da mesma forma sutil e dissimulada que agiam com os Cullen.
Certamente, nada disso me incomodava tanto quanto o silêncio de Jasper. Desde que ele e Peter voltaram, ele permaneceu calado, até quando tentávamos envolvê-lo na conversa. Seu comportamento naturalmente reservado, agora tinha um peso diferente, que pareceu preocupar até mesmo seus amigos. Peter olhava de relance algumas vezes enquanto Charlotte tentava distraí-lo, ambos sabiam da razão de seu silêncio, diferente de mim.
Quando chegamos à fazenda, já era quase manhã. Charlotte e Peter disseram que iriam tomar banho e depois se ocupar com as tarefas das plantações, sugerindo que poderíamos descansar e aproveitar o dia como quiséssemos. Decidi tomar um banho, na esperança de clarear a mente e pensar em uma maneira de tocar no assunto e convencer Jasper a me contar o que havia de errado, para que eu pudesse ajudá-lo, mas, ao sair, percebi que ele já não estava mais ali. Fiquei preocupada, eu admito.
Recorri rapidamente a Peter, buscando saber onde estava meu namorado, e, estranhamente, ele me entregou um endereço: um cemitério em Houston, cidade natal de Jasper. Era uma viagem de cerca de 3 a 4 horas de carro, mas o tom preocupado de Peter me assustou um pouco, e eu sabia que precisava procurá-lo imediatamente. Quando cheguei, encontrar Jasper foi fácil, bastava seguir seu cheiro. E lá estava ele, imóvel, diante de um jazigo familiar.
O jazigo Whitlock.
─ Jasper. ─ chamei baixinho, tentando não assustá-lo, mas também respeitando o silêncio entre as lápides.
Ele não respondeu de imediato, seus olhos ainda estavam fixos nas inscrições das lápides. O dourado de suas íris parecia mais escuro, mas acinzentado, enquanto ele observava os nomes de seus familiares nos túmulos construídos para toda a sua família. O meu coração apertou ao notar que seu próprio nome estava entre eles, acompanhado de uma foto. Ele mantinha a mesma feição jovial, mas, mesmo em preto e branco, a imagem transmitia uma certa vitalidade e alegria que pareciam lhe faltar agora.
─ Jasper. ─ eu chamei novamente, segurando seu antebraço, finalmente atraindo a sua atenção para mim, mesmo que por poucos segundos.
─ Peter tem procurado esse lugar para mim desde o dia em que estive em sua fazenda pela última vez. Comentei que sentia a necessidade de conhecer um pouco mais sobre a minha família, a mesma que quase não me lembro. ─ ele explicou, sem desviar o olhar das lápides. Suspirei em silêncio, envolvendo sua mão e apoiando a cabeça em seu ombro. ─ Eles até colocaram meu nome, mesmo sem um corpo para enterrar. Eu fui o primeiro a morrer entre eles, mas continuo aqui. Eu sou o último de nós.
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𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒
أدب الهواة𝐓𝐎𝐐𝐔𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 | Ao voltar com sua irmã gêmea não idêntica para sua cidade natal, Coraline Swan não espera muitas novidades da pequena e pacata cidade do condado de Washington. Bem, ela também não esperava encontrar um...